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The Rejuvenator: Um clássico do passado com muita Substância

Aquilo que mais perturba a espécie humana até hoje

01/11/2024

Aceitemos essa dura verdade ou não, está ficando cada vez mais comum certas visitações ao passado com o objetivo de compor novos filmes. Entre as toneladas de ideias do gênero horror nascidas principalmente nos anos 1980, vez ou outra esbarramos com uma VHS empoeirada que possui uma estreita relação com um lançamento moderno (e não estamos falando de remakes dessa vez). O filme de hoje é um desses casos.

The Rejuvenator, também conhecido em alguns países como Rejuvenatrix, é um filme de terror e ficção científica americano de 1988, dirigido por Brian Thomas Jones e parcialmente “inspirado” no filme The Wasp Woman, de 1959, que foi produzido e dirigido por Roger Corman. Incrivelmente, Rejuvenator, um filme de orçamento modesto, pode ter inspirado razoavelmente o novo sucesso estrelado por Demi Moore: The Substance. Agora que temos a atenção de todos, vamos ao filme!

Começamos a história à noite, em um laboratório de pesquisas. As cobaias estão agitadas, a cena sugere que alguma coisa deu errado no laboratório. Depois dessa tomada rápida, somos transportados para a manhã seguinte, para o mesmo centro de pesquisas que engloba o setor de animais que vimos anteriormente. Pela manhã, o lugar está bagunçado, mas o prejuízo se resume a uma única espécie que desapareceu. Infelizmente, a fuga de “5254” é um grande problema para os cientistas resolverem. Eles procuram, e tudo o que encontram do fugitivo é parte do que costumava ser, uma massa de carne.

O líder da pesquisa desenvolvida no laboratório é Dr. Gregory Ashton, e logo após o incidente ele é convocado às pressas para a casa de Ruth Warren, uma atriz veterana rica e famosa que injeta alguns milhares de dólares nas pesquisas de Ashton há três anos. O objetivo da pesquisa é refinar o Soro Maten, que promove o rejuvenescimento. Ruth o pressiona por resultados imediatos, chega a se oferecer como cobaia para os próximos passos da pesquisa. Dr. Ashton também é pressionado pela gestão do laboratório de pesquisas, que o confronta quanto a esconder resultados e utilizar métodos antiéticos para acelerar suas pesquisas.

Enfim, Dr. Ashton obtém sucesso em cobaias, e sua financiadora, Sra. Ruth Warren, é a primeira a saber. Ela também descobre com Ashton que precisa de uma cirurgia para implementar o processo em si mesma, e que depois do procedimento precisará de um soro para manutenção dos resultados. Nesse ponto temos um pequeno problema, porque a matéria-prima para o soro é retirada de cérebros humanos, e podemos imaginar que a disponibilidade não seja assim tão grande…

Ashton tenta persuadir Ruth Warren a não se submeter ao processo, haja visto que a interrupção do suprimento de Soro Maten pode ter, além de um retrocesso no rejuvenescimento, reações ainda desconhecidas. Ela insiste e marca uma cirurgia para o dia seguinte. Para deixar tudo mais animado, a cobaia usada nos testes, um ratinho, está desenvolvendo algumas mutações discretas.

A cirurgia é um sucesso e, enquanto Ruth Warren está em recuperação, a cientista que trabalha com Ashton, Dra. Stella Stone, sinaliza outras reações adversas — pelo que parece o corpo rapidamente fica viciado no soro, exigindo doses cada vez maiores, e os membros crescem fora de proporção.

Mesmo ciente desses fatos, tudo que Ashton enxerga é que precisa de mais soro, para que suas cobaias (incluindo Ruth Warren) se estabilizem. Mais soro significa mais cadáveres humanos como matéria-prima, algo que Ashton resolve contratando um matador de aluguel.

Renovada, Ruth Warren está décadas mais jovem, belíssima em seu apogeu, e ela garante seu acordo com Ashton oferecendo todo dinheiro que ele precisar e o seduzindo (eles engatam um romance). Quando o soro perde seu efeito, em uma noite depois de fazerem amor, Ruth Warren se torna uma espécie de monstro. Ashton reverte o processo com mais soro e corre às pressas para o laboratório, onde mais complicações o aguardam. A cobaia animal está exigindo doses maciças de soro, ao que parece, todo organismo inoculado rapidamente desenvolve tolerância ao composto orgânico.

Enquanto Ashton luta para desenvolver um soro sintético (o que dispensaria o uso de cadáveres humanos e estabilizaria o processo), Ruth Warren vive intensamente a juventude que recebeu de volta. Com o efeito do soro durando cada vez menos, e com sua aparência monstruosa e irreconhecível nesses momentos, Ruth decide providenciar seus próprios cadáveres, para não ficar sem o seu soro da juventude.

Existe alguma tensão amorosa entre Ashton, Ruth e o mordomo de Ruth, Wilhelm, que no passado era seu amante. Enquanto Dr. Ashton deseja apenas explorar Ruth e terminar suas pesquisas, Wilhelm a ama de verdade, atuando como uma espécie de mordomo e guarda-costas. Nada que impeça Ruth Warren de descer sua espiral de selvageria e loucura a fim de manter-se jovem para sempre.

Com efeitos práticos muito bons para o período, atores competentes e uma trama que não se perde em momento algum, The Rejuvenator é o que podemos chamar de filme visionário, não só por prever caminhos que o cinema moderno continuaria a abordar, mas também por escolher temas que sempre estarão atormentando a espécie humana. Agora chega o momento de parar essa matéria, porque esse ótimo filme merece a sua visita e permanência até a subida dos créditos. Quanto às semelhanças diretas e indiretas com o filme The Substance, vamos deixar que cada um tome suas próprias conclusões.

E você? Quer viver para sempre? Rejuvenator viveu e você pode conferir aqui: