Crime Scene • Curiosidades

Como Amityville inspirou A Casa da Escuridão Eterna

Do terror real ao fictício: as referências de Riley Sager

09/07/2025

Maggie Holt era apenas uma criança quando seus pais compraram Baneberry Hall, uma bela residência vitoriana marcada por um passado sangrento. No entanto, a felicidade da família dura pouco e menos de vinte dias depois após a mudança, os Holts fogem de sua nova casa, deixando para trás todas as suas posses e jurando nunca mais retornar ao local. O pai de Maggie, Ewan Holt, um escritor freelancer, decide então escrever um livro baseado nas experiências aterrorizantes vividas naquele curto período de tempo.

LEIA TAMBÉM: 10 casas icônicas do terror

Intitulada Casa de Horrores, a obra é um sucesso mundial, definindo a vida de Maggie, que mesmo não se lembrando dos eventos ocorridos na casa, nunca mais conseguiu deixar de ser associada a ela. Vinte e cinco anos mais tarde, ela se torna uma mulher adulta, trabalhando como uma bem-sucedida designer de interiores. Depois que seu pai morre, ela herda Baneberry Hall, decidindo então reformar sua antiga moradia e desenterrar de vez todos os segredos e histórias assustadoras que ali residem. Contudo, rapidamente as certezas de Maggie vão caindo por terra enquanto ela se aproxima de uma verdade cada vez mais surpreendente.

Essa é a premissa de A Casa da Escuridão Eterna de Riley Sager, que combina terror sobrenatural e psicológico com mistério e drama. Lançamento da DarkSide® Books, A Casa da Escuridão Eterna é ideal para os DarkSiders que curtem histórias de casas mal-assombradas, oferecendo aquele plot twist que apenas Sager sabe dar aos leitores.

Embora a obra preste homenagem a clássicos como Psicose de Robert Bloch e Hell House: A Casa do Inferno de Richard Matheson, os fãs devem ter notado que a maior inspiração de A Casa da Escuridão Eterna é o caso de Amityville e a subsequente obra literária lançada por Jay Anson em 1977. Mas como este clássico de casa mal-assombrada inspirou o livro? A Caveira te explica tudo que você precisa saber sobre a relação entre Baneberry Hall e a 112 Ocean Avenue.

Entre histórias reais e casas marcadas por tragédias

Em diversas entrevistas, Riley Sager afirmou que sua maior influência para escrever A Casa da Escuridão Eterna realmente foi Amityville. Na verdade, o escritor contou que teve a ideia para o livro quando ouviu um podcast sobre a família Lutz e o romance escrito por Jay Anson, o qual reconta as experiências paranormais vivenciadas pelos Lutz durante sua breve estadia na 112 Ocean Avenue.

Embora não seja um grande fã do livro e de suas adaptações cinematográficas, a mais famosa sendo de 1979, Sager comentou que ficou fascinado pela intriga da vida real que orbita em torno dessa história. Afinal, a 112 Ocean Avenue é uma casa de verdade, localizada em Long Island, Nova York, e uma família que realmente existe morou lá, insistindo piamente que todos os eventos paranormais relatados realmente aconteceram. O que também chamou a atenção do autor foi como a grande maioria das pessoas concorda que tudo foi uma grande farsa da família Lutz, mas ninguém sabe explicar o como e o por quê.

Foi justamente esse ponto que Sager achou que poderia ser interessante explorar em uma nova história, criando uma personagem, Maggie, que passou por algo semelhante ainda criança e que, por não se lembrar muito do que aconteceu, tem dúvidas sobre tudo que lhe foi dito durante sua estadia naquela casa. Em A Casa da Escuridão Eterna, a família Holt foge de Baneberry Hall no meio da noite, alegando que a casa planejava matá-los. Assim como aconteceu com os Lutz em Amityville, o pai de Maggie resolve relatar os acontecimentos em um livro, o qual rapidamente se torna um best-seller e fornece fama nacional à família.

Contudo, assim como Amityville, nem todos acreditavam nas reivindicações da família Holt, afirmando que tudo não passava de uma grande farsa e de um golpe planejado. Isso por sua vez também gerou um certo desprezo local entre os moradores da área, já que a maioria das pessoas mencionadas no livro se ressentiram da notoriedade que ganharam com a obra, a qual permaneceu viva mesmo passados 25 anos. Todo o mistério e polêmicas que ainda existem em torno de Amityville inspiraram Riley Sager a escrever a história de Maggie, que retorna à casa supostamente assombrada na qual viveu por menos de 20 dias quando tinha cinco anos, decidida a descobrir a verdade sobre a história que transformou sua família em uma espécie de celebridade nacional.

Contudo, Sager também comentou que a história só fez sentido para ele quando teve a ideia de incluir o livro que Ewan Holt escreveu sobre sua estadia em Baneberry Hall. Sendo assim, A Casa da Escuridão Eterna utiliza a estrutura de “um livro dentro de um livro” para alternar entre duas histórias: o romance fictício Casa de Horrores, que detalha os eventos vivenciados pela família Holt durante a década de 1990, e a narrativa em primeira pessoa feita por Maggie durante os tempos atuais.

É desta forma que A Casa da Escuridão empresta um pouco do toque assustador e da mística real em torno de Amityville para desenvolver um suspense psicológico arrebatador que mistura antigos segredos familiares, memórias assombradas e uma casa que mais parece uma presença palpável e ameaçadora. Com uma prosa enxuta, A Casa da Escuridão traz elementos que com certeza vão agradar aos fãs de narrativas de mistérios e casas sinistras, entregando um thriller sobrenatural surpreendente que antecipa e frustra as expectativas dos leitores. Como se tudo isso não bastasse, o livro, que já está disponível na Loja Oficial Dark, ainda foi elogiado por ninguém mais, ninguém menos, do que o mestre do terror Stephen King: “Está procurando um livro de suspense capaz de mantê-lo acordado até depois da meia-noite? Não procure mais. Leia A Casa da Escuridão Eterna”.