Poucos filmes temáticos contam com a façanha de serem apreciados em duas datas festivas diferentes. Misturando Halloween com Natal, O Estranho Mundo de Jack é justamente uma dessas produções icônicas, a qual vem conquistando novas gerações de fãs há mais de 30 anos.
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Chegando nos cinemas em 1993, O Estranho Mundo de Jack é uma animação em stop-motion dirigida por Henry Selick e produzida por Tim Burton. Com o equilíbrio perfeito entre o alegre e o macabro, o filme acompanha Jack Skellington, o Rei da Cidade do Halloween, que acidentalmente encontra a Cidade do Natal e acaba obcecado em celebrar essa festividade. A partir disso, decidido a criar sua própria versão do feriado, aos moldes do Dia das Bruxas, Jack sem querer coloca o destino do Natal e até mesmo do Papai Noel em jogo.
Desde que foi lançado, O Estranho Mundo de Jack transformou-se em uma das animações mais amadas de todos os tempos. Recentemente, o Rei do Halloween chegou à marca Magicae da DarkSide® Books em um tarot oficial com 78 cartas ilustradas em detalhes assombrosamente belos. Um convite irresistível a quem deseja explorar os Arcanos por meio de personagens como Sally, Zero, Bicho Papão e Jack, o deck é um verdadeiro presente tanto para os fãs da animação quanto para os amantes da cartomancia. Acessível para iniciantes e leitores experientes, Tarot O Estranho Mundo de Jack é um item mágico e indispensável na coleção. Direto da Cidade do Halloween, o baralho ainda vem acompanhado de um livro guia totalmente em português, nos levando por um estiloso passeio entre o Dia das Bruxas e o Natal.

Para celebrar essa chegada mágica à DarkSide® Books, a Caveira separou 10 fatos pouco conhecidos sobre o filme de 1993 para você se surpreender.
Enquanto trabalhava como animador na Disney no início dos anos 1980, Tim Burton começou a desenvolver seus próprios projetos. Um deles foi um poema de três páginas intitulado The Nightmare Before Christmas (O Estranho Mundo de Jack, em português), baseado no clássico natalino The Night Before Christmas, publicado anonimamente em 1823. Uma espécie de paródia, o poema focava no tédio de Jack Skellington e ainda apresentava o Papai Noel e o icônico cãozinho fantasma, Zero. Originalmente, o cineasta planejava transformar sua obra em um especial de televisão nos moldes de Como o Grinch Roubou o Natal!. Burton chegou a criar a arte conceitual e os designs dos personagens, apresentando uma proposta de stop-motion para a Disney em 1983. Contudo, na época o projeto não foi para frente e acabou sendo realizado alguns anos mais tarde.
Em uma entrevista, Burton explicou que a ideia para a história do rei do Halloween se intrometendo no Natal surgiu a partir da colisão que acontecia nas lojas de decorações no final do ano, já que quando chegava o outono e o inverno havia uma mistura de Halloween e Natal nesses locais.
Um dos pontos altos de O Estranho Mundo de Jack são justamente suas canções animadas e fantasmagóricas, as quais são performadas por vários personagens da Cidade de Halloween. Clássicos como “This is Halloween”, “What’s This?”, “Jack’s Lament” e “The Oogie Boogie Song” se tornaram as mais conhecidas do filme e também itens obrigatórios em playlists de Halloween. Contudo, o que poucas pessoas sabem é que Danny Elfman, responsável pela trilha sonora do filme, compôs quase todas as músicas antes mesmo do roteiro ser finalizado. À medida que Tim Burton descrevia fragmentos da trama para Elfman, mostrando esboços e desenhos de cenas e personagens, o compositor trabalhava nas canções, às vezes demorando menos de três dias para ter uma canção pronta.

Por ser uma animação em stop-motion, O Estranho Mundo de Jack exigiu muito esforço de toda a equipe de produção. Isso fez com que as filmagens começassem antes mesmo que o roteiro fosse concluído, já que cada cena precisava ser minuciosamente planejada. Após Danny Elfman ter finalizado grande parte das músicas, o diretor Henry Selick, junto de um time composto por cerca de 12 a 17 animadores e uma extensa equipe de criadores de adereços, cenógrafos e operadores de câmera, começaram a trabalhar no filme. Uma das primeiras cenas gravadas, inclusive, foi o grande momento de descoberta de Jack na música “What’s This?”.

