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10 curiosidades sobre Pânico

Conheça os bastidores da franquia

15/09/2025

Em 1996, um telefonema anônimo mudou para sempre a história dos filmes de terror. A partir de uma pergunta relativamente inocente, Pânico fisgou o público com sua metalinguagem e deu início a uma das franquias mais amadas e influentes do gênero.

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O filme dirigido por Wes Craven e roteirizado por Kevin Williamson não apenas apresentou aos fãs um dos personagens mais icônicos do cinema, o assassino Ghostface, como também foi responsável por redefinir os slashers dos anos 1990. Se hoje temos filmes como Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado e Lenda Urbana é justamente porque a produção de 1996 se tornou um enorme sucesso e reacendeu o interesse em um subgênero que estava praticamente moribundo. Quase trinta anos depois do primeiro filme, a franquia continua mais viva do que nunca, alçada ao status de clássico do terror com seis longas e uma série de televisão.

Agora, finalmente, os leitores brasileiros podem conferir tudo sobre esse fenômeno cultural em Pânico: O Legado do Grito de Padraic Maroney. Lançamento da DarkSide® Books em parceria com a Macabra, a obra mergulha nos bastidores da influente franquia e fornece um conteúdo essencial para os fãs de Ghostface e Sidney Prescott. Um livro feito de fã para fã, Pânico: O Legado do Grito é repleto de curiosidades, entrevistas e detalhes inéditos que mostram a evolução da franquia e seu impacto na cultura pop.

Entre inspirações na vida real, disputas pelo roteiro e romance durante as filmagens, a Caveira separou dez curiosidades sobre os bastidores da franquia para você entrar no clima de Pânico: O Legado do Grito.

1. A icônica sequência de abertura

Em 1994, Kevin Williamson era mais um roteirista que tentava sobreviver em Hollywood. Sem conseguir vender seus roteiros e com dificuldades em pagar suas contas, ele estava cuidando da casa de um amigo em Palm Springs quando assistiu a um especial na televisão sobre os crimes do serial killer Danny Rolling. Conhecido como o Estripador de Gainesville, Rolling havia assassinado cinco estudantes universitários na Flórida entre novembro de 1989 e agosto de 1990.

Assustado com o que viu na televisão, Williamson pensou ter escutado um barulho estranho e decidiu fazer uma vistoria na casa. Quando voltou para a sala, para o seu terror, ele se deparou com uma janela aberta. Aterrorizado, o roteirista decidiu ir até a cozinha, pegar uma faca de açougueiro e ligar para o dono da casa. Enquanto vasculhava o lugar, os dois começaram a conversar sobre filmes de terror pelo telefone, testando seus conhecimentos sobre o gênero. Williamson foi dormir tão assustado que durante a madrugada resolveu escrever a cena de abertura de um filme. Nascia assim a ideia inicial de Pânico.

2. O roteiro do primeiro filme foi disputado

Originalmente intitulado Scary Movie, o roteiro de Williamson desencadeou uma disputa acirrada em Hollywood, despertando o interesse de grandes estúdios como Paramount, Universal, Morgan Creek Entertainment e Cinergi Pictures, do cineasta Oliver Stone. No final das contas, o roteiro foi vendido para a Dimension Films, uma subsidiária da Miramax dos irmãos Weinstein. Embora outros estúdios tenham oferecido valores maiores, o advogado de Kevin Williamson o orientou a aceitar a oferta da Dimension, que estava disposta a produzir o filme imediatamente. Isso se deu porque a subsidiária da Miramax era conhecida por suas produções de terror, sendo responsável por filmes como O Corvo de 1994. Foi na Dimension que o roteiro teve seu título alterado para Scream, já que os irmãos Weinstein ficaram preocupados que o público não levaria o filme a sério com o nome Scary Movie, achando se tratar mais de uma comédia do que um longa de terror.

3. Drew Barrymore foi cotada para o papel de Sidney Prescott

Impressionado com a história, Cary Wood, um agente de Hollywood, enviou o roteiro de Williamson para Drew Barrymore, que estava planejando voltar para a indústria e desejava ser reconhecida como uma atriz séria. Com o interesse de Barrymore, que já era um nome conhecido, a Dimension também conseguiu chamar a atenção de Wes Craven, que havia desistido de filmes de terror após o fracasso de Um Vampiro no Brooklyn.

