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10 curiosidades dos Monstros da Universal

conheça os bastidores da Era de Ouro

07/08/2025

A franquia de monstros criada pela Universal na década de 1920 é uma das mais populares da história do cinema. Por mais de trinta anos, o estúdio definiu a essência dos filmes de terror americanos, lançando inúmeros sucessos que moldaram o gênero tal qual o conhecemos hoje. 

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Com direito a maquiagens elaboradas, atores que se tornaram ícones do gênero e enredos chocantes para a época, tais filmes não mudaram apenas o cinema. Eles também entraram em nosso imaginário, definindo a percepção coletiva de monstros e do próprio terror cinematográfico. Foi pensando nesse legado que a Macabra Filmes e a DarkSide® Books celebram a coleção Monstros da Universal, que traz para os leitores brasileiros um trio de graphic novels que adapta três grandes clássicos dessa Era de Ouro: Drácula, Frankenstein e O Monstro da Lagoa Negra. Com narrativas viscerais e visuais impactantes, cada obra oferece uma experiência única para os fãs desses monstros eternos, reimaginando suas histórias e mostrando que tais criaturas permanecem mais vivas do que nunca em nossa cultura. 

Para celebrar esses lançamentos monstruosos e entrar no clima destes clássicos que mudaram o cinema, a Caveira separou 10 curiosidades sobre a Era de Ouro dos Monstros da Universal que você precisa conhecer. 

1. Foi influenciada pelo Expressionismo Alemão

Nosferatu

Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi marcada por um movimento cultural e artístico denominado Expressionismo Alemão, o qual se manifestou em diferentes áreas, como a pintura, a literatura, o teatro e, é claro, o cinema. Adotando um estilo surrealista, que transparecia tanto na narrativa quanto nos cenários e nas performances, tais filmes privilegiavam temáticas relacionadas a sonhos, loucura e fantástico, tornando-se famosos por meio de produções como O Gabinete do Dr. Caligari e Nosferatu

Além de seu impacto cultural e experimentação artística, o estilo influenciou imensamente os monstros da Universal, principalmente a partir da imigração de diretores, designers, cinegrafistas e atores alemães para os Estados Unidos. Um dos melhores exemplos disso foi o diretor de fotografia Karl Freund, que ficou conhecido por trabalhar no longa alemão Metrópolis. Após se mudar para os Estados Unidos, Freund trabalhou na fotografia de Drácula, assumindo a direção durante a ausência de Tod Browning, e depois dirigiu A Múmia, outro clássico do estúdio.

2. Dois filmes de Drácula foram produzidos ao mesmo tempo

Drácula

Enquanto a versão de Drácula estrelada por Bela Lugosi é comumente lembrada como uma das adaptações mais famosas do romance de Bram Stoker, no mesmo ano em que o filme foi produzido, a Universal filmou outra adaptação do livro, desta vez falada inteiramente em espanhol. Dirigido por George Melford, o longa contava com um elenco e equipe completamente diferentes e com o ator Carlos Villarías interpretando o icônico vampiro.  No entanto, apesar das diferenças, os dois filmes utilizavam os mesmos cenários e figurinos, sendo produzidos simultaneamente. Isso quer dizer que enquanto Tod Browning e Bela Lugosi filmavam durante o dia, George Melford e Carlos Villarías utilizavam os mesmos sets para filmar a versão em espanhol durante a noite. 

Nos primórdios dos filmes sonoros, essa prática era bastante comum com os estúdios de Hollywood produzirem simultaneamente versões em “línguas estrangeiras” de seus filmes, utilizando os mesmos cenários e figurinos. Embora tenha sido considerado perdido por muito tempo, o filme de Melford foi redescoberto na década de 1970, sendo então preservado no Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos. 

3. Uma frase famosa de Frankenstein foi cortada

Frankenstein

Um dos momentos mais famosos de Frankenstein é quando o Dr. Henry Frankenstein, interpretado por Colin Clive, consegue reanimar com sucesso o monstro, gritando enlouquecidamente: “Está vivo! Está vivo!”. Justamente por ser uma das cenas mais icônicas da adaptação da obra de Mary Shelley, os fãs podem se surpreender ao saber que isso não é tudo que sai da boca do personagem. Originalmente, Henry continua dizendo: “Em nome de Deus, agora sei como é ser Deus!”. 

