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Lançamento: Damas Ferozes

Contos feministas que atravessaram eras

06/03/2024

Eras atrás, mulheres viveram tempos ferozes e os simbolizaram em tramas de bravura, drama, suspense, romance e inspiração para posteridade. Damas Ferozes reúne contos clássicos e raros de diversas dessas mulheres, em diferentes locais do mundo, ao longo da nossa história.

Prefácio por Bárbara Libório, Instituto Azmina 

Conheça os contos que compõem a coletânea:

“O papel de parede amarelo”, Charlotte Perkins Gilman
Em meio à estampa saturada de amarelo, uma mulher experimenta um desconforto penetrante, como se os padrões labirínticos estivessem conectados a um eco de seu próprio ser, a uma sombra que rasteja para além de seus passos.

“Homens de mármore”, Edith Nesbit
Um par de estátuas de mármore ganha vida e percorre um certo caminho para cometer atrocidades. O que pode acontecer quando o aviso vindo de uma mulher é desacreditado?

“As duas propostas”, Frances Watkins Harper
Quais são os valores morais e afetuosos que se devem pesar na escolha de um parceiro para o matrimônio? Após uma decisão tomada, resta apenas aguardar o tempo para trazer respostas, e talvez elas não sejam muito felizes.

“A bela dançarina de Edo”, Grace James
Sakura-ko dança em seu próprio passo em meio ao ritmo de uma sociedade onde o destino das mulheres é traçado por expectativas de uma sociedade patriarcal. Para conseguir florir, precisará estar disposta a fazer sacrifícios e escolhas em solos inférteis.

“Uma matinê de Wagner”, Willa Sibert Cather
Georgiana, imersa na melodia da ópera de Wagner, é tomada pelo desgaste emocional que experimentou ao longo dos anos. Enfrenta, então, as notas perdidas de sua própria sinfonia interior, percebendo que a melodia que antes ressoava em si silenciou.

“A história de uma hora”, Kate Chopin
No espaço de uma hora, uma mulher é subitamente arrebatada por potentes emoções. Agora, finalmente, ela poderia deixar de ser a senhora de alguém e poderá tomar posse de seu nome.

“A tempestade”, Kate Chopin
Após um toque delicado, uma descarga elétrica revela um desejo há muito reprimido. Como quando uma tempestade surge em meio a um céu azul, a inesperada chance de explorar um desejo antigo conduz a uma entrega avassaladora.

“A gentil Lena”, Gertrude Stein
Como mulher, resta a Lena viver subjugada, depositando uma confiança cega em palavras e ordens de figuras que considera autoridades, enquanto sua presença e ausência passa despercebida.

“Julgada por seus pares”, Susan Glaspell
Duas mulheres acompanham seus maridos em uma investigação de assassinato. Sozinhas na cena do crime, começam a analisar minuciosamente o ambiente. Ao observar pequenos sinais, desenvolvem empatia pela suspeita do homicídio.

“Êxtase”, Katherine Mansfield
Bertha é invadida por uma sensação de êxtase. Nesse instante, desperta para novos pensamentos, olhares, interesses, percepções, sensações, desejos libidinosos considerados impróprios para uma mulher de sua época.

“O vestido novo”, Virginia Woolf
Mabel Waring está convicta de sua mediocridade perante todos que estão reunidos em uma festa da distinta Clarissa Dalloway. Será realmente imprescindível vestir uma peça que causa desconforto e insegurança?

“Os outros dois”, Edith Wharton
Um homem está um pouco velho, mas acredita que sua nova esposa trará cor à sua vida. Não consegue imaginar que ela já foi casada duas vezes, ou por que saltou de um casamento para outro. Todos os outros homens, especialmente seus anteriores, precisam entender que, agora, ela tem dono.

As autoras

Frances W. Harper (1825-1911)
Uma das poetisas negras mais conhecidas do século XIX e uma das mais importantes figuras na luta sufragista nos Estados Unidos, Frances usou seu talento e sua escrita como ferramenta de luta.