Inicialmente, os produtores queriam que Barrymore interpretasse a garota final do filme, Sidney Prescott. No entanto, a atriz desejava sair de sua zona de conforto e se interessou pelo papel de Casey Becker, acreditando que causaria muito mais impacto no público se fosse assassinada na cena de abertura. Esta mudança encantou Williamson e Craven, que inspirados em Psicose de Alfred Hitchcock, decidiram vender Barrymore como a estrela do filme, apenas para assassinar brutalmente sua personagem nos primeiros quinze minutos.

Com o papel de Sidney vago, a produção começou a buscar uma nova estrela. Diversas atrizes foram consideradas como Reese Whiterspoon, Vinessa Shaw, Melissa Joan Hart, Tori Spelling e até mesmo Molly Ringwald, que recusou dizendo ser muito velha para brincar de colegial. No final, o papel ficou dividido entre três atrizes: Alicia Witt, Brittany Murphy e Neve Campbell. Campbell impressionou tanto Wes Craven e Kevin Williamson que eles souberam instantaneamente que haviam encontrado sua Sidney.

4. **A cena final de Pânico demorou três semanas**

Conhecida como “cena 118” no roteiro, a climática sequência da festa realizada na casa de Stu Macher tem cerca de 42 minutos. No entanto, devido a problemas técnicos e desafios logísticos, como a localização remota do set de filmagens, ela demorou cerca de três semanas para ser finalizada! Isso não apenas lhe rendeu o apelido de “a noite mais longa na história do terror”, como virou motivo de piada entre a produção, que ao final das filmagens produziu camisetas estampadas com os dizeres “eu sobrevivi à cena 118!”.

Os atores também sofreram com a sessão extenuante de filmagens. O confronto final entre Sidney, Billy e Stu, por exemplo, levou cinco dias para ser finalizado. Em uma entrevista, Neve Campbell comentou que para além do cansaço, outro grande problema era que seu figurino não foi lavado durante essas três semanas para manter a continuidade das cenas e padronagem do sangue. No final do filme, ela afirmou que apenas queria queimar as roupas e se ver livre delas.

5. Os atores souberam a identidade do assassino no dia das filmagens

Para manter o máximo de sigilo em torno da identidade do assassino, o elenco de Pânico 2 só descobriu a identidade de Ghostface no último dia das filmagens principais. Isso aconteceu porque o estúdio estava determinado em manter os detalhes da história em segredo. Com medo de que a identidade do assassino fosse vazada ao público, Williamson escreveu três finais diferentes. Quando os atores e membros da equipe de produção pediam para ler o roteiro, eles recebiam então uma cópia com o final fictício. Em um dos rascunhos, por exemplo, que acabou sendo excluído após ser vazado online, os assassinos eram Haille, a colega de quarto de Sidney; Derek, seu namorado, e a Sra. Loomis. Após filmarem a cena de revelação, os atores precisaram assinar cláusulas de confidencialidade, protegendo legalmente as últimas dez páginas do roteiro final.

6. Courteney Cox e David Arquette começaram a namorar durante as filmagens

Ao longo dos anos, Gale Weathers e Dewey Riley se transformaram em um dos casais mais adorados do mundo do terror. Acontece que a química entre Courteney Cox e David Arquette não ficou restrita ao universo de Pânico e a dupla se transformou em um casal na vida real. A partir da proximidade de seus personagens, os atores se apaixonaram durante as filmagens e levaram o romance para fora das telas. Em 1999, eles se casaram e tiveram uma filha, nascida em 2004, eventualmente se separando em 2013.

Apesar disso, eles não foram os únicos pombinhos da franquia, viu? Matthew Lillard e Neve Campbell também namoraram por um período de tempo, com o ator inclusive visitando a namorada no set de filmagens de Pânico 2. Embora o romance não tenha dado certo, a dupla ainda mantém contato e uma relação de amizade.

7. Neve Campbell precisou usar uma peruca

Você já percebeu como Sidney Prescott aparece pouco em Pânico 3? Não, não é impressão sua! A garota final realmente tem pouco tempo de tela se comparado com outros personagens, que assumem grande parte da narrativa. Isso aconteceu porque o contrato de Neve Campbell estipulava sua presença no set por apenas vinte dias de filmagens! Durante a pré-produção do filme, Campbell precisou estipular um contrato que conciliasse as filmagens de Pânico 3 com suas outras obrigações. Na época, a atriz ainda era ligada à série de televisão O Quinteto e também estava filmando o longa Quem Não Matou Mona?. Neste último, sua personagem tinha cabelos longos, o que fez com que a atriz utilizasse uma peruca como Sidney Prescott, a qual levava cerca de duas horas diárias para ser aplicada em seu couro cabeludo.