Embora a frase estivesse presente quando o filme fez sua estreia nos cinemas em 1931, ela precisou ser cortada alguns anos depois quando a Universal relançou o longa, já que os censores apontaram que se tratava de um sacrilégio. Para resolver a questão, o estúdio adicionou um efeito de trovão no áudio do filme, que abafava as palavras proferidas pelo cientista. A versão censurada acabou sendo transmitida na televisão por décadas, já que ninguém possuía uma boa gravação do áudio original. Foi somente alguns anos mais tarde que uma versão limpa do diálogo foi encontrada e inserida no filme, possibilitando que os fãs pudessem conferir o momento na íntegra.  

4. O roteirista de A Múmia esteve presente durante a abertura da tumba de Tutancâmon

A Múmia

Em 1932, A Múmia foi inspirado por um evento real que havia acontecido pouco menos de uma década antes: a abertura da tumba do faraó Tutancâmon. Acontece que o roteirista do filme, John Lloyd Balderston estava presente quando isso aconteceu! Antes de trabalhar no ramo cinematográfico, Balderston era um correspondente estrangeiro do jornal New York World e acabou encarregado de cobrir o evento arqueológico em 1922. 

Originalmente, antes de Balderston entrar no projeto, A Múmia acompanharia um mágico de 300 anos vivendo em São Francisco. No entanto, tudo mudou quando o ex-jornalista foi chamado para escrever o roteiro. Ele então transportou a história para o Egito, renomeou seu personagem principal de Imhotep (uma homenagem a um arquiteto egípcio do século XXVII a.C) e criou o Pergaminho de Thoth.

5. A ideia para O Monstro da Lagoa Negra nasceu durante a produção de Cidadão Kane

O Monstro da Lagoa Negra

Em 1941, o produtor William Alland estava participando de um jantar durante as filmagens de Cidadão Kane, filme no qual interpretou o repórter Jerry Thompson. No evento, ele começou a conversar com o cinegrafista mexicano Gabriel Figueroa, que lhe contou a história mitológica de criaturas meio peixe, meio humanas, que habitavam o rio Amazonas. Cerca de dez anos depois, inspirado pela conversa e por narrativas como A Bela e a Fera, Alland decidiu esboçar uma história intitulada “O Monstro do Mar”. 

Enxergando certo potencial, o produtor contratou Maurice Zimm para expandir a ideia em um primeiro rascunho, que foi transformado no roteiro de O Monstro da Lagoa Negra pela dupla Harry Essex e Arthur Ross.   

6. A maquiagem dos monstros demorava quase um dia inteiro

 Frankenstein

Sabemos que a maquiagem é algo crucial quando o assunto são os Monstros da Universal. Contudo, os atores precisavam ter muita paciência para se transformar em seus respectivos personagens, já que a aplicação poderia durar horas e mais horas! Em Frankenstein, por exemplo, a aplicação da maquiagem levava cerca de quatro horas, tendo que ser feita diariamente. Além de ter o rosto pintado com tinta inflamável, Boris Karloff precisava utilizar um traje que pesava mais de 20 kg e era extremamente quente, o que tornava as gravações (feitas durante o verão) muito desconfortáveis.

Já em A Múmia, o ator era submetido a um processo de oito horas para se transformar em Imhotep. Jack Pierce começava a trabalhar em Karloff às 11h da manhã e terminava por volta das 19h da noite! Como se não bastasse, quando as filmagens se encerravam, por volta das 2h da manhã, o ator precisava passar por um processo de mais duas horas para retirar a maquiagem. Segundo ele, foi a provação mais difícil que já suportou em sua carreira. 

Outro ator que passou por um processo difícil foi Lon Chaney Jr. em O Lobisomem. Para dar vida ao icônico monstro, Chaney precisava ficar sentado seis horas na cadeira para aplicar a maquiagem e mais três para removê-la. Isso exigia que o ator ficasse imóvel utilizando próteses de borracha e tendo fibra natural sendo lentamente aplicada em seu rosto. Isso supostamente abalou a relação entre Chaney e o artista Jack Pierce, que não se aguentavam mais depois que a produção se encerrou.

