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10 Filmes e livros que têm tudo a ver com Slewfoot

Obras que abordam o folk horror e o paganismo

22/01/2025

Connecticut, 1666. Abitha é uma jovem inglesa recém-chegada à colônia puritana de Sutton, na Nova Inglaterra. Desde o início, sua chegada é vista com desconfiança pela comunidade local, marcada pela constante suspeita em relação às mulheres e sua relação com o pecado. Como se não bastasse, Abitha é dona de uma personalidade audaz e de uma língua afiada, sendo excluída do convívio social por seu manejo de amuletos e poções, remédios que sua mãe usava na Inglaterra.

Tudo piora quando um antigo espírito desperta em um bosque sombrio. Enquanto o povo nativo o chama de pai e protetor, os colonos o enxergam como Slewfoot, o demônio. Mas para Abitha, uma recém-viúva, vulnerável e rejeitada, ele é o único que pode ajudá-la. Dessa forma, juntos, os dois iniciam uma batalha entre pagãos e puritanos — que pode destruir toda a aldeia.

Esse é o ponto de partida de Slewfoot: A Fábu l a das Bruxas, lançamento da DarkSide® Books. Uma fábula de magia e mistério, triunfo e terror, a obra é fruto da imaginação de Brom, autor conhecido pelos DarkSiders por Krampus, que se inspira em Salem para abordar a obsessão das acusações de bruxaria e o puritanismo fervoroso que condenou tantas mulheres. Um terror histórico repleto de fantasia, bruxaria e vingança, Slewfoot: A Fábula das Bruxas é uma história atmosférica e aterrorizante que conduz o leitor pelo ambiente persecutório da Nova Inglaterra colonial, colocando sua protagonista, Abitha, em uma perigosa encruzilhada entre a vitimização e a vingança.

Para entrar no clima desse lançamento deliciosamente sombrio, a Caveira separou 10 filmes e livros que têm tudo a ver com Slewfoot:

1. A Bruxa

Ambientado na Nova Inglaterra do século XVII, cerca de sessenta anos antes dos julgamentos em Salem, A Bruxa gira em torno de uma família inglesa que é banida de sua colônia puritana devido a desacordos religiosos. Como consequência, os pais William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate Dickie) empacotam suas coisas e levam os filhos para reconstruir a vida em uma isolada propriedade à beira da floresta. Quando Katherine dá à luz um novo bebê, Samuel, tudo parece estar indo bem, até que o pequeno é inexplicavelmente sequestrado enquanto estava sob os cuidados de sua irmã mais velha, Thomasin (Anya Taylor-Joy). A partir dessa terrível tragédia, acontecimentos cada vez mais estranhos ocorrem com os membros da família, fazendo com que comecem a se virar uns contra os outros, especialmente contra Thomasin.

Responsável por colocar o diretor Robert Eggers no mapa do terror, A Bruxa também foi o filme de estreia de Anya Taylor-Joy. Com uma abordagem misteriosa sobre a bruxaria, o longa utiliza o cenário rural isolado e as rígidas regras religiosas da época para criar uma história aterrorizante marcada pelo medo, pela intolerância e superstição.

2. As Bruxas de Salém

Adaptação da peça de teatro The Crucible, escrita em 1953 pelo dramaturgo Arthur Miller, As Bruxas de Salém é uma versão ficcionalizada dos julgamentos que ocorreram na colônia de Salem entre 1692 e 1693. Dirigido por Nicholas Hytner, o filme acompanha a história de John Proctor (Daniel Day-Lewis), um morador de Salem que, atormentado pela própria consciência, luta para salvar sua esposa, seus amigos e vizinhos das acusações de bruxaria feitas por um grupo de meninas locais. Por trás de tudo está Abigail Williams (Winona Ryder), uma jovem de 17 anos que lidera as acusações para se vingar de Proctor, após os dois terem um breve romance.

Partindo do texto de Miller, que utiliza os eventos históricos como uma alegoria para o macartismo dos anos 1950 nos Estados Unidos, As Bruxas de Salém traz o ambiente puritano da colônia para abordar temas como integridade, honra e o poder destrutivo de falsas acusações.

3. Salem

Século XVII. Abigail Hobbs é uma jovem feliz e livre de 14 anos que vive despreocupadamente com os pais na vila de Salem. No entanto, tudo muda quando um evento inocente desencadeia uma série de perseguições às jovens garotas da vila. Esse é o ponto de partida de Salem, graphic novel do autor francês Thomas Gilbert, que mergulhou nas raízes históricas da colônia de Salem e, com o auxílio da ficção, amplificou as verdades e vozes dos julgamentos que ali aconteceram.

Integrante da marca DarkSide Graphic Novel, Salem leva o leitor para o inquietante mundo da colônia puritana, revelando seus desdobramentos na sociedade contemporânea e abordando temas como hipocrisia religiosa e massacre de povos indígenas.

4. Woodlands Dark and Days Bewitched: A Story of Folk Horror

Dirigido por Kier-La Janisse Woodlands Dark and Days Bewitched é o primeiro documentário a explorar na íntegra o fenômeno do folk horror no cinema. Com mais de 190 minutos de duração, o longa explora o subgênero desde o seu início ao final dos anos 1960, com filmes como O Caçador de Bruxas de Michael Reeves, até sua popularização e proliferação na década seguinte.

O documentário também investiga como o folk horror se manifestou na televisão britânica e posteriormente no horror americano, asiático, australiano e europeu, chegando até o renascimento do gênero na última década. Um prato cheio para os fãs do subgênero e de histórias como Slewfoot, Woodlands Dark and Days Bewitched aborda mais de 200 filmes do estilo e apresenta mais de 50 entrevistados, investigando a celebração, o fascínio e o medo causados por essas histórias em nossa cultura.

