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Pedra Papel Tesoura: Conheça as origens do jogo

Da China para um thriller arrebatador

07/08/2024

Par ou ímpar, cara e coroa… existem diferentes maneiras de tomar uma decisão com base na sorte. É bem provável que em alguma dessas situações você já tenha recorrido ao jogo pedra, papel e tesoura, com três possibilidades de ataque.

O jogo dá nome ao livro Pedra Papel Tesoura de Alice Feeney, que conta a história de um casal que tenta dar uma última chance ao casamento em um fim de semana em uma paisagem afastada nas Highlands escocesas — mas que uma nevasca e o isolamento trazem à tona uma história de ressentimentos com consequências imprevisíveis.

Além de ser o título de uma história escrita por um dos protagonistas, o jogo de pedra, papel e tesoura é uma ótima metáfora para o casamento deles. Como se eles tomassem as decisões desta maneira, deixando nas mãos do destino os acontecimentos ao qual são submetidos. Esse elemento também ajuda a alimentar o suspense ao longo das páginas, onde qualquer resultado pode acontecer.

Origens do jogo pedra, papel e tesoura

Muito longe da Escócia, o jogo de pedra, papel e tesoura tem seu primeiro registro conhecido em um livro chinês chamado Wuzazu, escrito por Xie Zhaozhi durante a dinastia Ming. O livro diz que o jogo, chamado de shoushiling, data da dinastia Han, que durou dos anos 206 a.C. a 220 d.C. As informações são da Associação Internacional de Pedra, Papel e Tesoura — sim, isso existe.

Na história japonesa, deparamo-nos com o termo sansukumi-ken, que pode ser traduzido literalmente para algo como “impasse triplo de jogos de punho”, no qual A vence B, B vence C e C, por sua vez, vence A. O jogo teria sido criado inicialmente na China e, mais tarde, importado para o Japão, onde se tornou absolutamente popular.

O jogo mais antigo de sansukumi-ken, chamado de mushi-ken, foi importado diretamente da China. Ele traz os movimentos de rã (dedão), que é derrotado pela lesma (mindinho), que é derrotado pela cobra (indicador), que é, então, derrotado pela rã. Apesar dessa representação com animais, a estrutura é exatamente a mesma de pedra, papel e tesoura.

***Janken*: O pedra, papel e tesoura moderno**

A versão moderna do jogo surgiu no Japão como uma variação da versão chinesa ali pelo século XVII. Janken incorpora os tão conhecidos sinais para pedra, papel e tesoura. Jogos que se utilizam destes gestos se tornaram cada vez mais comuns no fim do século XIX, entre os períodos Edo e Meiji.

No início do século XX, o jogo ganhou o mundo, principalmente pela intensificação do contato do Japão com o Ocidente, após um longo período de reclusão. O nome em português é uma tradução literal dos movimentos empregados em pedra, papel e tesoura, enquanto em outras partes da Ásia o movimento de palma da mão signifique “pano” em vez de papel.

Em 1924, uma carta enviada ao The Times descreve pedra, papel e tesoura como um jogo de mãos chamado zhot, possivelmente com origem mediterrânea. Um leitor respondeu, identificando o jogo como Jan-ken-pon, que ele viu ser jogado em todo o Japão — até esse momento a brincadeira era pouco conhecida no Reino Unido.

Três anos depois, a revista francesa destinada ao público infantil, La Vie au patronage, detalhou o jogo, chamando-o de jeu japonais (literalmente “jogo japonês”. Hoje, ele é conhecido na França como Chi-fou-mi, baseado nas palavras do japonês antigo “um, dois, três”.

Em 1932, o The New York Times publicou um artigo sobre a hora do rush em Tokyo, descrevendo as regras do jogo para os leitores norte-americanos, que ainda não o conheciam muito bem. Em 1933, uma edição da Compton’s Pictured Encyclopedia descreveu pedra, papel e tesoura como um método comum para resolver impasse entre crianças japonesas, com o nome “John Kem Po”.

Existe alguma estratégia para vencer no pedra, papel e tesoura?

É impossível ter qualquer tipo de vantagem sobre um oponente que escolhe seus movimentos de maneira aleatória. No entanto, é possível ter alguma vantagem sobre um jogador não aleatório, prevendo seu movimento — o que pode ser feito com análise psicológica ou de padrões observados em comportamentos passados.

O resultado disso, é claro, está em competições programadas para jogar pedra, papel e tesoura com algoritmos. Durante esses torneios, os jogadores frequentemente preparam sua sequência de gestos antes que as competições se iniciem. Alguns jogadores adotam táticas para confundir ou enganar o adversário para que ele jogue algum movimento ilegal — o que resultará na sua perda. Uma tática é gritar o nome de um movimento antes de apresentar outro.