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8 Curiosidades sobre Anne Rice

Conheça a autora imortal que revolucionou a literatura vampiresca e gótica

21/01/2025

Imortal e emblemática. Intrigante e fascinante. Gótica e envolvente. Esses são apenas alguns dos inúmeros adjetivos que podemos utilizar para descrever Anne Rice, a autora que revolucionou a literatura de vampiros, trazendo toda sua excentricidade através de uma abordagem mais humana e complexa para os seus personagens, que permanecem no imaginário e nas referências populares.

Rice deu vida ao vampiro Lestat e às bruxas Mayfair, para citar apenas algumas de suas principais criaturas, provocando uma geração que viria após as suas criações a reestruturar a imagem dos seres vampirescos. O seu romance de estreia, Entrevista com o Vampiro, lançado em 1976, apenas se tornou um fenômeno quase duas décadas após a estreia, quando um filme baseado na obra literária chegou aos cinemas, com a participação de Tom Cruise, Brad Pitt, Kirsten Dunst e Antonio Banderas.

A vida da mulher por trás de um universo sedutor de vampiros, bruxas, fantasmas e anjos ultrapassa os limites da criação gótica e a descoberta desse universo complexo que transcende a vida e a morte pode ser desvendada em Anne Rice: Biografia Vampírica, lançado pela DarkSide® Books. Escrito pela jornalista investigativa Katherine Ramsland, este retrato envolvente e aguçado revela a jornada extraordinária de Rice, desde sua infância em New Orleans até se tornar uma figura central na literatura contemporânea.

A Caveira separou algumas curiosidades que vão te deixar ainda mais sedento por sugar cada detalhe sobre a vida e obra da autora que deixou uma marca vampírica no pescoço da literatura mundial.

1. Anne não é seu nome verdadeiro

Nascida Howard Allen O’Brien, em 4 de outubro de 1941, na cidade de Nova Orleans, Louisiana, foi a segunda de quatro filhas. Curiosamente, ela recebeu o nome do seu pai, que se chamava Howard. Segundo a escritora, sua mãe, Katherine, acreditava que dar o nome Howard para uma mulher traria muitas vantagens para ela no mundo em que vivemos. Mas logo ao entrar na escola, ela pediu para ser chamada de Anne, alterando seu nome original.

2. Anne se inspirou em vampiros através de filmes de Hollywood

Ainda criança, Anne descobriu o filme de terror A Filha de Drácula, de 1936, e ficou impressionada. O filme, que foi uma sequência do original Drácula, teve Gloria Holden estrelando como a filha do famoso vampiro. Em uma entrevista em 2017, a escritora declarou que o longa foi o responsável por definir o que eram os vampiros para ela, definindo-os como pessoas elegantes, trágicas e sensíveis.

Rice escreveu Entrevista com o Vampiro em um período de cinco semanas, em 1973, após permanecer um ano em luto ao perder sua filha mais nova, por uma leucemia rara. Anne se inspirou tanto no filme de Lambert Hillyer como em outras interpretações vampirescas. Por incrível que pareça, ela não buscou referências ou inspiração diretamente no clássico de Bram Stoker. Em 2019, a autora declarou ao The Guardian que, até aquela data, não havia lido Drácula por completo.

3. Teve diversos empregos até se tornar escritora

Enquanto estudava, Rice trabalhou com seguros, foi garçonete e cozinheira. Antes de se casar com Stan Rice, de quem adotou o sobrenome, estudou na Texas Woman’s University e North Texas State College. Ao se mudar para a Califórnia, a autora se formou em Ciências Políticas pela San Francisco State University.

Rice relatou que a decisão de ter estudado Ciências Políticas ao invés de inglês ou redação criativa se deu por ser uma péssima leitora, e por não conseguir ler os volumes de obras de Shakespeare e Chaucer que eram atribuídas nas aulas. Porém, em 1972 completou o mestrado em Escrita Criativa pela San Francisco State University.

4. Anne Rice não escreveu apenas sobre vampiros

Apesar de ser lembrada por Entrevista com o Vampiro e pela série de treze romances que compõem As Crônicas Vampirescas, que no Brasil foi traduzido por Clarice Lispector, Rice também dedicou sua escrita a romances de outros gêneros. Sob o pseudônimo de A. N. Roquelaure, lançou o romance erótico da Bela Adormecida em 1983, que é composto por quatro volumes e reimagina a história do conto de fadas.

Ela também publicou os romances eróticos Exit do Eden e Belinda sob o pseudônimo Anne Rampling. A autora norte-americana também navegou na publicação de romances cristãos, incluindo Angel Time e Christ the Lord: Out of Egypt.

5. Teve uma relação conturbada com a religião

Anne Rice foi criada em uma família católica romana praticante e se tornou agnóstica assim que entrou na faculdade. Em 1998, teve uma experiência de conversão e, por mais de dez anos, retomou a fé de sua infância e escreveu ficção cristã.

Porém, em 2010, Rice escreveu em seu perfil no Facebook que estava se desligando da organização religiosa cristã. A decisão se deu pelo ponto de vista da religião em relação ao controle de natalidade, homossexualidade e ciência, contrários ao que a escritora acreditava. Apesar disso, Rice afirmou que o otimismo que ganhou através da sua redescoberta da fé continuaria presente na sua produção literária.

6. A escrita era um dom familiar

O marido de Anne, Stan Rice, era poeta, pintor e professor de inglês e escrita criativa na Universidade do Estado de São Francisco. Ele publicou sete volumes de livros de poesia, entre eles Red to the Rind e Fear Itself, além de ter recebido prêmios incluindo Edgar Allan Poe Award da Academia de Poetas Americanos.

O segundo filho do casal, Christopher Rice também é um escritor best-seller que publicou livros como The Moonlit Earth, The Heavens Rise e Sapphire Storm. Ele escreveu junto com sua mãe a série de romances Ramses the Damned.

7. Ela transformava as sessões de autógrafos em um show teatral

Os fãs de Anne Rice tiveram a oportunidade de presenciar um espetáculo exclusivo nas sessões de autógrafos da autora. Ela costumava se vestir com fantasias e, em uma das sessões de Memnoch, O Diabo, em 1996, incorporou “a noiva da lua e das estrelas”, utilizando um vestido de cetim preto com uma peruca preta e um cocar de contas douradas.

Em uma das sessões, no final dos anos 1990, Anne chegou em um carro funerário acompanhada por um conjunto completo de jazz de New Orleans, onde seus assistentes a carregaram em um caixão.

8. Ela acreditava que vampiros eram uma metáfora da condição humana

Em sua extensa produção literária, os vampiros estavam sempre presentes. Em 1993, em uma entrevista para a ABC, ela declarou que seu fascínio vampiresco provém de uma interpretação das criaturas sobrenaturais como uma metáfora adequada para a condição humana, explicando que “todos nós fazemos compromissos implacáveis para viver, não é?”.

Os vampiros de Rice foram retratados como estranhos, temidos e isolados da sociedade dominante, atraindo muitos fãs que se identificavam com a sensação de serem empurrados para as margens.

Anne faleceu em 2021, aos 80 anos, devido a complicações decorrentes de um AVC, deixando um legado imortal de romances e obras que impactaram e inspiraram musicais, filmes e séries, além de influenciar a literatura gótica.