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Conheça a adaptação de GOTH para o cinema

Os detalhes do filme japonês de 2008

29/12/2025

Publicado originalmente em 2003, GOTH: Almas Obscuras apresentou aos leitores uma trama macabra e niilista, os arrastando para o lado mais sinistro da psique humana e rapidamente se tornando uma leitura obrigatória para os fãs de terror japonês. Escrito por Otsuichi, o romance acompanha Yoru Morino e seu misterioso parceiro, dois jovens obcecados pela morte e eventualmente unidos pelo interesse por assassinatos em série. 

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Tudo começa quando Morino descobre o diário de um serial killer recheado de horrendas descrições de crimes bárbaros e indicando a existência de uma vítima ainda não descoberta. Em vez de entregar a caderneta para a polícia, a jovem o mostra para um colega de classe e decide visitar a cena do crime para saciar sua curiosidade mórbida. A partir disso, GOTH nos leva por diferentes episódios interligados em que os personagens são atraídos por crimes brutais, adquirindo simultaneamente o papel de “detetives” e observadores fascinados pelo macabro. No entanto, para Morino essa fascinação é ainda mais intensa. Marcada por um passado trágico e hábitos comuns, ela rapidamente mergulha nesse mundo de trevas. Seria apenas curiosidade ou sinal de algo mais aterrador? 

Publicado pela DarkSide® Books, GOTH: Almas Obscuras venceu o prestigiado Prêmio de Mistério Honkaku, rapidamente conquistando um lugar de destaque na literatura de terror japonesa. Alternando pontos de vistas e orquestrando reviravoltas engenhosas, Otsuichi conduz uma história que desafia os limites morais e nos faz questionar até onde vai a busca pelo horror. Entre assassinos, psicopatas e segredos obscuros, não demorou para que GOTH fosse adaptado para outros formatos. Além de ser transformado em um mangá por Kendi Oiwa, o romance foi levado para os cinemas em 2008, por meio de um filme homônimo dirigido por Gen Takahashi. Responsável por ampliar o alcance da obra literária, a Caveira te conta tudo que você precisa saber sobre a adaptação cinematográfica de GOTH.

A versão de Gen Takahashi 

Como acontece com a grande maioria das adaptações literárias, Goth surge mais como uma interpretação da história de Otsuichi do que uma representação fiel e literal. Protagonizado pela dupla Kanata Hongô e Rin Takanashi, o filme de Gen Takahashi segue a mesma premissa da obra de origem. Aqui, acompanhamos dois adolescentes que compartilham do mesmo fascínio mórbido por assassinatos e decidem seguir o diário de um serial killer para encontrar sua vítima mais recente. Enquanto a Yoru Morino de Rin Takanashi é uma figura pálida e solitária, que vagueia o mundo tal qual um fantasma, o misterioso personagem de Kanata Hongô surge como um estudante sociável e bem ajustado à superfície, escondendo grande parte de suas fantasias mórbidas. 

Goth

Optando por uma narrativa mais linear e enxuta, se concentrando no relacionamento entre os dois personagens, Goth é praticamente uma jornada meditativa sobre o mundo da vida e da morte. Uma mistura de drama criminal com terror, o filme é bastante singular e original, conseguindo fugir dos clichês do gênero. Apesar do tom sombrio e das temáticas pesadas, a adaptação é marcada por um visual exuberante que a transforma em uma interessante obra de arte visual. 

No entanto, vale ter em mente que o objetivo nunca é entender o motivo pelos quais os personagens possuem uma visão de mundo tão apática e niilista, mas sim captar seu comportamento e tédio. Desta forma, Goth não envolve os protagonistas em uma investigação espetacular, já que na verdade, eles nem parecem muito interessados em resolver o caso. Suas motivações são egoístas e seu fascínio é unicamente voltado para assassinatos e serial killers. Nesse sentido, o longa pode ser pouco satisfatório para os espectadores acostumados com os habituais filmes em que personagens buscam respostas e justiça para casos de assassinato. 

Se por um lado isso torna o filme um pouco lento – o que gerou muitas reclamações por parte dos espectadores – por outro ajuda a trilhar um rumo inusitado. Desta forma, Gen Takahashi criou um filme que choca para além do horror habitual, mostrando uma escuridão que vem de dentro do ser humano. A partir disso, o diretor consegue capturar muitas temáticas da obra original com cenas sombriamente belas e perturbadoras, as quais contemplam a transitoriedade da existência e a linha entre a vida e a morte. 

Tudo isso funciona pelas atuações poderosas de um elenco principal convincente, que traz profundidade aos momentos dramáticos do filme. Tanto Kanata Hongô quanto Rin Takanashi foram elogiados por transmitirem a profunda agonia dos personagens, tudo isso sem cair em típicas representações de adolescentes atormentados e insatisfeitos. 

No final das contas, a adaptação cinematográfica de GOTH: Almas Obscuras mantém grande parte da essência da obra de Otsuichi, principalmente seu questionamento sobre os limites morais na busca pelo horror. Assim como o romance original, o filme de Gen Takahashi desafia as convenções e classificações de gênero. Uma obra incomum, o longa nos transporta para o universo de dois indivíduos singulares, os quais se encontram desconectados do mundo em que vivem. Junto de atuações potentes e um visual impressionante, Takahashi criou uma adaptação única de GOTH, entregando uma mistura interessante de drama, suspense, arte e terror que consegue comover os espectadores. 

Assim como o livro de Otsuichi, o filme oferece uma discussão sobre o fascínio da sociedade com a morte e a necessidade humana de entender nossa moralidade e natureza em meio aos caminhos inevitáveis da vida. Apesar de ser um comentário sombrio sobre a humanidade como um todo, Goth não contou com um lançamento mundial, nunca chegando oficialmente ao Brasil. No entanto, a boa notícia é que agora os leitores têm a chance de conhecer a obra original que deu origem a tudo. GOTH: Almas Obscuras é uma obra essencial para os leitores interessados no imaginário macabro do Japão e já está disponível em uma edição sombria na Loja Oficial Dark e no DarkApp.

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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