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Parasite Eve: saiba tudo sobre a franquia

Livro foi adaptado para o cinema e os games

25/08/2025

Você já parou para pensar o que aconteceria se as nossas mitocôndrias, organelas celulares extremamente importantes, subitamente adquirissem consciência e decidissem retomar sua autonomia? Por mais estranho que isso possa parecer, esse é justamente o ponto de partida de Parasite Eve, romance de horror biológico publicado em 1995 por Hideaki Sena. Lançamento da DarkSide® Books, a obra é baseada em uma teoria científica conhecida como simbiogênese, a qual considera que indivíduos de naturezas e espécies distintas podem se unir para formar um novo ser. Isso sugere que as mitocôndrias, minúsculas estruturas celulares que geram energia para as células, possam um dia ter sido parasitas independentes que ao longo de bilhões de anos estabeleceram uma relação simbiótica com nosso organismo. 

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Em Parasite Eve, acompanhamos Toshiaki Nagashima, pesquisador especializado em biologia molecular que sofre com a trágica perda da esposa, Kiyomi. Atormentado pelo luto, ele decide cultivar em seu laboratório algumas células do fígado da amada para propósitos científicos. No entanto, Toshiaki acidentalmente dá início a uma sequência de eventos aterrorizantes quando a cultura celular, apelidada de Eve1, se desenvolve de maneira inesperada, pondo em prática um plano insidioso de transcender a humanidade. 

Primeiro romance de Hideaki Sena, Parasite Eve causou um impacto tão grande que deu origem a uma franquia multimidiática, composta por um filme e até mesmo uma série de videogames. Para celebrar a chegada dessa obra aterrorizante na DarkSide® Bookss, a Caveira preparou uma excursão pela franquia Parasite Eve para você conhecer mais sobre o livro, o filme e o icônico videogame. 

parasite eve

O livro e seu embasamento científico aterrorizante

Nascido na cidade japonesa de Shizuoka, Hideaki Sena tinha 27 anos quando publicou seu primeiro romance, Parasite Eve. Formado em farmacologia, o autor teve a ideia para a história enquanto cursava seu doutorado na Universidade de Tohoku. Acostumado com a vida dentro do laboratório, seu trabalho diário consistia justamente em testar mitocôndrias com diferentes substâncias para observar sua capacidade de converter ácidos graxos em energia. Certo dia, influenciado por sua rotina, pela teoria da simbiogênese e por um documentário sobre mitocôndrias, Sena se pegou pensando: e se as mitocôndrias tivessem vontade própria e um dia simplesmente decidissem romper a relação simbiótica com as células humanas?

Foi assim que o autor transformou essa inquietação em um livro assustador que combina ficção científica, biologia e horror corporal. Utilizando seu extenso conhecimento nas áreas de farmacologia e microbiologia, o que conferiu um tom realista e preciso para a história, Sena escreveu Parasite Eve, que chegou nas prateleiras japonesas em 1995. Lembrando grandes clássicos do gênero, como Frankenstein, a obra levou os leitores por uma narrativa envolvente que aborda temas como os limites éticos da ciência, especialmente da engenharia genética e da biotecnologia; a relação que estabelecemos com nossos próprios corpos; o que afinal significa ser humano e a própria ideia de evolução e autonomia biológica. Tudo isso recheado com cenas grotescas e momentos abjetos. 

 Hideaki Sena

Combinando plausibilidade científica com um horror corporal à la David Cronenberg, Parasite Eve também ressoou com ansiedades coletivas que orbitam em torno de uma nova ciência que ainda não é totalmente compreendida. O impacto da obra foi tão grande que o autor se tornou o primeiro vencedor do Prêmio de Literatura Japonesa de Horror, ajudando a expandir a popularidade do terror nipônico ao lado de outras obras famosas como Ring de Koji Suzuki. Mas o legado de Parasite Eve não termina por aí. A obra rapidamente abriu as portas para uma franquia multimidiática, começando pelo filme homônimo lançado em 1997. 

O filme: uma ficção científica inusitada

Dois anos depois de chegar às livrarias, Parasite Eve foi transportado para as telas dos cinemas em uma adaptação dirigida por Masayuki Ochiai e roteirizada por Ryochi Kimizuka. Tudo começou quando a editora original do livro, Kadokawa Shoten, decidiu desenvolver uma adaptação cinematográfica em parceria com a Divisão de Cinema da Fuji TV. Com um orçamento de cerca de 500 milhões de ienes, a produção trouxe Hiroshi Mikami como Toshiaki e Riona Hazuki como Kiyomi. 

Parasite Eve

Uma das grandes dificuldades da adaptação caiu nas mãos do roteirista, Ryoichi Kimizuka, que precisou reorganizar a abordagem não linear do romance e editar alguns termos técnicos presentes na história, os tornando mais apropriados para um roteiro cinematográfico. De modo geral, o filme segue o enredo do livro de Sena, mas opta por um final diferente, além de dar ênfase em elementos mais românticos. No final das contas, isso desagradou bastante o diretor Masayuki Ochiai, que não ficou nem um pouco satisfeito com o resultado das filmagens, afirmando que precisou fazer muitas concessões a mando dos produtores, diminuindo assim o tom de terror do longa. 