Kate Chopin (1850–1904)
Kate cresceu rodeada de outras mulheres que inspiraram as histórias que escreveu. Ela retratou a realidade pós Guerra Civil no sul dos Estados Unidos, incluindo questões de raça e gênero que começavam a se tornar discussões mais latentes na época e que geram controvérsias entre estudiosos da autora até hoje.

Edith Nesbit (1858-1824)
Suas primeiras obras eram histórias de horror ou romances que tratavam dos primórdios do movimento socialista na Inglaterra. Mãe de quatro filhos, não permitia ser colocada na posição que a sociedade vitoriana considerava adequada para uma mulher.

Charlotte Perkins Gilman (1860-1935)
A vida de Charlotte refletia a de muitas mulheres antes dela. Após o divórcio, algo incomum para a época, mudou-se para a Califórnia onde passou os anos seguintes escrevendo e dando palestras sobre feminismo, casamento, e o papel da mulher na sociedade.

Edith Wharton (1862-1937)
Um dos maiores nomes da literatura norte-americana. Nascida em uma família rica, Warthon questionou convenções sociais por meio de personagens femininas atípicas e se tornou a primeira mulher a vencer o Prêmio Pulitzer de ficção, recebeu um doutorado honorário em Letras da Universidade de Yale e se tornou membro pleno da Academia Americana de Artes e Letras.

Grace James (1864 – 1930)
Nascida em Tóquio enquanto a família acompanhava seu pai, oficial da marinha britânica, passou sua infância no Japão e cresceu ouvindo narrativas locais. Suas histórias foram responsáveis por resgatar elementos do folclore japonês e apresentá-los para o Ocidente e recontá-las para novas gerações. 

Willa Sibert Cather (1873-1947)
Em vida, destacou-se como editora, contista e romancista. Durante a faculdade, tinha preferência por roupas “masculinas”, usava o apelido de “William” e se envolveu principalmente com mulheres. Suas histórias lhe renderam um Prêmio Pulitzer e renome internacional.

Susan Glaspell (1876-1948)
Foi dramaturga, atriz, romancista e jornalista ganhadora do prêmio Pulitzer. Fundou a primeira companhia moderna de teatro dos Estados Unidos e em seu texto sutil, mas subversivo, Gaspell discutiu as relações de gênero e usou a literatura para denunciar a condição feminina na sociedade.

Rokeya Sakhawat Hossain (1880-1932)
Nascida na Índia colonial, Rokeya é pioneira na ficção utópica feminista e uma das primeiras mulheres em sua sociedade a falar sobre igualdade de gênero. É considerada vanguardista na educação das mulheres no subcontinente indiano durante a época do domínio britânico.

Virginia Woolf (1882-1941)
Figura chave no modernismo literário e uma das pioneiras do feminismo no século XX. Woolf derramou muito de sua vida nas histórias que escreveu. Ao lado de outros grandes nomes, foi integrante do Grupo de Boomsbury, movimento de rebelião social aliado à criatividade artística e liberdade sexual.

Katherine Mansfield (1888-1923)
Publicou em jornais e periódicos quando adolescente e se mudou para Inglaterra aos 19 anos para mergulhar no mundo literário. Se rodeou de pessoas cuja sexualidade não era aceita dentro dos padrões da época e é considerada uma das mais célebres escritoras queer.

Ficha Técnica

Título | Damas Ferozes
Autoras | Frances W. Harper, Edith Nesbit, Charlotte Perkins Gilman, Rokeya Sakhawat Hossain, Willa Sibert Cather, Virginia Woolf, Katherine Mansfield, Kate Chopin, Edith Wharton, Grace James, Susan Glaspell
Tradutoras | Gabriela Araújo, Karoline Melo, Regiane Winarski, Lady Sybylla e Karine Ribeiro
Editora | Wish
Edição |
Idioma | Português
Especificações | 16×23 cm, 224 páginas, capa dura
ISBN | 978-85-67566-73-3

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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