7. Os monstros foram salvos por um cinema em Los Angeles 

Embora a Era de Ouro dos Monstros da Universal se estenda até os anos 1950, ela quase terminou em meados da década de 1930, já que depois de 1936, o estúdio praticamente interrompeu a produção de filmes de monstros. NNo entanto, tudo mudou quando o Regina Theatre — um cinema em Los Angeles que lutava para permanecer aberto — fez um acordo para a exibição tripla de Drácula, Frankenstein e O Filho de King Kong (produzido pelo estúdio concorrente RKO Pictures). O objetivo era exibir os filmes por um período de quatro dias, mas o sucesso foi tão grande que a programação foi estendida indefinidamente. Imagine só: a fila para entrar no cinema dava voltas nos quarteirões e a polícia precisou ser chamada para manter a multidão sob controle! 

Outros cinemas rapidamente entraram na onda e a Universal percebeu que havia uma grande demanda pelos monstros cinematográficos. Foi assim que diversas sequências foram autorizadas e O Filho de Frankenstein foi lançado em 1939, forçando Drácula, Frankenstein, o Lobisomem e o resto da gangue a sair da aposentadoria. Obrigada Regina Theatre! 

8. O traje de O Monstro da Lagoa Negra era extremamente desconfortável 

 Monstro da Lagoa Negra

Durante as filmagens de O Monstro da Lagoa Negra, a Criatura foi interpretada por três atores diferentes. Um deles, Ben Chapman, que participava das cenas em que o monstro aparecia em terra firme, enfrentou grandes desafios com o traje criado a partir do design de Milicent Patrick.

Chapman não conseguia sentar enquanto estivesse utilizando o traje, precisando ficar quatorze horas em pé! Além de ser extremamente desconfortável, ele também superaquecia com facilidade, fazendo com que o ator descansasse em um lago artificial atrás do set de filmagens para conseguir baixar sua temperatura corporal. Como se isso não bastasse, ele não conseguia enxergar muito bem com a máscara facial, o que levou a alguns acidentes no set. Durante a sequência da caverna, por exemplo, quando a Criatura carrega Kay Lawrence nos braços, Chapman acidentalmente bateu a cabeça da atriz Julie Adams nas rochas artificiais, já que tinha dificuldade em perceber o que estava ao seu redor. 

9. Frankenstein Encontra o Lobisomem praticamente inventou a ideia de um “universo cinematográfico compartilhado”

Frankenstein Encontra o Lobisomem

Muito antes da Marvel e da DC sequer pensarem em um universo cinematográfico compartilhado, a Universal brincou com esse mesmo conceito com filmes que traziam o encontro de diversos monstros famosos. Tudo começou com o roteirista Curt Siodmak, que influenciado pelos quadrinhos, aplicou a ideia no filme Frankenstein Encontra o Lobisomem de 1943. 

Concebido como uma sequência para O Lobisomem e A Alma de Frankenstein, o filme retoma a história justamente a partir do final dos dois longas, mostrando o monstro de Frankenstein encurralado e Larry Talbot aparentemente morto e enterrado. A ideia de unir os dois personagens foi um sucesso de bilheteria e de público, abrindo as portas para inúmeros outros crossovers monstruosos, como A Mansão de Frankenstein, O Retiro de Drácula e a comédia Abbott e Costello Encontram Frankenstein. Isso tudo prova que os Monstros da Universal andaram para que os Vingadores pudessem correr anos mais tarde nas telonas. 

10. Lon Chaney Jr. é o único ator a interpretar Drácula, Lobisomem, o Monstro de Frankenstein e a Múmia

Lon Chaney Jr.

Nascido Creighton Tull Chaney, Lon Chaney Jr. não demorou a adotar o nome artístico do pai, a lenda do cinema mudo Lon Chaney, que ficou famoso ao estrelar filmes monstruosos como O Fantasma da Ópera e O Corcunda de Notre Dame. Também não demorou para o ator se tornar uma lenda por si só no mundo do terror. Em 1941, Chaney Jr. se tornou um queridinho dos fãs ao viver o protagonista Larry Talbot em O Lobisomem, papel que reprisou várias vezes ao longo dos anos. Além disso, deu vida ao Conde Drácula em O Filho de Drácula, ao monstro de Frankenstein em A Alma de Frankenstein e também viveu a Múmia em três filmes diferentes, começando por A Tumba da Múmia. Isso torna Chaney Jr. o único ator a interpretar quatro monstros diferentes da Universal!

LEIA TAMBÉM: James Wan está desenvolvendo remake de O Monstro da Lagoa Negra

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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