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Crime SceneE.L.A.S

8 Casos reais de pessoas condenadas por crimes que não cometeram

Em Sono Eterno das Margaridas, um erro deixou um serial killer à solta

19/02/2025

Quando tinha 16 anos, Tessa Cartwright foi encontrada quase sem vida em um campo no Texas. Sem saber como foi parar no local, a jovem se tornou a única sobrevivente das Margaridas, apelido dado às vítimas de um serial killer conhecido por cobrir suas covas com um tipo de margarida que abre suas pétalas à noite. Graças ao depoimento de Tessa, a polícia soluciona o caso, sentenciando um homem à pena de morte

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Vinte anos depois, a história ainda assombra Tessa, que continua vivendo em um mundo de medos e traumas. Tudo piora quando margaridas começam a aparecer misteriosamente em sua janela, revelando que o verdadeiro assassino está à solta e que um homem inocente está no corredor da morte. 

Essa é a premissa de Sono Eterno das Margaridas de Julia Heaberlin, lançamento do projeto especial E.L.A.S. – Especialistas Literárias na Anatomia do Suspense da DarkSide® Books. Neste thriller psicológico que alterna entre passado e presente, Heaberlin utiliza todo o seu talento para mergulhar na mente e no coração de uma vítima ao mesmo tempo em que revela informações sobre condenações errôneas e a realidade das penitenciárias no Texas. 

sono eterno das margaridas

Infelizmente, condenações injustas estão longe de acontecer apenas na ficção. Ao redor do mundo existem inúmeros casos reais de pessoas que foram acusadas e condenadas por crimes que não cometeram, sendo submetidas a danos psicológicos, financeiros e até mesmo físicos. Conheça agora casos reais emblemáticos em que a justiça condenou uma pessoa por um crime que ela não cometeu:

1. Os Cinco do Central Park

Em abril de 1989, cinco jovens — quatro negros e um latino — foram presos e acusados de atacar e agredir sexualmente Trisha Meili, uma mulher branca que estava correndo no Central Park em Nova York. Apesar da falta de provas materiais, Korey Wise, Kevin Richardson, Yusef Salaam, Antron McCray e Raymond Santana, que tinham entre 14 e 16 anos, foram coagidos pela polícia a confessar o crime após horas de interrogatório sem a presença de seus responsáveis ou advogados. Rapidamente, os garotos foram levados a julgamento e considerados culpados, cumprindo penas de sete a treze anos. 

os cinco de central park

Mais de uma década depois, um homem chamado Matias Reyes, preso por atacar sexualmente cinco mulheres em 1989, confessou a agressão contra Meili. A evidência de DNA confirmou sua versão dos fatos e exonerou os rapazes. Em 2002, as condenações contra McCray, Richardson, Salaam, Santana e Wise foram oficialmente derrubadas e o grupo, que ficou conhecido como Os Cinco do Central Park, foi libertado.

Com o passar dos anos, eles compartilharam publicamente suas provações e traumas, tornando -se vozes ativas em denúncias de condenações injustas e do racismo do sistema judiciário americano. O caso foi abordado no documentário Central Park Five: A Verdadeira História por Trás do Crime (2012) e na minissérie Olhos que Condenam (2019).

2. Os irmãos Naves

No final de 1937, na pacata cidade de Araguari, Minas Gerais, os irmãos Sebastião e Joaquim Naves foram até a polícia denunciar o desaparecimento de seu sócio, Benedito Pereira Caetano, que havia misteriosamente sumido com o dinheiro recebido pela venda de uma grande safra de arroz. A situação tomou um rumo drástico quando o tenente responsável pelo caso chegou à conclusão de que os dois haviam premeditado a morte de Benedito para roubar o dinheiro.

Mesmo sem nenhum corpo e sem provas de seu envolvimento, os irmãos foram presos e durante meses foram brutalmente torturados, ao lado da mãe e outros familiares, para confessarem o crime. Em 1938, eles foram levados a julgamento e considerados inocentes. No entanto, mediante a Constituição de 1937, o veredito foi alterado, sendo os irmãos condenados a 25 anos de prisão, pena que posteriormente foi reduzida para 16 anos.

irmãos naves

Após oito anos, devido a um comportamento exemplar, os dois foram colocados em liberdade condicional. Contudo, em 1948, devido às sequelas das torturas às quais foi submetido, Joaquim faleceu como indigente no Asilo São Vicente de Paulo em Araguari. Seu irmão, Sebastião, continuou tentando provar sua inocência e a do irmão. Para a surpresa de todos, em 1952, Benedito, a dita “vítima do homicídio”, apareceu vivo e em perfeita saúde física e mental.

