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A influência da Condessa Báthory na cultura pop

De Condessa Sangrenta a figura lendária

30/10/2025

Vampira, bruxa, obcecada por juventude e a primeira assassina em série da história. Muito já foi escrito sobre Erzsébet Báthory, a Condessa Sangrenta da Hungria. Você até pode não conhecer seu nome, mas provavelmente já ouviu histórias sobre seu lendário sadismo. Considerada por muitos a pior lady killer do mundo, os rumores dizem que Báthory se banhou no sangue das 650 pessoas que torturou e assassinou. Após ser presa e condenada à passar o resto de sua vida murada em uma torre, a Condessa entrou para a história com a duvidosa honra de ser a assassina mais prolífica de todos os tempos segundo o Guinness World Records. 

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Com o tempo, Báthory se transformou em uma figura mítica com seu nome estando atrelado a lendas e rumores. Mas afinal de contas, quem realmente foi essa mulher retratada pela história como uma cruel assassina? Em Lady Killers Profile: Condessa Báthory, a advogada e historiadora legal Kimberly L. Craft mapeia a vida de Báthory e conta sua verdadeira história. Fruto de uma pesquisa minuciosa de Craft, que passou anos analisando documentos, fontes e fatos sobre a Condessa, a obra disponibiliza pela primeira vez em português as transcrições completas do julgamento, depoimentos de mais de 300 testemunhas, cartas particulares e até mesmo o testamento de Erzsébet.

Lançamento da marca Crime Scene da DarkSide® Books, Lady Killers Profile: Condessa Báthory nos leva pela vida, contratempos, crime e morte de Báthory, desmistificando as narrativas sensacionalistas que acompanham seu nome e oferecendo um retrato abrangente da mulher por trás do mito, mostrando que a verdade por trás da história é muito mais interessante do que imaginávamos. 

Condessa Bathory

O fato é que ao longo dos séculos, Erzsébet se transformou em um conto de advertência sobre mulheres más e vaidosas. Diz-se que ela era uma vampira, lésbica e bruxa, que sua história inspirou os Irmãos Grimm, Bram Stoker e todo o gênero de terror como o conhecemos. É justamente por isso que por meio de filmes, livros, animações e séries de televisão, seu legado ficou profundamente entrelaçado na cultura pop, adquirindo o caráter de um poderoso arquétipo feminino. Conheça um pouco mais sobre como a lenda de Erzsébet Báthory influenciou a cultura pop. 

Da nobreza do século XVI para a cultura pop moderna

Atualmente conseguimos encontrar a lenda de Erzsébet por quase toda a cultura pop moderna. De certa forma, a figura histórica de uma mulher real que viveu entre os séculos XVI e XVII transcendeu o tempo e adquiriu uma faceta imaginária e poderosa em nossa sociedade. O nome Báthory se transformou praticamente em uma metonímia dentro do mundo do terror, utilizado para representar personagens femininas tidas como escandalosas e monstruosas: assassinas, serial killers, sádicas, lésbicas, bruxas, vampiras e aristocratas sedentas por juventude. 

Nesse sentido, muito mais do que representar a vida e a pessoa real de Erzsébet, a cultura pop inspirou-se em suas lendas e rumores, os retroalimentando até hoje e construindo uma nova Condessa Sangrenta, a qual serve de base para personagens sedutores e perversos do terror. Talvez o primeiro exemplo disso seja Drácula, já que muitos estudiosos acreditam que Bram Stoker se inspirou na figura de Báthory para construir seu vampiro como um nobre decadente e sedento por sangue. A relação de Erzsébet com Drácula não para por aí. Ela se tornou uma personagem em uma das sequências da obra de Stoker, escrita por seu sobrinho-neto Dacre Calder Stoker.  

condessa dracula

A partir disso, a lenda de Erzsébet ajudou a moldar o arquétipo da vampira na ficção. Sua imagem como uma mulher bonita, aristocrática, sádica e obcecada por juventude influenciou diretamente a criação de inúmeras personagens na literatura e no cinema. Condessa Drácula, produção da Hammer Films de 1971, trouxe Ingrid Pitt como a Condessa Elisabeth Nodosheen, uma aristocrata aterrorizada pelo envelhecimento que decide usar o sangue de mulheres virgens para se manter jovem.

