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DarkSide RecordsEntrevista

A ligação do tradutor de Nação Tomada Pelo Medo com o Radiohead

Saiba mais sobre o multi-artista João Paulo Cuenca

08/11/2024

João Paulo Cuenca é um nome já conhecido daqueles que acompanham o cenário literário nacional. Autor de livros como Descobri que Estava Morto, eleito o melhor romance de 2016 pelo Prêmio Literário Biblioteca Nacional e finalista do Prêmio Jabuti, João (ou JP, como é chamado por nós, os amigos) traduziu, aqui para a DarkSide® Books, Nação Tomada Pelo Medo, de Thom Yorke e Stanley Donwood

LEIA TAMBÉM: Uma playlist de Radiohead para ouvir lendo Nação Tomada pelo Medo

O que nem todo mundo sabe é que o multi-artista (sim, ele é músico, escreve, traduz, dirige e agora pinta quadros) é fã de primeira hora de Radiohead, a banda de Yorke, o que torna este trabalho ainda mais especial. Abaixo, um bate-papo rápido com JP e sua ligação com a banda britânica de clássicos como o espetacular álbum Ok Computer, de 1997.

Liv Brandão: Quem é João Paulo Cuenca?

João Paulo Cuenca: Tenho seis livros publicados e estou terminando meu segundo filme como diretor. Escrevi muita coisa, entre roteiro, crônica e traduções. Toquei também guitarra em bandas, e hoje em dia tenho pintado quadros e tocado muito piano dentro da minha cabeça. Acho que faço todas essas coisas para tentar responder essa sua pergunta.

jp cuenca
©Renato_Parada

LB: Qual é sua ligação com a música em geral?

JP: Indissociável da busca acima. Eu sou muito o que escuto também.

LB: … E com a música do Radiohead?

JP: É a trilha sonora da minha vida desde o final dos anos 1990. Minha primeira tatuagem é um detalhe da capa do Ok Computer. E acho que é a banda que mais vi ao vivo, uma dúzia de vezes pelo mundo. Estava inclusive na primeira vez em que tocaram “Videotape” ao vivo, em 2006, no Hammersmith Apollo, em Londres. Talvez eu seja isso o que chamam de fã. Ao mesmo tempo, já cruzei com o Thom Yorke certa vez no backstage de um festival, mas não passou pela minha cabeça ir falar com ele. Anos depois, traduzir o livro dele me pareceu mais divertido.

LB: Como foi o processo de tradução do livro?

JP: Acima de tudo foi muito didático. Reler esse texto pelo avesso, e ouvindo todas aquelas músicas, buscando soluções para as questões de tradução, me ajudou muito a entender onde estamos. Para mim foi mesmo um balanço do capitalismo tardio dos últimos 20 anos e do meu próprio percurso nele. Essa saturação angustiosa do hiper-real alimentada pela cultura de massa e, acima de tudo, pela internet. A precariedade existencial e material da minha geração e das que vieram depois dela. O Yorke é o Baudelaire dessa época, ele é a antena que captou tudo no coração da crise — e que tenta resistir a ser objetificado como um produto, não só como artista, mas principalmente como um ser humano diante de uma tela num mundo de cópias sobre cópias em que todos parecemos ter perdido a noção do original. E do que é real. Nesse mundo novo onde a realidade se recusa cada vez mais a parecer com ela mesma.

nação tomada pelo medo

LB: O que você achou de mais interessante em Nação Tomada Pelo Medo?

JP: É ao mesmo tempo brutal, duro e comovente. Se a gente pensar que esse experimento literário radical deu origem a letras de pelo menos dois discos centrais da maior banda do mundo contemporâneo [Kid A e Amnesiac, de 1999 e 2000, respectivamente], cantadas por milhões de pessoas em turnês de estádio pelo planeta, a coisa fica ainda mais impressionante.

LEIA TAMBÉM: Por que Radiohead é considerada uma das melhores bandas da história

Sobre Liv Brandão

Avatar photoJornalista, criadora de conteúdo e roteirista. Passou por veículos como O Globo e UOL sempre falando de cultura e entretenimento. É especialista em séries de TV, mas também fala de filmes, música, literatura e o que mais vier.

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