Crime Scene • Documentários

Meu Pai, o Assassino BTK estreia na Netflix

Documentário aborda o impacto do caso na vida de Kerri Rawson

06/10/2025

Imagine descobrir que o seu pai é um serial killer. Mais do que isso, um serial killer procurado pela polícia há mais de três décadas. Foi isso o que aconteceu com Kerri Rawson, filha de Dennis Rader, cuja identidade como o assassino BTK foi descoberta em 2005.

Depois de ter documentado sua história no livro BTK: Meu Pai, publicado pela marca Crime Scene da DarkSide® Books, Rawson, acompanhada de especialistas, relatam e comentam o caso no documentário Meu Pai, o Assassino BTK, que estreia na Netflix no dia 10 de outubro.

Sobre o que é o documentário Meu Pai, o Assassino BTK?

Dirigido por Skye Borgman, que produziu o envolvente A Garota da Foto, o documentário Meu Pai, o Assassino BTK tem aproximadamente 1h30 de duração e foca na busca de Kerri Rawson por respostas e por cura. A produção revisita os assassinatos que aterrorizaram a cidade de Wichita por décadas e traz a perspectiva pessoal de Rawson sobre os crimes que abalaram seu sentimento de identidade e que assolam aquela comunidade até hoje.

O documentário traz detalhes sobre a história de Dennis Rader, que adotou o pseudônimo BTK, uma sigla que resumia as principais características de seus crimes — amarrar, torturar, matar — do ponto de vista de sua filha. A obra aborda o impacto deste segredo perturbador sobre a família, ao mesmo tempo em que Kerri confronta a possibilidade de vítimas além daquelas identificadas pela polícia.

Contemplando memórias pessoais de Rawson que podem carregar traumas ocultos, Meu Pai, o Assassino BTK reúne entrevistas com os investigadores que ajudaram a identificar a identidade do BTK, além de mostrar fotos de arquivo, anotações e gravações do interrogatório de Rader. O documentário ainda traz as reflexões pessoais de Kerri sobre sua relação com o pai, antes e depois de sua captura, e como a condenação evidenciou o impacto dos crimes dele em sua jornada de cura.

Relembre o caso do assassino BTK

O caso do BTK aterrorizou Wichita entre 1974 e 1991. Neste período, Dennis Rader assassinou ao menos dez pessoas, escolhendo vítimas aparentemente aleatórias, e ganhou notoriedade por enviar cartas à polícia e à imprensa, descrevendo os crimes com frieza e exigindo reconhecimento.

Um dos fatores mais perturbadores do caso é que Rader era um cidadão acima de qualquer suspeita. Durante mais de 30 anos ele conseguiu levar uma vida dupla: na comunidade era visto como um homem religioso, funcionário público e chefe de escoteiros; em paralelo, cultivava suas fantasias sádicas.

O caso ficou sem pistas concretas até 2004, quando Rader retomou a comunicação com a polícia após anos em silêncio. Sua prisão ocorreu em 2005, graças a evidências de DNA e ao rastreamento de um disquete que ele mesmo enviou. Rader foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, permanecendo até hoje encarcerado.

Mais detalhes sobre o impacto dos crimes brutais de Rader na vida de Kerri está no livro BTK: Meu Pai, no qual ela compartilha todos os detalhes de sua chocante descoberta e a verdadeira dor em admitir que seu pai não é quem ela pensava e que sua identidade estaria sempre atrelada aos atos violentos do pai.

BTK: Meu Pai é um corajoso livro de memórias da mulher que precisa carregar para sempre a alcunha de “filha do BTK”. Na obra, a autora encara com bravura o trauma, a desolação e a tristeza de amar de maneira pura um homem brutal, sádico e maligno.