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8 Curiosidades sobre David Simon

Conheça o autor de Divisão de Homicídios

06/12/2024

Nascido em 9 de fevereiro de 1960 em Washington D.C, David Simon é um nome de peso no mundo do true crime. Jornalista, roteirista e produtor televisivo, ele é o responsável por Divisão de Homicídios, obra-prima do jornalismo investigativo que não apenas ganhou inúmeros prêmios, como também foi transformada no em um popular programa de televisão nos anos 1990. 

LEIA TAMBÉM: Lançamento: Divisão de Homicídios, por David Simon

Lançamento da marca Crime Scene da DarkSide® Books, Divisão de Homicídios é fruto do trabalho de Simon como repórter policial. Em 1988, enquanto trabalhava para o Baltimore Sun, ele obteve acesso irrestrito ao departamento policial da cidade e acompanhou por um ano os detetives de homicídios em suas rotinas diárias, com direito a cenas de crime, burocracias intermináveis e interrogatórios intensos.

Dessa experiência, nasceu Divisão de Homicídios, clássico do true crime que oferece um olhar íntimo e visceral sobre este trabalho desgastante e desafiador. Com ricos detalhes e diálogos autênticos, Simon acompanha a vida desses detetives, assim como mergulha no próprio sistema judicial e na brutalidade das ruas de Baltimore. 

divisão de homicídios

Mas engana-se quem acha que David Simon parou por aí. O escritor ainda coleciona créditos de produtor e roteirista, assim como outros livros publicados. Conheça algumas curiosidades sobre o autor de Divisão de Homicídios:

1. Foi o criador da série A Escuta

Em 2002, Simon criou A Escuta. Com cinco temporadas ao total, a série ficou no ar até 2008 na HBO e atualmente é considerada uma das melhores produções televisivas de todos os tempos. Ambientada e produzida em Baltimore, A Escuta se diferenciou dos outros dramas policiais por fornecer as perspectivas de todos os envolvidos no sistema judicial, contando as histórias dos criminosos, juízes, advogados e detetives. Aclamada pela crítica e pelo público, a série também se aprofundou em outras instituições, como o sistema escolar, o maquinário político e a imprensa, explorando seus efeitos sobre os indivíduos. 

Embora A Escuta fosse essencialmente um drama criminal, para Simon a série era na verdade sobre “a cidade americana e como vivemos juntos nela”. O autor, que ganhou influência na indústria do entretenimento e é considerado um dos maiores contadores de história do século passado, ainda comentou que A Escuta tinha bases jornalísticas e ao ser enraizado em experiências reais tinha o objetivo de mostrar como a “Guerra contra as Drogas” era ineficaz, tornando-se na verdade uma guerra de classes. 

a escuta

2. Muito além do true crime

Embora David Simon seja conhecido por seus trabalhos focados no true crime, especialmente no mundo policial do crime, das drogas e da corrupção, o autor vai muito além disso. Na verdade, uma das temáticas recorrentes em suas obras é justamente a sobrevivência humana dentro de sistemas brutais que tentam despir os indivíduos de sua humanidade.

Ao longo dos anos, ele já se dedicou a diferentes assuntos. Em 2020, criou com Ed Burns, seu parceiro de longa data, a série The Plot Against America. Baseada no livro homônimo de Philip Roth, o enredo acompanha uma história alternativa dos primeiros dias da Segunda Guerra Mundial em um cenário onde o fascismo tomou conta dos Estados Unidos.

Em 2008, Simon adaptou para a televisão, no formato de minissérie, o livro Generation Kill, que narra a missão das tropas americanas nos primeiros 40 dias da invasão ao Iraque em 2003. Em 2010, ele criou com Eric Overmyer a série Treme, a qual acompanha a vida dos moradores de um bairro em Nova Orleans três meses após o furacão Katrina

treme

Já em 2017, criou para a HBO o drama original The Deuce, uma série que retrata o nascimento da indústria pornográfica em Nova York. Sua criação mais recente, a minissérie We Own this City estreou em 2022 na HBO contando a ascensão e queda da Força Tarefa de Rastreamento de Armas do Departamento de Polícia de Baltimore. 

3. Recebeu uma Bolsa MacArthur por seu trabalho

Em 2010, por seu trabalho em A Escuta, foi selecionado para receber a prestigiada bolsa MacArthur, um prêmio concedido anualmente pela Fundação John D. and Catherine T. MacArthur para 20 ou 30 indivíduos que “demonstram mérito excepcional e promovem um trabalho criativo contínuo e aprimorado”. O prêmio de 500 mil dólares é outorgado a linguistas, historiadores, cientistas, jornalistas, matemáticos, poetas e outros especialistas. Contudo, Simon é um entre apenas dois roteiristas a receber essa honra e o único a ser homenageado por seu trabalho em uma série de televisão. 