8. A voz de Ghostface era gravada em tempo real

A voz icônica de Ghostface foi fornecida pelo dublador Roger L. Jackson, que continua interpretando o assassino até hoje. Conhecido por dar voz a outros personagens famosos, como o Macaco Louco em As Meninas Superpoderosas, Jackson eternizou o personagem que adora atormentar suas vítimas pelo telefone. Durante as gravações de Pânico, Jackson foi mantido isolado do restante do elenco, já que Wes Craven pensou que as reações dos atores seriam mais genuínas se não pudessem ligar um rosto à voz que estavam escutando.

Além disso, o dublador fazia suas cenas ao vivo, o que significava que os diálogos não eram pré-gravados ou feitos na pós-produção. Jackson permanecia no set de filmagens em um local independente, interagindo em tempo real com os atores. Isso conferia uma dramaticidade já que os intérpretes sabiam que estavam sendo observados por alguém, mas não sabiam quem ou onde essa pessoa estava. Craven ficou tão impressionado com Jackson que permaneceu trabalhando com o dublador, descrevendo sua voz como um “mal inteligente”.

9. A máscara de Ghostface quase foi trocada

Um dos aspectos mais famosos da franquia é justamente a máscara utilizada por Ghostface. Como o roteiro de Williamson não especificava a aparência do assassino, descrito como usando uma “máscara branca fantasmagórica”, uma empresa especializada foi contratada para projetar diferentes versões, que no fim não agradaram a Wes Craven e os produtores. A máscara utilizada no filme foi encontrada por Kevin Williamson e pela produtora executiva Marianne Maddalena enquanto a dupla procurava por locais de filmagem. O adereço era simplesmente uma máscara padrão de Halloween que evocava a icônica pintura O Grito de Edvard Munch, sendo desenhada em 1991 como parte de uma linha de produtos da empresa Fun World.

No entanto, ela quase foi substituída! Após conferir as filmagens diárias da sequência de abertura em que Casey é perseguida por Ghostface, Bob Weinstein reclamou que o adereço parecia “idiota” e pouco assustador, pedindo então que a cena fosse refilmada com outras opções alternativas para ver qual funcionava melhor. Em vez disso, os produtores e outros membros da equipe defenderam o trabalho, se unindo para editar as filmagens para que Weinstein visse a cena concluída, provando então que a máscara funcionava. No final das contas, ela se transformou em um símbolo do terror. Em 1996, por exemplo, a Fun World renomeou o design do adereço, que passou a ser vendido como “Ghostface”.

10. Pânico 3 teve seu roteiro modificado

Embora Kevin Williamson seja considerado o criador da franquia Pânico, em Pânico 3 seu nome não aparece como roteirista. Tudo isso aconteceu porque sua ideia original foi reformulada e o filme sofreu inúmeras alterações devido a tragédia do massacre de Columbine em 1999. Em uma entrevista concedida em 2003, Williamson afirmou que sua visão para o terceiro filme era bastante diferente, com os assassinos sendo basicamente um fã clube formado por jovens estudantes de Woodsboro que veneravam os filmes Stab 1 e Stab 2. No final, seriam eles que estariam matando todos ao redor e a grande surpresa aconteceria quando Sidney entrasse em uma casa após o massacre e todos os jovens subitamente se levantassem, mostrando que não estavam mortos, mas sim planejando tudo.

Contudo, Columbine tornou o desenvolvimento de Pânico 3 extremamente complexo, aumentando as discussões sobre violência na mídia e os impactos que isso poderia ter no público. Desta forma, o conceito de Williamson foi abandonado pela Dimension que optou por seguir com as ideias de outro roteirista, Ehren Kruger, investindo assim em um conceito mais cômico e uma história focada nas filmagens de Stab 3. Inclusive, em 2010, Matthew Lillard concedeu uma entrevista afirmando que originalmente Stu retornaria em Pânico 3. Contudo, algumas semanas antes das filmagens, a ideia foi descartada para evitar o desenvolvimento de um filme que associasse violência e assassinato ao cenário de um colégio.