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Por que continuamos adaptando O Fantasma da Ópera?

Algumas histórias são imortais

21/05/2025

Existem histórias que mexem tanto com as nossas emoções que nunca param de ser reimaginadas para o cinema e para a televisão. De certa forma, elas recebem um selo de imortalidade, acompanhando diferentes gerações e adaptando seus temas para os contextos em que estão inseridas. 

LEIA TAMBÉM: Curiosidades sobre o musical: O Fantasma da Ópera

Inúmeros clássicos do horror entram nessa categoria, Drácula, Frankenstein e O Médico e o Monstro são apenas algumas das obras que foram constantemente retomadas e imbuídas de novos significados. No entanto, nenhum outro clássico percorreu tantos caminhos diferentes, desbravando os mais variados estilos, do que O Fantasma da Ópera de Gaston Leroux

Inspirado em lendas urbanas da época, a obra conta a história de um prodígio musical e exímio ilusionista que vive nas catacumbas da Ópera de Paris. Utilizando uma máscara para esconder seu rosto e atormentado pelo passado trágico, ele ganha o apelido de Fantasma, controlando os bastidores do local para garantir que sua protegida, a jovem cantora Christine Daaé, alcance o sucesso. No entanto, as coisas tomam um rumo sinistro quando Christine se aproxima de seu amigo de infância, o Visconde de Chagny. 

o fantasma da ópera

Ao longo de mais de um século de existência, O Fantasma da Ópera se tornou uma das histórias mais adaptadas de todos os tempos. Enquanto algumas versões alteram os nomes dos personagens, assim como a temporalidade e o visual do antagonista, na essência, a trama sempre permanece a mesma. Desta forma, o Fantasma não apenas se tornou um personagem icônico, como também protagonizou dezenas de filmes, séries de televisão, romances e produções musicais. No entanto, em meio a tantas versões e reimaginações surge uma dúvida: por que continuamos adaptando a obra de Leroux? 

A história do Fantasma nos cinemas é também a história do audiovisual

Quando O Fantasma da Ópera foi publicado entre 1909 e 1910, o cinema estava dando seus primeiros passos. É óbvio que não demorou muito para que a obra chegasse às telonas, de forma que suas adaptações parecem acompanhar a história do audiovisual em si. Em 1925, Lon Chaney, o eterno Homem das Mil Faces, imortalizou o personagem em uma adaptação que é considerada um expoente dos filmes de horror. Muito antes de Drácula, Frankenstein, A Múmia e O Homem Invisível chegarem aos cinemas, o Fantasma já estava lá, abrindo caminho para filmes com ambientações sinistras e maquiagens extraordinárias. Muito além disso, junto de Nosferatu, O Fantasma da Ópera de 1925 foi um dos filmes que criou uma ponte entre o cinema mudo e o horror da Universal da década seguinte. 

lon chaney fantasma da ópera

Já os anos 1940, influenciado pelo sucesso de filmes como E O Vento Levou, viram a popularização de produções suntuosas e cada vez mais glamurosas. É claro que O Fantasma da Ópera não ficou de fora dessa e voltou para uma refilmagem produzida pela Universal e estrelada por Claude Rains. Enquanto muitos filmes de horror da época permaneceram em preto e branco, esta versão emulou o estilo dos longas épicos com cenários luxuosos, o uso do technicolor e a ênfase em um tom mais romântico e dramático. 

Pulando para os anos 1950, quando a Hammer Film Productions invadiu o mundo do horror, dando nova vida a diversos monstros clássicos, o estúdio se encarregou de uma nova versão de O Fantasma da Ópera, dessa vez interpretado por Herbert Lom. Já na década de 1970 quando musicais estilosos entraram na moda, como Jesus Cristo Superstar, Cabaret e The Rocky Horror Picture Show, quem também ganhou uma versão para chamar de sua? O Fantasma da Ópera! Dessa vez intitulado O Fantasma do Paraíso, o filme de 1974 dirigido por Brian de Palma incorporou elementos das óperas rock e deu o tom do Fantasma nas próximas décadas: mais protagonista, menos monstro. 