Como os personagens eram esculturas físicas que precisavam ser reposicionadas a cada tomada, cada um precisava posar 24 vezes para cada segundo do filme, o que fez com que um minuto levasse cerca de uma semana para ser filmado. Justamente por isso, as filmagens demoraram cerca de 18 meses até serem concluídas e a produção total de O Estranho Mundo de Jack se estendeu por mais de três anos!
O set de filmagem de O Estranho Mundo de Jack era composto por mais de 230 cenários construídos especialmente para a animação. Como o stop-motion é uma técnica extremamente precisa, os animadores construíram passagens secretas para que pudessem acessar com mais facilidade os momentos das cenas, criando cortes mais suaves. Desta forma, foram elaborados túneis subterrâneos, passagens e alçapões para que os bonecos pudessem ser alcançados e manipulados pelos animadores, que também utilizavam esses atalhos para mudar rapidamente o rosto dos personagens, permitindo que uma ampla gama de emoções fosse demonstrada. Imagine: só Jack Skellington tinha mais de 400 rostos!

O Rei do Halloween contou não apenas com um, mas com dois dubladores! Enquanto o ator Chris Sarandon, de Brinquedo Assassino e A Hora do Espanto, emprestou sua voz para o personagem durante os diálogos do filme, o compositor Danny Elfman ficou responsável pela voz de Jack durante as icônicas canções. Isso tornou O Estranho Mundo de Jack uma produção ainda mais especial, já que poucos compositores têm a oportunidade de dar vida aos personagens por meio das músicas que escreveram.
Em uma entrevista concedida em 2017, o diretor Henry Selick comentou que de todos os personagens, o vilanesco Bicho Papão foi o mais difícil de ser criado. Por ser muito grande e não contar com uma forma definida, o artista Rick Heinrichs precisou esculpi-lo algumas vezes. Segundo Selick, o momento em que o personagem arranca sua pele e revela seu interior cheio de insetos tirou alguns anos de vida dos animadores, já que essas três ou quatro cenas para lá de complicadas levaram cerca de quatro meses para serem concluídas.

Uma das cenas finais de O Estranho Mundo de Jack mostra a chegada do Natal à Cidade do Halloween com os moradores se surpreendendo com a neve. Nela, temos a oportunidade de ver os vampiros jogando hóquei com uma abóbora no lugar do disco. Enquanto essa foi a versão que chegou nos cinemas e em todos os lançamentos subsequentes do filme, a cena original era muito mais macabra e mostrava o grupo jogando hóquei com a cabeça decapitada de Tim Burton. Quando Henry Selick mostrou o resultado final aos produtores, eles não gostaram e consideraram a cena muito sinistra para um filme infantil, o que fez com que a equipe refizesse o momento com uma abóbora no lugar da cabeça decapitada.

Apesar do sucesso, o filme nunca teve e provavelmente nunca terá uma continuação. Isso acontece principalmente por causa de Tim Burton, que detém parte dos direitos dos personagens e tem sido veementemente contrário a qualquer sequência. Em uma entrevista concedida à MTV em 2006, Burton afirmou ser muito protetor de O Estranho Mundo de Jack para evitar que sejam produzidas continuações como “Jack visita o mundo do Dia de Ação de Graças” ou coisas do tipo. Segundo ele, a animação possui uma espécie de pureza, algo que os fãs sentem e que não é destinado ao grande mercado das sequências e franquias.
Nos esboços originais de Burton, Jack aparece vestido com um terno todo preto. Quem adicionou as listras brancas ao vestuário foi o diretor Henry Selick, que, após os primeiros testes de câmera, sentiu que tal alteração era necessária para que o protagonista se destacasse nos cenários escuros da Cidade do Halloween.

Além disso, Jack quase sofreu uma mudança drástica em seu rosto. Tudo isso porque O Estranho Mundo de Jack foi produzido pela Touchstone Pictures, filial da Walt Disney Studios, que insistiu que suas órbitas vazias fossem preenchidas com um par de olhos amigáveis. Isso aconteceu porque, segundo o próprio Tim Burton, uma diretriz comum no mundo da animação é de que os olhos são cruciais para que o personagem expresse emoções e o público se conecte com ele. No entanto, apesar da insistência da Disney, Selick e Burton não cederam, resistindo à ideia de animar Jack com olhos amigáveis e provando que seu protagonista não precisava deles para se conectar com os espectadores.
Já faz algum tempo que a Disney ficou conhecida por esconder Mickeys em seus parques, filmes de animação e live-actions, instigando os fãs a procurarem o famoso ratinho como um easter egg. Por mais que O Estranho Mundo de Jack tenha sido lançado originalmente pela Touchstone, isso não impediu a Disney de incluir o Mickey em duas pequenas participações.

A primeira (e possivelmente a mais difícil de ser notada) acontece na casa do próprio Jack quando o personagem está obcecado em entender o espírito do Natal por meio de diferentes experimentos científicos. Aqui, podemos enxergar vários objetos em cima da mesa, sendo um deles um frasco com o formato da cabeça de Mickey Mouse. Já a segunda, ocorre na cena em que os presentes de Natal deixados pelo Rei do Halloween atacam um grupo de crianças desavisadas. Neste momento, uma das meninas aparece vestindo uma camisola com a estampa de Mickey, enquanto seu irmão traja um pijama coberto com rostos do Pato Donald.
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