Parasite Eve foi lançado no Japão em 1º de fevereiro de 1997, contando com uma distribuição relativamente limitada no país e no exterior. Com uma aparição tímida nas bilheterias, o filme arrecadou ao total 490 milhões de ienes, menos do que seu orçamento inicial. Apesar disso, recebeu críticas mistas, muitas delas apontando posteriormente como Parasite Eve foi negligenciado internacionalmente, principalmente em comparação a outros filmes de horror japoneses como Ring – O Chamado (1998) e O Grito (2002).  Posteriormente, estudiosos também levantaram que o filme teve um papel chave no boom do horror japonês do final da década 1990, inclusive compartilhando temas com outras produções como Ring Espiral, a sequência de Ring lançada em 1998. 

Parasite Eve

Embora tenha sido criticado por alterar pontos do livro, assim como por seu ritmo relativamente lento e seus efeitos especiais, Parasite Eve foi elogiado como um filme perturbador, fascinante e original. Uma crítica, por exemplo, apontou que o longa funcionava melhor como uma reflexão sobre luto e melancolia do que uma história de terror. No entanto, apesar da produção ter conquistado uma gama de admiradores, um sucesso ainda maior estava por vir no formato de outra mídia. 

O jogo: o fenômeno dos videogames

Em 1998, Parasite Eve foi transportado para o mundo dos videogames como um RPG de survival horror. Desenvolvido e publicado pela Squaresoft para o Playstation 1, o jogo funciona como uma sequência do livro de Hideaki Sena, referenciando diversos momentos da obra original e trazendo a história de Aya Brea, uma jovem policial da cidade de Nova York que precisa impedir uma criatura, conhecida como Eve, de destruir a humanidade por meio de uma rebelião das mitocôndrias. A partir disso, os jogadores devem explorar diferentes ambientes da cidade enquanto utilizam um sistema de combate em tempo real junto com diversos elementos de RPG. 

Parasite Eve

Fruto de uma colaboração entre o Japão e os Estados Unidos, Parasite Eve foi elogiado pelo próprio Sena, que ficou impressionado com a forma pela qual os criadores do jogo traduziram seu romance. Inclusive, o projeto foi assinado por uma dupla famosa no mundo dos games: Takashi Tokita e Hironobu Sakaguchi, conhecidos pela franquia de jogos Final Fantasy.

Assim como o livro, Parasite Eve foi um sucesso de vendas, se tornando o 6º jogo mais vendido no Japão naquele ano. As críticas também foram bastante positivas, com elogios aos seus gráficos, sequências cinematográficas, jogabilidade e cenários elaborados. Outros pontos que renderam destaque foram a cena de abertura, onde os indivíduos presentes em uma plateia de ópera entram em combustão espontânea, e a emblemática trilha sonora de Yoko Shimomura. 

O sucesso do jogo foi tão grande que ele não apenas passou a figurar em listas dos melhores títulos lançados para o Playstation 1, como também rendeu mais duas sequências. Lançado em 1999, Parasite Eve II se passa três anos após o primeiro jogo e mais uma vez acompanha Aya Brea em uma luta contra criaturas neomitocondriais. Já The 3rd Birthday, funciona como um sucessor espiritual, sendo lançado para o Playstation Portable em 2010 e deixando de lado grande parte da teoria da simbiogênese utilizada por Sena no livro.  Como se não bastasse, o game ainda rendeu uma adaptação em formato de mangá intitulada Parasite Eve DIVA

Parasite Eve

Em 2010, Parasite Eve e Parasite Eve II haviam vendido mais de 3 milhões de cópias no mundo todo, um feito impressionante para jogos lançados para o Playstation 1. Frequentemente, os dois jogos são comparados a outro grande clássico dos videogames, a série Resident Evil

Deixe as mitocôndrias tomarem o controle

Trinta anos se passaram desde o seu lançamento e Parasite Eve permanece mais atual do que nunca. Instigando reflexões urgentes sobre genética e ética científica, a obra de Hideaki Sena continua fascinando os leitores com sua mistura de horror biológico, perversão sexual, violência e, é claro, embasamento científico. Levantando questões como até onde a biotecnologia pode nos levar? E será que somos os verdadeiros “donos” dos nossos corpos? O romance é um marco da literatura japonesa, eternizado por sua originalidade e ousadia. 

parasite eve

Não é surpresa então que Parasite Eve tenha gerado uma franquia tão amada pelos fãs, inspirando um filme inquietante e três jogos de videogame. No aniversário de 30 anos desta cultuada obra japonesa, a Caveira trouxe para o Brasil a obra de Hideaki Sena em uma edição exclusiva.

Já disponível na Loja Oficial DarkSide e no DarkApp, Parasite Eve é um horror inusitado e impactante que nos mostra que o terror vem de algo que sempre esteve dentro de nós, apenas esperando o momento certo para despertar e retomar o controle. 

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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