Em 1953, após tantas reviravoltas, o caso dos irmãos Naves foi revisado pela justiça, e Joaquim e Sebastião foram oficialmente absolvidos. Em 1960, Sebastião finalmente conseguiu processar o Estado e garantir uma indenização à sua família. Até hoje, o caso é considerado um dos piores erros judiciais da história do Brasil, sendo adaptado para os cinemas em 1967 em um filme protagonizado por Juca de Oliveira e Raul Cortez.

3. Glynn Simmons

Em 1975, Glynn Simmons, de 22 anos, foi preso e acusado formalmente pelo homicídio de Carolyn Sue Rogers durante um assalto a uma loja de bebidas no subúrbio de Oklahoma City em 1974. Simmons, junto de Don Roberts, de 21 anos, foi preso e condenado com base no testemunho de Belina Brown, uma moça que havia sido baleada na cabeça durante o assalto. Brown identificou os dois em uma fila de suspeitos aleatoriamente formada pela polícia e foi crucial para que Simmons e Roberts fossem condenados à pena de morte, sentença que em 1977 foi alterada para prisão perpétua sem liberdade condicional. 

glynn simmons

Contudo, ao longo dos anos os homens continuaram alegando sua inocência. Eles inclusive possuíam álibis, confirmados por amigos e conhecidos, de que não estavam na cidade quando o crime foi cometido. Simmons, por exemplo, estava em Harvey, no estado da Louisiana, jogando sinuca com várias pessoas que corroboraram sua história.

O caso começou a ser revisado quando a confiabilidade da identificação de Brown foi contestada. A jovem contradisse seu próprio depoimento e até mesmo sugeriu o envolvimento de outros homens no caso. No final das contas, Roberts ganhou liberdade condicional em 2008, mas Simmons foi libertado e inocentado apenas em 2023 aos 70 anos. Ele ficou preso por 48 anos e sua prisão é considerada a condenação injusta mais longa da história americana. 

4. Henry McCollum e Leon Brown

Henry McCollum e Leon Brown tinham respectivamente 19 e 15 anos quando foram incriminados pelo assassinato de Sabrina Buie, uma criança de apenas 11 anos. Em 1983, os dois irmãos, que possuíam deficiência intelectual, foram injustamente condenados e sentenciados à morte no condado de Robeson, na Carolina do Norte.

henry mccollum e leon brown

Além de não haver nenhuma evidência física que os ligasse ao crime, os investigadores forçaram os adolescentes a assinar confissões falsas, submetendo-os por horas a interrogatórios sem a presença de familiares ou advogados. Para piorar, durante os julgamentos, a polícia e a promotoria suprimiram evidências que poderiam resultar na absolvição dos jovens. 

Os irmãos passaram décadas alegando sua inocência. Contudo, foi apenas entre 2010 e 2014, após o envolvimento da Comissão de Investigação de Inocência da Carolina do Norte, que testes de DNA revelaram que o verdadeiro culpado era um terceiro homem, chamado Roscoe Artis, e que McCollum e Brown eram inocentes. Em 2014, após 31 anos de prisão, os irmãos foram finalmente exonerados, recebendo 75 milhões de dólares como compensação pela injustiça.

5. Trio de West Memphis

Damien Echols, Jessie Misskelley Jr. e Jason Baldwin tinham 18, 17 e 16 anos, quando foram julgados e condenados pelo assassinato brutal de três meninos de oito anos de idade — Stevie Edward Branch, Christopher Byers e Michael Moore — em 1993 na cidade de West Memphis, no Arkansas. Sem provas físicas concretas e motivados por uma onda de pânico satânico, os policiais focaram nos três adolescentes que eram vistos como outsiders pela comunidade local por serem fãs de heavy metal e se interessarem por ocultismo.

Depois de mais de 12 horas de interrogatório sem a presença de um advogado, Misskelley — que havia sido diagnosticado com um QI baixo — foi coagido a confessar, fornecendo então um relato cheio de contradições e furos. Posteriormente, o jovem tentou retirar a confissão, mas esta acabou sendo utilizada para condenar os três adolescentes.

trio de west memphis

Em 1994, em um julgamento marcado por pânico satânico, falta de provas de DNA e testemunhas pouco confiáveis, Echols foi condenado à morte e Baldwin e Misskelley à prisão perpétua. Em 2007, novas análises forenses mostraram que não havia evidências ligando os três homens ao crime. Em 2011, após quase 18 anos presos, eles aceitaram um acordo judicial que os permitiu serem soltos.