5. O Estigma de Satanás

Ambientado na Inglaterra do início do século XVII, O Estigma de Satanás é frequentemente considerado um dos grandes precursores do folk horror no cinema britânico. Dirigido por Piers Haggard, o filme se passa em uma isolada aldeia rural onde coisas estranhas começam a acontecer após um fazendeiro local desenterrar um bizarro objeto parecido com um crânio. Enquanto alguns indivíduos tentam resolver o sinistro mistério, a aldeia se vê invadida e controlada por uma inquietante força malévola.

Misturando temas como superstição, rituais, desconfiança e isolamento, O Estigma de Satanás utiliza paisagens misteriosas e atmosféricas para entregar uma narrativa sobre demônios, feitiçaria e magia maligna.

6. O Homem de Palha

Outro clássico do folk horror britânico, O Homem de Palha acompanha a jornada do sargento Neil Howie (Edward Woodward) até a remota ilha de Summerisle para investigar o desaparecimento da jovem Rowan Morrison. No entanto, ao chegar no local, nenhum dos moradores parece saber quem ela é. Atormentado, Howie, um cristão devoto, continua sua investigação, ficando cada vez mais horrorizado com os rituais pagãos da ilha e eventualmente entrando em conflito com o líder local, Lord Summerisle (Christopher Lee). Com as festividades do Dia de Maio se aproximando, Howie se aproxima da verdade. No entanto, quando ele enfim descobre o que está acontecendo, já é tarde demais.

Com um cenário assustador e uma história para lá de sinistra, O Homem de Palha é daqueles filmes que deixam o espectador desconfortável do começo ao fim. Marcado pelo final chocante e pela atuação de Christopher Lee como Lord Summerisle, o filme gira em torno de questões religiosas, abordando principalmente o conflito entre o cristianismo e o paganismo.

7. Você Não Estará Só!

Situado em uma isolada aldeia na Macedônia do século XIX, Você Não Estará Só! conta a história de Nevena (Sara Klimoska), uma jovem que é retirada da proteção da mãe biológica e transformada em bruxa por Maria (Anamaria Marinca). Incitada pela nova tutora, ela logo descobre que pode assumir diferentes formas humanas e animais. Curiosa sobre o que significa ser humano, ela acaba acidentalmente matando uma jovem camponesa (Noomi Rapace), assumindo sua forma para viver em sua pele. Perdida e confusa, ela passa então a utilizar seu poder para experimentar a vida de diferentes perspectivas, tentando entender o que significa ser humano e encontrar seu lugar no mundo.

Oferecendo um retrato pouco convencional da bruxaria, Você Não Estará Só! é um filme agridoce que aborda temas como humanidade, pertencimento, perda e amor, ao mesmo tempo em que oferece ao espectador pitadas de horror corporal e gore.

8. Hellbender

Com uma premissa relativamente simples, Hellbender conta a história de Izzy (Zelda Adams) e sua mãe (Toby Poser), que vivem isoladas do resto da sociedade, criando música heavy metal em uma floresta. Por mais agradável que a vida seja, eventualmente Izzy fica curiosa sobre o mundo ao seu redor, desejando mais conexão humana. No entanto, quanto mais ela investiga a história de sua família, mais ela descobre estar secretamente ligada a uma forma sombria de magia comandada por um clã matriarcal de seres sobrenaturais.

Com visuais deslumbrantes e um ambiente assustador, marcado por uma floresta sinistra, Hellbender é simultaneamente um filme de folk horror e um coming of age, abordando temas como parentalidade, bruxaria, matriarcado e libertação feminina. Além disso, o filme tem uma história de produção bastante peculiar: foi inteiramente escrito, dirigido e editado por membros de uma mesma família.

9. A Maldição da Bruxa

A história de A Maldição da Bruxa se passa na Áustria do século XV onde a jovem Albrun (Celina Peter) é ostracizada pela comunidade local após a morte de sua mãe, já que os moradores acreditam que as duas são bruxas por serem mães solo. Devido ao isolamento e tristeza, Albrun começa a agir de forma estranha, sendo que seu comportamento é agravado por estranhas alucinações e aparições.

Com uma performance sutil, mas intensa de Celina Peter como Albrun, A Maldição da Bruxa transita entre o horror sobrenatural e o horror psicológico. Um filme bonito e trágico, o longa aborda superstição, histeria, crença em bruxas e o medo do paganismo, ao mesmo tempo em que ilustra a trágica vulnerabilidade causada pela rejeição.

10. O Ano das Bruxas

Escrito por Alexis Henderson, O Ano das Bruxas conta a história de Immanuelle, uma jovem tida por muitos como amaldiçoada por causa dos pecados de sua mãe. Vivendo na cidade de Betel, onde a palavra do Profeta é lei, ela faz de tudo para seguir o Protocolo Sagrado e levar uma vida de obediência, devoção e conformidade como todas as outras mulheres locais. Contudo, sua vida muda drasticamente quando um acidente a leva até a Mata Sombria, local onde o primeiro Profeta matou quatro bruxas poderosas. Lá, ela se encontra com os espíritos dessas mesmas bruxas, que a presenteiam com o antigo diário de sua mãe. Quanto mais Immanuelle lê, mais ela compreende a injustiça da sociedade em que vive, decidindo então que alguém deve começar uma mudança.

Integrante da coleção Magicae, O Ano das Bruxas traz uma história sangrenta e visceral, povoada por divindades, sacrifícios de sangue e pragas. Livro de estreia de Alexis Henderson, a obra utiliza da fantasia para abordar temas bastante reais, como desigualdades sociais e de gênero; fanatismo religioso e intolerância.

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