4. Seus dois livros foram transformados em séries de televisão

Sua relação com a televisão começou muito antes de se tornar roteirista e criador de séries aclamadas. Seu primeiro livro Divisão de Homicídios deu origem a Homicídio, uma série de drama policial que foi ao ar na NBC entre 1993 e 1999 com um total de sete temporadas. Embora tenha sido criada por Paul Attanasio, Simon foi convidado a escrever o roteiro do piloto, mas acabou recusando a oferta devido a questões salariais. Ele conta que a experiência o levou a se envolver mais com as adaptações posteriores de seu trabalho.

homicídio série

Em 2000, seu livro The Corner: a Year in the Life of an Inner-City Neighborhood, escrito em parceria com Ed Burns, também foi adaptado para a televisão. A minissérie The Corner, a qual contou com seis episódios e foi adaptada pelo próprio Simon, ganhou um Emmy de Melhor Série Limitada.

5. Inspirações na vida real e nos… gregos

Simon é conhecido por seus diálogos realistas e abordagem jornalística. O autor afirma que a autenticidade é primordial e que sempre escreve tendo em mente as opiniões de seus sujeitos. Desta forma, descreve seu processo criativo como “roubo de vidas”, já que suas histórias se baseiam em pessoas e eventos reais, sempre procurando englobar temas maiores que reflitam questões atuais, como desigualdade social, racismo, classismo, misoginia e precarização do trabalho

Contudo, especificamente sobre A Escuta, Simon aponta outra inspiração surpreendente: os gregos! Segundo o produtor executivo, a maior influência no show são os gregos e suas tragédias: “em nossas cabeças estamos escrevendo uma tragédia grega, mas ao invés de termos os deuses do Olimpo petulantes e invejosos jogando raios nas cabeças dos protagonistas, temos as instituições pós-modernas.”

a escuta

6. O departamento de polícia revisou Divisão de Homicídios antes da publicação

Em entrevistas e palestras, Simon conta que deixou a delegacia de polícia de Baltimore revisar Divisão de Homicídios antes do livro ser publicado. Existia um contrato que assegurava que o departamento poderia rever o livro para se certificar que ele não tivesse fatos particulares sobre um caso ainda em andamento. O objetivo era justamente proteger o trabalho e andamento de um caso ou investigação específica.

No entanto, quando a obra foi publicada em 1991, muitos casos de 1988 já haviam sido julgados, o que não acarretou grandes mudanças na versão final. Simon ainda brinca que caso algum detetive reclamasse da forma como estava sendo retratado no livro, ele apenas respondia rindo “ei, isso não está no contrato!” 

divisão de homicídios

7. Uma das melhores coisas que lhe aconteceu foi não ter sido promovido

Sobre seu trabalho como repórter policial, Simon comenta que uma das melhores coisas que aconteceu em sua vida foi nunca ter sido promovido. Segundo ele, isso lhe ajudou a encontrar mais ressonância e ficar melhor no que estava fazendo. O autor conta que a vaga de repórter policial é muito utilizada como uma forma de subir na carreira, de forma que em poucos meses já se é realocado para outra área de “maior prestígio”. Contudo, ter permanecido tanto tempo cobrindo essa temática ajudou Simon a entender o sistema e criticá-lo, de forma que conseguiu colocar sua vivência e opiniões em obras como Divisão de Homicídios e A Escuta

Por ser um repórter policial branco em uma cidade de maioria negra, ele comenta que para não depender totalmente do departamento policial precisou aprender a ouvir pessoas com histórias e vivências diferentes das suas, entrando em questões de raça, classe e etnia. Quando chegou a hora de escrever seus roteiros televisivos, Simon conta que estava escrevendo sobre pessoas que realmente conhecia, de forma que transmitia vozes e histórias que havia conhecido ao longo de seus anos como repórter. 

8. Decidiu sair do The Baltimore Sun após uma história específica

Simon foi repórter no The Baltimore Sun de 1982 a 1995. Após ofertas de emprego de outros jornais, ele soube que era hora de trocar de ares devido a uma história específica. O jornalista escreveu sobre dependentes químicos que estavam roubando e arrastando radiadores até ferros-velhos para vender o metal. Quando a matéria estava pronta, seus editores reclamaram que ele estava simpatizando e dando muita humanidade a esses indivíduos. Foi ali, que segundo Simon, ele percebeu que precisava escrever para outros lugares. “Isto é vício. Isto é desespero”, disse em uma entrevista, “[…] esses caras são engraçados, humanos, desesperados. E eles são espertos. Foi nesse momento que percebi que algumas pessoas nunca vão entender”. 

david simon

Segundo ele, seu objetivo com tais matérias era puxar o leitor para um mundo inexplorado de narrativa, humanidade e emoção, o que não era necessariamente o que o leitor branco de classe média desejava ler. Posteriormente, Simon ainda comentou que começou a escrever livros e roteiros para se “vingar” de seus editores seniores no The Baltimore Sun, os quais, em suas próprias palavras, haviam “destruído” o jornal. 

LEIA TAMBÉM: 8 Lições sobre investigação criminal que aprendemos em Divisão de Homicídios

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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