O caso é um dos exemplos mais conhecidos de condenação injusta nos Estados Unidos, ficando famoso pelas falhas no processo judicial e pelo preconceito contra os acusados. Ao longo dos anos, a história atraiu a atenção da mídia e de celebridades, sendo abordada em documentários famosos como A Oeste de Memphis e Paradise Lost

6. Sally Clark

Protagonista de uma das histórias mais impactantes de condenação errônea no Reino Unido, Sally Clark tinha 30 anos quando foi presa pelo assassinato de seus dois filhos. Tudo começou em 1996 quando Christopher, seu primeiro filho, então com 11 semanas de vida, faleceu tragicamente. A causa da morte foi determinada como Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI), uma condição caracterizada pela morte inesperada de um bebê saudável. Em 1998, Sally sofreu outra grande perda quando seu segundo filho, Harry, faleceu da mesma forma aos 8 meses de idade. Um mês depois, ela foi presa e julgada pela morte dos bebês, com a polícia alegando ser incomum que duas crianças da mesma família falecessem de SMSI. 

sally clark

Durante o julgamento, a acusação utilizou estatísticas distorcidas, sem base científica sólida, apresentadas por um pediatra que afirmou que a probabilidade de duas mortes de SMSI em uma mesma família era uma em 73 milhões. Esse cálculo, junto a alegações e suposições errôneas de outras testemunhas, foi um dos pilares para a condenação de Sally, que em 1999 foi sentenciada a 30 anos de prisão. 

Em 2003, um novo julgamento foi realizado, apontando que as estatísticas utilizadas pela acusação estavam completamente erradas e que o patologista forense que examinou os bebês não havia divulgado os relatórios microbiológicos que sugeriam que Christopher havia morrido de causas naturais e que Harry possuía uma grave infecção bacteriana no cérebro. A condenação foi enfim anulada e Sally foi libertada após passar três anos na prisão. No entanto, ela nunca se recuperou da experiência traumática e em 2007 tirou a própria vida aos 42 anos. 

7. Rubin “Hurricane” Carter

Em 1966, Rubin “Hurricane” Carter, um famoso boxeador estadunidense, foi acusado de ter cometido um triplo homicídio em um bar em Paterson, Nova Jersey. Na ocasião do crime, Carter e seu amigo, John Artis, estavam muito longe do local, dando uma volta de carro do outro lado da cidade. No entanto, eles foram parados e presos pela polícia após testemunhas afirmarem que as vítimas haviam sido mortas por dois homens negros. Mesmo que os testemunhos fossem contraditórios e não houvesse provas físicas, Carter e Artis foram identificados e presos por um crime que não cometeram. 

rubin hurricane carter

Em 1967, os dois foram levados a julgamento em um processo marcado por irregularidades e falhas, já que a principal evidência contra o boxeador era uma identificação errônea feita por uma testemunha. Para piorar, as provas que poderiam inocentá-lo foram ignoradas. Após um julgamento apressado e parcial, com um júri formado apenas por pessoas brancas, Carter foi condenado ao corredor da morte, enquanto Artis à prisão perpétua.

Após anos de apelações e processos, em 1985, Carter teve sua condenação revogada quando uma revisão apontou que a investigação e o julgamento haviam sido marcados por evidências fabricadas, erros judiciários e práticas racistas. Seu amigo, Artis havia sido libertado sob condicional quatro anos antes. Antes disso, em 1975, o caso havia atraído atenção internacional ao ser mencionado na música “Hurricane” do cantor Bob Dylan. Em 1999, a história foi adaptada para os cinemas no filme Hurricane – O Furacão, com Carter sendo interpretado por Denzel Washington. 

8. Sabrina Butler

Sabrina Butler tinha apenas 18 anos quando foi acusada de assassinar seu filho de nove meses, Walter Dean Butler. Em 1989, a jovem estava em casa quando seu bebê subitamente parou de respirar. Ela então correu para o hospital, mas após trinta minutos, Walter foi declarado morto. Inicialmente, os médicos diagnosticaram a causa do falecimento como SMSI, mas a polícia, pressionada pela natureza trágica do caso e por hematomas deixados no corpo do bebê durante a tentativa de reanimação, levantou a hipótese de que Sabrina havia agredido e assassinado o próprio filho. Um dia após o falecimento, ela foi presa e acusada formalmente de homicídio e abuso infantil, após ser interrogada por horas sem a presença de um advogado.

sabrina butler

Em 1990, a acusação argumentou que Sabrina havia infligido intencionalmente os machucados em seu filho, que havia então falecido devido a essas agressões físicas. Embora não existisse nenhuma prova de que Sabrina havia cometido o crime, a jovem mãe foi condenada por assassinato e se tornou a única mulher no corredor da morte do Mississippi em 1990. Após sua condenação, ela continuou lutando para provar sua inocência.

Em 1995, novas evidências fizeram com que o caso fosse reexaminado, apontando que as lesões encontradas no corpo de Walter eram fruto das tentativas de reanimação e que o bebê havia provavelmente morrido de hiponatremia, uma condição caracterizada por baixos níveis de sódio no sangue. Desta forma, Sabrina foi finalmente absolvida e exonerada, após ter passado mais de cinco anos na prisão. Ela foi a primeira de duas mulheres a serem exoneradas do corredor da morte nos Estados Unidos. 

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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