o fantasma da ópera

Já nos anos 1980, a década dos slashers, a obra de Leroux embarcou nessa moda com um filme estrelado por uma das maiores estrelas do subgênero: Robert Englund, o próprio Freddy Krueger. Esta versão bastante sangrenta incorporou elementos slashers na história clássica, com assassinatos criativos, Christine assumindo o papel de garota final e uma história sobrenatural para o antagonista nos moldes de Freddy e Jason. Na década de 1990, O Fantasma da Ópera incorporou os dramas românticos de época, que no horror geraram títulos como Drácula de Bram Stoker e Frankenstein de Mary Shelley. Na minissérie dos anos 1990, o Fantasma, vivido por Charles Dance, é representado sob uma ótica mais positiva e romântica. Por último, mas não menos importante, no início do século XXI, o musical de Andrew Lloyd Webber (responsável por mudar a cena nos anos 1980) foi levado aos cinemas com a direção de Joel Schumacher. O Fantasma da Ópera de 2004 se inspirou nos exuberantes filmes de época do final dos anos 1990, como Titanic, e ajudou a abrir caminho para o renascimento dos filmes musicais dos anos 2000. 

Esse breve histórico nos permite enxergar como cada adaptação de O Fantasma da Ópera se alinha à própria história do cinema, do horror e dos musicais. Estas versões mostram como o cinema se transformou com o passar do tempo e ainda mais importante, como uma mesma história pode assumir diferentes cores ao longo do tempo. Clássico do cinema mudo, gótico britânico dos anos 1960, ópera rock da década de 1970, slashers oitentista e musical dos anos 2000. O Fantasma da Ópera já percorreu todos esses momentos. Mas por quê? O que existe nessa história que a permite ser recontada tantas vezes?

o fantasma da ópera

O apelo universal do Fantasma da Ópera

Essencialmente todas as versões de O Fantasma da Ópera mantêm três elementos-chave: a deformidade física do Fantasma; sua devoção à música e seu amor/fascínio/obsessão por uma jovem cantora. Essa base permite que a história examine temas universais que ressoam com o público, como o amor não correspondido, a procura por aceitação, o preconceito e o poder da arte, além de abordar dicotomias como beleza e feiura; bem e mal; ilusão e realidade. Simultaneamente, a combinação destes temas atemporais faz com que cada adaptação dialogue com os valores sociais e culturais da época de produção, permitindo que novas gerações se conectem com a história. 

Indo além, a obra original de Gaston Leroux mistura magistralmente romance, mistério, tragédia e suspense, o que possibilita que criadores a reinterpretam através de diferentes lentes, enveredando por diferentes gêneros artísticos. Essa versatilidade possibilita releituras criativas, visuais deslumbrantes e tramas emocionalmente carregadas que ajudam a manter vivo o interesse pelo O Fantasma da Ópera.

o fantasma da ópera

Leroux também forneceu personagens complexos e multifacetados que carregam dilemas emocionais e conflitos internos. Apesar de ser retratado como um vilão, o Fantasma, por exemplo, é um personagem trágico e turbulento que fascina e gera empatia apesar de suas atitudes condenáveis. Isso abriu as portas para que suas motivações fossem constantemente exploradas e reinterpretadas, além de explicar como o personagem foi retratado desde um vilão monstruoso até um músico romântico e sensível. Como se tudo isso não fosse suficiente, O Fantasma da Ópera também é uma tragédia marcada por personagens incompreendidos e amores não correspondidos, o que não apenas fascina o público como também cria um apelo emocional duradouro.

Uma história imortal que agora é DarkSide Books

O Fantasma da Ópera é uma daquelas joias narrativas que pode ser abordada de diferentes ângulos. Pode ser a história de uma jovem escapando de uma figura obsessiva ou a história de um indivíduo que foi maltratado pela vida e por todos ao seu redor, nunca conhecendo compaixão e amor. Pode ser uma história de monstro ou um bom mistério. Uma narrativa gótica ou um musical suntuoso. Ou quem sabe até mesmo uma história faustiana, um triângulo amoroso, um melodrama e até mesmo um terror com viagem no tempo. 

o fantasma da ópera

Parece assim que estamos longe de ter uma adaptação definitiva de O Fantasma da Ópera. Ao abordar temas universais, o clássico de Gaston Leroux se transformou em uma referência na cultura popular e garantiu uma vida longa assombrando gerações de fãs do mundo todo. Agora, mais de um século após sua publicação original, a obra finalmente chegou na DarkSide® Books em uma edição especial que convida os leitores a mergulharem nesse universo sombrio ao lado da Caveira. Os camarotes estão abertos, o espetáculo está prestes a começar e o Fantasma está à espreita, pronto para continuar fascinando todos aqueles que conhecem sua história. 

LEIA TAMBÉM: O Fantasma da Ópera: como o livro foi transformado em um musical

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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