Ainda no mesmo ano, Escravas do Desejo apresentou outra versão de Báthory como uma vampira sofisticada, aristocrática, controladora e, é claro, sexualmente voraz na Europa pós-guerra. O longa, dirigido por Harry Kümel, estava em consonância com a popularização dos filmes de vampiras lésbicas, os quais foram um interessante fenômeno dos anos 60 e 70, equilibrando horror com erotismo, sangue e nudez. Alguns anos mais tarde, em 1979, o filme Ânsia trouxe mais uma abordagem da lenda, contando a história de uma jovem mulher, supostamente a descendente de Báthory, que é sequestrada por um culto de vampiros modernos. 

Escravas do Desejo

Posteriormente, a imagem da Condessa passou a ser encontrada em inúmeras outras narrativas. Em 1981, o filme A Noite do Lobisomem retratou Erzsébet como uma mistura de bruxa e vampira satânica, enquanto o longa Stay Alive: Jogo Mortal de 2006 apresentou um videogame baseado na lenda de Báthory, qual aparece para assassinar seu jogadores. Já A Condessa, produção de 2009 escrita, protagonizada e dirigida pela atriz Julie Delpy, almejou trazer um retrato mais histórico e fiel da história sem deixar de lado o simbolismo e o visual gótico que ficaram atrelados ao caso.   

stay alive

Usada como símbolo do poder feminino corrompido, da imortalidade e beleza fatal, a lenda de Báthory também foi referenciada na quinta temporada de American Horror Story com Lady Gaga interpretando a Condessa Elizabeth, uma mulher que mantém sua beleza e juventude consumindo sangue humano.

Lady Gaga

Além disso, a animação Castlevania, baseada no videogame homônimo, teve como antagonista na primeira e segunda temporada a rainha dos vampiros Erzsébet Báthory, enquanto o filme Vampire Hunter D: Bloodlust, inspirado na série de romances, trouxe como antagonista uma vampira aristocrática e cruel que não apenas faz referência à Condessa Sangrenta, mas também à Carmilla, personagem criada por Sheridan Le Fanu. 

vampire hunter

Por outro lado, o mundo dos videogames também foi imensamente influenciado. O jogo Castlevania: Bloodlines, por exemplo, tem como principal antagonista uma vampira chamada Elizabeth Bartley. Já outras franquias famosas, como BloodRayne, Tekken e até mesmo Resident Evil utilizaram o arquétipo popularizado por Báthory para criar personagens sedutoras e cruéis. No âmbito da música, diversas bandas de metal foram inspiradas pelas histórias lendárias da Condessa. A banda sueca de black metal Bathory tirou seu nome da figura histórica, enquanto a inglesa Cradle of Filth lançou em 1998 o álbum conceitual “Cruelty and the Beast”, o qual não apenas é inteiramente baseado na lenda de Erzsébet, como também é narrado pela atriz Ingrid Pitt. 

castlevania

A partir desse breve percurso é possível notarmos uma coisa: Erzsébet Báthory é praticamente onipresente na cultura pop. No entanto, seja em filmes, livros, animes e músicas, aqui ela existe muito mais como uma vilã sedutora e perversa do que como uma pessoal real que existiu tantos séculos atrás. Desta forma, sua lenda – recheada de depravações, sadismo e violência – teve um impacto profundo na cultura, fornecendo a base para a construção de arquétipos femininos sombrios que simbolizam temas como transgressão, morte e luxúria. 

Os mitos que orbitam a história de Erzsébet ajudaram a consolidá-la como um ícone da maldade feminina no mundo da ficção, de forma que a imagem da mulher perigosa, bela, aristocrata, cruel e vaidosa se tornou um clichê no terror e na mitologia moderna dos vampiros. Nesse sentido, sua lenda conquistou um lugar cativo no imaginário coletivo, transformando Báthory em uma das maiores influências na representação e criação de antagonistas e mulheres monstruosas da cultura pop. 

No entanto, agora os DarkSiders têm a chance de conhecer a história real por trás dessa lenda sangrenta que moldou o terror moderno. Lançamento da Caveira, Lady Killers Profile: Condessa Báthory é a obra mais completa sobre a notória lady killer, revelando uma figura muito mais complexa e complicada do que inicialmente era pensado: a de esposa, mãe, benfeitora e socialite.

Leitura obrigatória para os fãs da coleção Lady Killers Profile, LKP: Condessa Báthory é uma obra que desafia as percepções estabelecidas sobre Erzsébet, nos fazendo refletir sobre as narrativas que chegam até nós e finalmente encerrando um capítulo crucial na compreensão desta controversa figura histórica. 

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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1 Comentário

  • Waldinei

    1 de novembro de 2025 às 08:30

    Perfeito, fazia tempo que procurava uma coluna que sintetizasse a história dela, e aprendi um pouco mais, valeu!

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