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Necromancer: Uma vingança que somente o gênero horror poderia proporcionar

Um duelo demoníaco entre o bem e o mal

18/10/2024

Não importa o que os incrédulos digam sobre o horror, a verdade é que ele é um gênero de justiçamento. Vinganças frias, ataques premeditados, pedidos de socorro aos anjos e, não raramente, aos demônios. É sobre essa premissa que estabeleceremos o filme de hoje.

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O controverso (e cultuado) Necromancer chegou ao mundo em 1988, escrito por Willian T. Naud, dirigido por Dusty Nelson e estrelado por Elizabeth Kaitan (que tem uma filmografia bastante vasta entre os anos de 1981 e 1999). No Brasil, o filme recebeu o nome de Necromancer: Vingança do Inferno.

necromancer

Começamos o filme com um passeio de bicicleta por uma manhã ensolarada em uma cidade americana. Apesar do ambiente iluminado e solar, a trilha sonora (que lembra um pouco a do filme Phantasm) nos deixa em estado de tensão logo no começo do filme. O ciclista que acompanhamos acaba interceptando uma conversa entre duas mulheres, uma é a cliente, e a outra é a feiticeira que lhe presta serviços. A conversa acaba em assassinato. Agora sim, estamos prontos para a trama principal de Necromancer.

necromancer

Conhecemos o professor Charles DeLonge e uma jovem estudante de artes cênicas, Julie Johnson, que está ansiosa por papeis mais desafiadores. Eles conversam, demonstram alguma intimidade.

Infelizmente para Julie, depois dessa conversa e nessa mesma noite, ela estará na hora errada e no lugar errado, e acabará sendo violentada por um grupo de estudantes que pretende roubar os testes no campus. A cena é bastante revoltante, estejam avisados, mas é eficiente em nos fazer desejar ardentemente uma vingança.

necromancer

No dia seguinte, Julie está devastada, e ainda precisa frequentar a mesma escola na qual seus agressores estudam. A plausabilidade da trama não é um primor, mas podemos usar um pouco de licença poética aqui e ali, afinal, Necromancer é um filme econômico dos anos 1980, sem grandes pretensões. Julie conta o que aconteceu para uma amiga, ela também tenta contar para o seu namorado, Eric, mas não consegue se abrir. Para Julie, tornar público o que aconteceu é inimaginável, ela está machucada e confusa, atordoada. Além disso, Julie teve um romance secreto com seu professor Charles DeLonge (ela não pode trazer esse affair a público, ou perderia sua bolsa de estudos e, seu professor, perderia o emprego; e seus agressores possuem essa informação).

necromancer

Sem conseguir justiça pelos meios convencionais, a amiga de Julie indica uma feiticeira necromante, Freda Lurch, aquela mesma mulher que conhecemos no comecinho do filme. Freda realiza um ritual de invocação satânica, clama por vingança, a tenda-garagem onde ela realiza seus feitiços é sacudida por fenômenos inexplicáveis. Essa cena é bastante realista nos moldes da magia, então a carga profana estará garantida. Freda desaparece no meio do ritual, e sem entender exatamente o que aconteceu, as duas estudantes fogem do lugar. Quando elas partem, voltamos a ver o rapaz que parece perseguir a necromante (o mesmo que estava de bicicleta no começo do filme, provavelmente ele é um entusiasta do ocultismo).

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Como todo filme de terror americano da época precisava de um baile de xófens animados movido por uma banda de rock de qualidade questionável, Julie decide ver a banda de seu namorado, Eric, então todo mundo está pronto pra começar o acerto de contas. As mortes não são tão bem elaboradas, mas é muito divertido ver cada um dos canalhas encontrarem nosso final feliz. Existe sangue, figuras demoníacas, existe bastante dor.

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Depois das primeiras mortes, o rapaz que sempre está por perto da necromante, Ernest, procura Julie, para alertá-la sobre a feiticeira. Ele explica que não são apenas os agressores que correm perigo, mas que ela também pode se machucar. Julie o deixa falando sozinho, assustada, ela está tendo pesadelos recorrentes com Freda e seus ataques.

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Julie ainda quer denunciar seus agressores para as autoridades, ainda sente raiva e sede de justiça, mas ela caminha e retorna de sua decisão várias vezes, por conta do envolvimento das outras pessoas. Quando Julie é tomada por impulsos furiosos, quem se materializa com seu corpo é a necromante (que na verdade é um demônio). Quando Julie se acalma, ela torna a desaparecer.

O filme aborda a sexualidade de maneiras estranhas e provocadoras, mas mesmo esses deslizes parecem combinar com a estética um tanto pervertida dessa produção. O professor Charles DeLonge, por exemplo, oscila várias vezes entre ser um aliado ou mais um canalha abusivo, o que o coloca frequentemente na mira da necromante.

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O dilema final parece ser o duelo entre o bem e o mal que habita cada um de nós, entre o perdão e a vingança, e em como a busca pela justiça por intermédio dos demônios pode ter uma péssima ideia.

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Necromancer por não ser o topo da lista de muitos cinéfilos, mas apresenta um gore razoável, boa carga profana e cumpre o papel de nos manter ligados até o desfecho final. Em uma época onde o cinema de horror podia errar sem ser cancelado ou crucificado, o filme ganha em ousadia e perde no desenvolvimento da trama, que muitas vezes tropeça em um vai e vem de intenções e escolhas sem muito sentido. Como um agente de denúncia para as práticas de assédio e abusos da mesma época, infelizmente ele ganha cinco estrelas.

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Para que você possa ser enfeitiçado também, vamos deixar o link completo do filme no Youtube (está na língua nativa, mas vocês conseguem habilitar a legenda a colocá-la para ser traduzida automaticamente).

Vamos? É só apertar o play!

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Sobre Cesar Bravo

amplificador cesar bravoCesar Bravo é escritor, criador de conteúdo e editor. Pela DarkSide® Books, publicou Ultra Carnem, VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, DVD: Devoção Verdadeira a D., 1618 e Amplificador.

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