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O mito e a psicologia por trás de Hannibal

Por que somos fascinados pelo personagem de Thomas Harris?

24/02/2025

Quando pensamos em psicopatas na cultura pop é difícil não lembrarmos do Dr. Hannibal Lecter. Criado pelo escritor Thomas Harris e apresentado em 1981 na obra Dragão Vermelho, Lecter não apenas se tornou protagonista de uma famosa série literária como também foi imortalizado no cinema e na televisão, interpretado por Anthony Hopkins no premiado filme de 1991, O Silêncio dos Inocentes, e por Mads Mikkelsen na série da NBC, Hannibal

LEIA TAMBÉM: Saiba a ordem cronológica dos filmes e séries de Hannibal

Recentemente, o psiquiatra chegou à DarkSide® Books em Hannibal: A Origem do Mal, terceiro livro protagonizado pelo personagem. Lançado originalmente em 1999, Hannibal mergulha no passado de Lecter para explorar os eventos que moldaram sua identidade e personalidade monstruosas. Iniciando na Lituânia durante a Segunda Guerra Mundial e indo até a França pós-guerra, Hannibal é uma leitura obrigatória para os fãs que desejam compreender a história e a psicologia por trás de um dos vilões mais famosos da literatura e do cinema. 

hannibal a origem do mal

Mas, afinal de contas: o que Lecter tem de tão especial? De que forma o personagem criado por Thomas Harris impactou a representação de psicopatas na cultura pop? Será que o retrato da personalidade psicopática feita pelos filmes e livros é consistente com a pesquisa acadêmica da área? Vem que a Caveira te conta tudo que você precisa saber sobre o assunto. 

Hannibal Lecter: o antagonista que fascinou gerações

Para muitos fãs, Hannibal Lecter é a representação mais precisa da psicopatia que existe na cultura pop. De certa forma, desde que fomos apresentados ao personagem, passamos a pensar em psicopatas como pessoas arrogantes, calmas, manipuladoras e extremamente inteligentes

Em 1991, O Silêncio dos Inocentes, adaptação cinematográfica do livro homônimo, causou um impacto ainda maior na concepção popular sobre a psicopatia. O filme dirigido por Jonathan Demme criou a imagem de um vilão perfeito, um ser praticamente impossível de ser derrotado e que sempre parecia estar um passo à frente de todos. Uma personificação mítica dos medos mais profundos e sombrios da sociedade, o Dr. Hannibal Lecter de Anthony Hopkins se tornou um personagem fascinante por diversos motivos. Além de ser um médico psiquiatra bem-sucedido, ele é requintado e desprovido de qualquer tipo de consciência. Para piorar, também é arrogante e manipulador, sendo caracterizado por uma alta inteligência que lhe permite enganar todos ao seu redor. 

o silêncio dos inocentes

Não demorou muito para que essa caracterização de psicopatia fosse levada para outros filmes, como Se7en: Os Sete Crimes Capitais (1995) e Jogos Mortais (2004). Em pouco tempo, o conceito popular de psicopata se associou fortemente a características ressaltadas por Lecter, como frieza, astúcia e alto intelecto. Mas, será que a ciência apoia essa relação entre psicopatia e alta inteligência? 

Para a decepção dos fãs, a resposta é não. Ao contrário da concepção popular, estudos mostram que se o psiquiatra canibal existisse na vida real, ele provavelmente seria uma exceção. Inclusive, a imagem criada por ele foi nomeada por psiquiatras e psicólogos como “o mito de Hannibal Lecter”, motivando a elaboração de novos estudos e pesquisas que tentam entender a relação entre esses psicopatia e inteligência.

Para começo de conversa, cientificamente para uma pessoa ser classificada como psicopata, ou seja, como tendo transtorno de personalidade antissocial, ela precisa alcançar uma pontuação específica em testes psicológicos. Pesquisas estimam que cerca de 1,2% da população adulta pode ser diagnosticada dentro desta condição. Nesse sentido, segundo os especialistas, os sintomas podem ser divididos em dois blocos: sintomas afetivos (como charme superficial, manipulação e falta de empatia) e comportamentos antissociais. Acontece que não existe um critério específico dentro desses testes que identifique a alta inteligência como uma variável essencial para o diagnóstico de psicopatia. 

hannibal lecter

Na tentativa de entender se realmente existe uma relação entre esses dois conceitos, muitos pesquisadores recorreram à meta-análises, ou seja, técnicas estatísticas que combinam os resultados de vários estudos sobre um mesmo tema. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de St. Louis no Missouri, por exemplo, realizou uma meta-análise de 187 estudos sobre a relação entre psicopatia e inteligência, os quais envolveram mais de 9 mil participantes. Os resultados da meta-análise produziram um pequeno, mas significativo, tamanho de efeito que sugere que indivíduos que pontuam mais alto em testes de psicopatia tendem a pontuar menos em testes de inteligência

É claro que existem exceções e inúmeros outros fatores (por exemplo, em amostras femininas a relação entre psicopatia e inteligência é mais evidente; em amostras masculinas, elas não parecem relacionadas), mas o que as meta-análises mostram é que existe uma relação praticamente inversa entre os traços de psicopatia e de inteligência geral. Ou seja, quanto mais traços de psicopatia o indivíduo pontua, menor é a sua pontuação tanto em testes de inteligência geral quanto de inteligência emocional, o que parece apontar para uma direção completamente diferente da popularizada por Hannibal Lecter.

Desta forma, a conclusão é que Lecter não é o modelo mais preciso de psicopatia que existe na cultura pop, sendo praticamente uma exceção e não um exemplo de pessoa psicopática. Independentemente disso, esse novo olhar não apaga o legado e impacto que o personagem teve. Pelo contrário, o Dr. Hannibal “Canibal” Lecter continua fascinando leitores e espectadores de diferentes gerações, simultaneamente nos divertindo e assustando.  

hannibal série

Representando um medo coletivo bastante atual, o do indivíduo que parece inofensivo, mas que na verdade é terrivelmente perigoso, Lecter é a personificação do monstro moderno. E ele finalmente encontrou seu lar na DarkSide® Books, ao lado de outros personagens icônicos do terror. Agora você pode conhecer as origens desta antagonista em Hannibal: A Origem do Mal de Thomas Harris. Prepare-se porque a mesa está posta e Hannibal finalmente está em casa. 

LEIA TAMBÉM: 12 Curiosidades do filme O Silêncio dos Inocentes

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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