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Blue Monkey: insetos gigantes, epidemia e desespero

Um filme com um gore violento nos momentos certos

01/08/2025

Para muitos fãs e entusiastas do gênero horror, as doenças, pragas e infecções conseguem ser mais assustadoras do que qualquer Poltergeist. Com isso estabelecido, a coluna de hoje é dedicada a todos que se desesperam quando surge uma nova epidemia. Mas vamos com calma, ainda teremos muitas surpresas nesse iceberg de bizarrices.

LEIA TAMBÉM: The Slayer: pesadelos, gore e premonições

Blue Monkey

Blue Monkey é uma produção canadense que chegou ao mundo em 1987. O filme foi dirigido por William Fruet e escrito por George Goldsmith e Chris Koseluk. Foi lançado e popularizado (e criticado) em VHS em 1988. Nos Estados Unidos e em outros mercados, a produção recebeu o nome de Insect, por aqui recebeu a tradução para O Inseto.

Começamos o filme no centro da cidade, em uma visão macro, e rapidamente somos transportados para o subúrbio, onde uma mulher e um homem (Marwella Harbison e Fred Adams), ambos idosos, se dedicam a uma estufa.  Há várias espécies de plantas, e enquanto Marwella cuida das flores, o faz-tudo Fred cuida da manutenção da estufa (e de convidá-la para um jantar). Convite aceito, ele se distrai com uma das plantas, que parece um pouco caidinha. Fred se fere com um espinho dessa planta e Marwella explica que se trata de uma planta de uma área vulcânica da Micronésia, que chegou há pouco na estufa. Ela também diz que a planta não tem espinhos, mas o dedo de Fred continua ferido. Ele mal chega ao carro, desmaia, e em poucos segundos o dedo ferido parece podre.

Blue Monkey

No ambulatório, os médicos detectam uma picada de inseto e Fred parece estar sofrendo um choque séptico (infecção bacteriana severa). Infelizmente, o pobre Fred só piora e, depois de uma crise convulsiva, ele expele pela boca o que parece ser um verme ou talvez uma pupa. Fred sobrevive, e a coisa que sai por sua boca tem uns quinze centímetros de comprimento. Suspeitando de algum agente patológico transmissível, os médicos examinam todos os presentes no ambulatório, entre eles um detetive de polícia chamado Bishop, que acompanha seu parceiro ferido em um tiroteio. Bishop acaba flertando de leve com uma das médicas do lugar, a Dra. Rachel.

blue monkey

Com Bishop e Rachel, descobrimos que o hospital também é um centro de pesquisas sobre decomposição de DNA e RNA via laser, e aqui temos uma certa similaridade inesperada com o universo de Stranger Things (vocês entenderão quando assistirem).

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O hospital segue em isolamento, mas isso não impede que uma das amigas idosas de Marwella encontre uma maneira de entrar. Ela é rapidamente escoltada para fora do quarto da amiga e, na sequência, a médica responsável por Fred, Judith, aconselha o hospital a reportar os últimos fatos ao Centro de Controle de Doenças (LIDC), na cidade de Lincoln. A administração do hospital parece relutante, então Judith decide abrir a pupa para descobrir o que sua casca esconde. A coisa dispara um choque quando é forçada e, depois, libera um inseto, que não nos é mostrado nesse momento. Mas sabemos que essa coisa pode ter deixado seus descendentes no velho Fred.

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Aliviando a tensão (ou não…), também existem crianças nesse hospital, e elas são um elemento muito carismático do filme. As crianças rapidamente estabelecem alguma conexão com o detetive Bishop, principalmente o líder, um garoto chamado Jimmi, que recebe tratamento para leucemia.

