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Caveira Viu: Premonição 6: Laços de Sangue

A morte está na família

15/05/2025

Vinte e cinco anos atrás, Premonição ensinou aos fãs uma difícil lição: você simplesmente não pode enganar a morte. Ao explorar um dos maiores medos humanos, o primeiro longa, dirigido por James Wong e protagonizado por Devon Sawa, pegou carona no terror adolescente dos anos 90 e abriu as portas para uma prolífica série de filmes. Com mortes cada vez mais elaboradas e espalhafatosas, não demorou muito para que a franquia se tornasse um sucesso entre os amantes do terror. No entanto, após uma certa saturação da sua fórmula, a série entrou um hiato de 14 anos, iniciado pelo lançamento de Premonição 5 em 2011. 

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Agora, em 2025, a Morte está finalmente de volta, mais ambiciosa do que nunca, em Premonição 6: Laços de Sangue, longa que marca o retorno da franquia aos cinemas. Dirigido por Zach Lipovsky e Adam Stein, com roteiro de Guy Busick e Lori Evans Taylor, Premonição 6 atualiza a fórmula da franquia ao mesmo tempo em que mantém sua essência, trazendo a Morte como uma oponente imbatível que dessa vez decide exterminar uma família inteira após sua matriarca ter escapado de um acidente fatal décadas atrás. Premonição 6 chegou aos cinemas brasileiros dia 15 de maio e a Caveira já foi correndo conferir o filme, que está dando o que falar. 

premonição 6

A Morte está na família

Como todos os outros filmes, Premonição 6 começa com um desastre iminente, o qual será o catalisador de todos os outros eventos do roteiro. Em 1968, acompanhamos a jovem Iris (Brec Bassinger), que ao lado de Paul, seu namorado, comparece à abertura do Skyview Restaurant Tower, um restaurante panorâmico localizado a mais de cem metros de altura. No entanto, o que era para ser o dia mais feliz de sua vida, com Paul lhe pedindo em casamento, se transforma em um pesadelo sem fim quando ela tem uma premonição que lhe informa que uma série de eventos levará ao colapso da torre, matando todos os que estão ali presentes. 

Enquanto os fãs esperam por Iris frustrar os planos da Morte, Premonição 6 rapidamente rompe com a tradição da franquia e muda sua perspectiva, revelando que a cena que estamos assistindo é, na verdade, um pesadelo recorrente da estudante universitária Stefani Reyes (Kaitlyn Santa Juana). Sem conseguir se concentrar e à beira de perder sua bolsa de estudos, Stefani decide então voltar para casa em busca de respostas, confrontando a avó que nunca conheceu e descobrindo que sua família está na mira da Morte.

premonição 6

Essa mudança é possivelmente um dos grandes acertos de Premonição 6, que traz mais dramaticidade e urgência ao enfatizar o tema da família e os laços que unem os personagens. Enquanto os filmes anteriores colocavam indivíduos “descartáveis” que mal se conheciam tentando escapar da Morte juntos, o novo longa adiciona camadas de relacionamento e emoção ao centrar sua jornada em uma única família, tornando cada morte extremamente pesarosa e possibilitando uma certa identificação com o espectador.

Por mais que isso traga uma certa novidade à franquia, Premonição 6 não esquece suas origens e sabe exatamente o que os fãs querem: mortes sangrentas e criativas, as quais são acompanhadas por um senso de humor para lá de macabro. O filme ainda faz questão de enfatizar a ideia de que todas as coisas e eventos ao nosso redor podem ser mortais, até mesmo um simples churrasco em família, o que simultaneamente contribui para o suspense e rende formas inovadoras de despachar os personagens para o além. O roteiro também é bastante eficaz ao desorientar o público com revelações surpreendentes, nos mantendo em alerta o tempo todo. 

premonição 6

Nesse sentido, um dos trunfos de Premonição 6 é justamente não querer reinventar a franquia, mas sim trazer novos ares à uma fórmula já bastante conhecida, encontrando o tom certo entre o deboche, a emoção e as cenas sangrentas. O filme também acerta ao trazer uma Morte mais impiedosa, que parece correr contra o tempo para dar conta de seu trabalho, atrasado pela premonição de Iris anos atrás, que se encontra cada vez mais irritada quando seus planos são interrompidos. 

É claro que isso não quer dizer que o filme está isento de críticas. Em alguns momentos, por exemplo, o CGI ofusca os efeitos práticos das mortes e até mesmo desliza no quesito qualidade. O próprio guia da Morte criado por Iris surge como uma faca de dois gumes no longa. Por um lado, é uma bela adição para entendermos as regras e maquinações da Morte. Por outro, parece mais uma muleta expositiva que tira o foco da protagonista e de sua jornada, simplificando demais os eventos. 

premonição

No entanto, o ponto alto de Premonição 6 é a despedida ao ator Tony Todd, que interpretou o misterioso agente funerário William Bludworth nos últimos 25 anos da franquia. Um ícone do terror, conhecido por filmes como O Mistério de Candyman, Todd nos deixou em novembro de 2024, tornando a despedida de seu personagem ainda mais emocionante. Por mais que o roteiro dissipe a aura sobrenatural por trás de Bludworth, que fez sua primeira aparição em Premonição (2000), a aparição de Todd é marcada por ternura e reverência, com um monólogo final capaz de arrancar lágrimas dos fãs. Premonição 6 fecha com chave de ouro a participação do personagem, servindo como um adeus sincero ao gigante do terror e assegurando aos fãs que Todd sempre estará vivo na franquia. 

No fim, Premonição 6 é um filme que entrega exatamente o que cumpre. O longa conhece suas limitações e sabe seu papel dentro do universo de Premonição, proporcionando uma bela diversão aos fãs com um humor debochado, mortes espalhafatosas e ótimas referências aos filmes anteriores, estabelecendo desta forma um lugar de mérito na franquia onde a Morte reina como uma adversária imbatível. Ela até pode tardar, mas nunca falha. 

 Tony Todd

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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