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Enquanto isso, o pobre Fred continua piorando, e agora seus ossos derretem e o cálcio inunda suas veias. Depois de uma parada cardiorrespiratória, as médicas tentam reanimá-lo com um desfibrilador, mas tudo o que conseguem é fazer com que seu peito exploda em um banho de sangue. E as más notícias não param por aí, porque outras quatro pessoas, entre pacientes e paramédicos, começam a apresentar sintomas parecidos. Depois de analisar as amostras recebidas, o Controle de Doenças da cidade de Lincoln decide colocar em prática os protocolos de segurança, que incluem isolamento e análise do primeiro ponto de contágio: a estufa de Marwella. E, como se tudo já não fosse ruim o bastante, as crianças confundem um agente de crescimento hormonal com ração para insetos e despejam a medicação na coisinha que saiu da pupa. Aliás, nós ainda não a vimos — então é quase impossível não continuarmos assistindo, ainda mais agora que a coisinha está prestes a se tornar um grande inseto predador… com anabolizantes.

blue monkey

Enquanto a criatura experimenta outro estágio de metamorfose, o Centro de Controle de Doenças de Lincoln coloca o hospital em quarentena e incendeia a estufa, na tentativa de conter novas infecções. Dentro do hospital, médicos e enfermeiras se recusam a continuar atendendo os infectados, temendo também serem contaminados. Quem não sente medo ou receio algum são Marwella e sua amiga, Dede, que contrabandeou uísque para as duas encherem a cara.

blue monkey

Com o avanço do filme (e dos anos), Blue Monkey parece ter envelhecido muito bem. Apesar das críticas negativas que recebeu em seus primeiros anos, ele se mostra interessante, visionário e com uma trama carregada de possibilidades fantasiosas que, hoje em dia, parecem bastante plausíveis. O gore apresentado também é muito competente e continua aumentando nossa curiosidade sobre os horrores que ainda virão.

blue monkey

Uma das últimas pessoas a conseguir entrar no hospital foi o especialista em insetos, o entomologista Elliot Jacobs, e ele segue o rastro de destruição da coisa junto com Rachel e Bishop. O filme ganha fortes contornos de Alien quando o grupo consegue localizar o inseto gigante. O monstro conseguiu se reproduzir, e Elliot especula que a espécie gerada logo atingirá a capacidade de pôr ovos — de 500 a 600 ovos! Sim, e pode piorar, pois, se desses ovos eclodirem casais férteis, em um ano a população de insetos gigantes poderá atingir 100 milhões de indivíduos.

blue monkey

Depois de uma aula sobre como os insetos são fortes, impiedosos e mortais (além de se alimentarem de carne humana), Elliot convence o gestor do hospital e os demais a partirem em uma caçada contra a fêmea, mesmo levando em conta a aparente invulnerabilidade do inseto-pai, o hermafrodita que protege a fêmea neonata. Elliot também tem planos para esse inseto original: pretende estudá-lo ainda vivo, a fim de encontrar uma forma de deter a infecção. E eles precisam fazer isso em pouco tempo, porque o governo pretende incendiar o hospital (e quem estiver dentro dele) em menos de duas horas!

blue monkey

Agora, pela autoridade dos sensores do spoiler, precisamos parar por aqui. Se vocês se interessaram pelo que leram e querem saber se nossos heróis conseguiram deter a proliferação dos insetos e escapar vivos, sugiro que deem uma chance ao filme, e depois contem pra gente o que acharam da “vacina” de Marwella.

Blue Monkey não é o tipo de filme que arrastaria uma multidão para conhecê-lo, mas um cinéfilo de horror vai se contaminar irreversivelmente com esse grande filme subestimado. Com um gore violento nos momentos certos e doses generosas de Cronenberg, Spielberg, John Carpenter e Ridley Scott, Blue Monkey precisa entrar na sua lista.

Vamos apertar o play? É satisfação garantida! veja o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=xJI3NwMWKS8&pp=0gcJCdgAo7VqN5tD

LEIA TAMBÉM: The Shout: magia ritual, atmosfera e loucura

Sobre Cesar Bravo

amplificador cesar bravoCesar Bravo é escritor, criador de conteúdo e editor. Pela DarkSide® Books, publicou Ultra Carnem, VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, DVD: Devoção Verdadeira a D., 1618 e Amplificador.

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