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10 Histórias com crianças nem um pouco inocentes

Quando a maldade se manifesta cedo demais

19/06/2024

Geralmente, crianças são vistas como símbolos do futuro. Com sua inocência e pureza, elas podem representar o melhor que a humanidade tem a oferecer, sendo para muitas gerações a esperança de que as coisas enfim vão melhorar. Mas, e se não for bem assim?

Tanto a ficção quanto a vida real há muito tempo nos mostram que existem, sim, crianças desprovidas da costumeira inocência infantil. Tanto que diversas histórias literárias e cinematográficas utilizam personagens infantis com morais duvidosas para subverter nossas expectativas e causar uma experiência para lá de desconfortável.

Seja em narrativas sobrenaturais ou realistas, essas crianças nos deixam desconcertados. Elas acionam medos profundos e explicitam as diferentes maneiras pelas quais a maldade humana pode vir à tona. Conheça 10 histórias com crianças nem um pouco inocentes para você conferir.

1. O Anjo Malvado

Lançado em 1993, na esteira do sucesso de Esqueceram de Mim, O Anjo Malvado centra sua história em dois primos completamente opostos. No enredo, acompanhamos Henry, interpretado por Macaulay Culkin, um psicopata dissimulado que sente prazer em aterrorizar e atormentar o doce Mark, interpretado por Elijah Wood.

O filme chama a atenção pela performance de Macaulay Culkin, que está extremamente perturbador ao lado do inocente Elijah Wood. Tudo fica ainda mais acentuado quando Mark, personagem de Wood, começa a ser erroneamente culpado pelos atos do primo diabólico. Sem utilizar nenhum elemento sobrenatural, O Anjo Malvado consegue mostrar que as crianças nem sempre são tão inocentes assim. Afinal, como diz o próprio pôster original do filme: o mal tem muitas faces.

2. Eu sou o Rei do Castelo

Obra-prima literária de Susan Hill, Eu Sou o Rei do Castelo mostra que a crueldade e a maldade podem ser exibidas até mesmo em crianças. Lançamento da Macabra em parceria com a DarkSide®, o livro apresenta Edmund Hooper, um menino de 11 anos que mora com o pai viúvo em uma remota casa vitoriana. A relação entre os dois é distante e tudo piora quando uma governanta é contratada para morar na residência junto com o filho, Charles. Astuto e manipulador, Edward não quer que eles se mudem e o que se segue é o duelo entre duas crianças, cuja guerra territorial desencadeia perseguições cruéis e violentas.

Eu Sou o Rei do Castelo choca ao mostrar que as crianças podem ser capazes de destruir e causar o mal. Embora a crueldade infantil seja menos explícita do que em outras histórias, a obra de Susan Hill mostra como a manipulação e intimidação podem ser mortais. O livro serviu de inspiração para o longa francês Eu Sou o Senhor do Castelo, lançado em 1989, que trouxe modificações em seu enredo, mas ainda manteve a história principal.

3. Tara Maldita

Adaptação do clássico literário Menina Má de William March, Tara Maldita apresentou uma das psicopatas infantis mais marcantes do cinema. Lançado em 1956, o filme segue Rhoda Penmark, uma doce garotinha de 8 anos, que passa a exibir sinais de um comportamento sociopata. Quando Rhoda age de forma indiferente após a morte acidental de um coleguinha durante um piquenique escolar, sua mãe decide investigar o que a filha está escondendo e para sua consternação, descobre que algumas pessoas simplesmente nascem más.

Tara Maldita, assim como Menina Má, causou um grande impacto na época de seu lançamento, principalmente pela ousadia de trazer uma criança nem um pouco inocente para a história. A personagem de Rhoda Penmark inspirou inúmeros outros vilões infantis do cinema e continua assustadora até os dias atuais.

4. Quando os Adams Saíram de Férias

Considerada uma das obras mais inquietantes e repulsivas da literatura do terror, Quando os Adams Saíram de Férias causou controvérsia quando foi publicado em 1974. O best-seller de Mendal W. Johnson foi chamado de vil, maligno e perturbador. E não é para menos.

Quando Os Adams Saíram de Férias concentra sua história em um grupo de crianças que decide explorar seus impulsos violentos em um jogo macabro. Aproveitando que seus pais estão de férias em algum lugar bem longe dali, elas amarram e amordaçam Barbara, a babá contratada para cuidar da casa e de seus moradores durante a ausência dos adultos. No entanto, a brincadeira de mau gosto logo se transforma em algo infinitamente pior: um jogo de tortura e controle. Publicado pela DarkSide® Books junto com a Macabra, Quando os Adams Saíram de Férias mostra ao leitor que não era “apenas um jogo infantil” e que a crueldade reside até mesmo nas crianças.

5. A Inocente Face do Terror

Construindo sua narrativa em torno do arquétipo do gêmeo bom versus gêmeo mal, A Inocente Face do Terror é um filme de 1972 dirigido por Robert Mulligan. Adaptação do livro de Thomas Tyron, o enredo se passa em uma fazenda no estado de Connecticut durante o verão de 1935. Ali, acompanhamos os gêmeos de 10 anos, Niles e Holland Perry. Enquanto um deles é gentil e solitário, o outro é mais agressivo, detentor de um perturbado senso de humor.

Os problemas começam quando uma série de acidentes e tragédias acontecem na fazenda. Enquanto todas as pistas levam aos gêmeos, ninguém sabe qual dos dois é responsável. A única coisa de que realmente temos certeza é de que há algo muito errado com a dupla. A Inocente Face do Terror é um filme chocante que inspirou inúmeras outras produções, mostrando que a maldade é capaz de aparecer até mesmo nos locais mais inimagináveis.

6. A Garota da Casa ao Lado

Mostrando que nada é o que parece ser, A Garota da Casa ao Lado escancara como as pessoas são capazes dos maiores horrores e crueldades possíveis. Inspirado no assassinato real da jovem Sylvia Likens, o livro de Jack Ketchum narra os sofrimentos de duas irmãs que vão morar com a tia e seus três filhos, tornando-se alvo de tortura e violência por parte de sua nova família e pelas crianças da vizinhança.

A Garota da Casa ao Lado é uma leitura indigesta que vai te fazer desconfiar de todos ao seu redor. O livro de Jack Ketchum é como um soco no estômago que mostra que tanto adultos quanto crianças podem ser capazes das maldades mais brutais e das mais cruéis omissões.

7. Veneno para as Fadas

Clássico do cinema mexicano de terror, Veneno para as Fadas é um longa de 1984 dirigido pelo cineasta Carlos Enrique Taboada, em que acompanhamos a história de duas meninas, Verônica e Flávia, em uma escola interna no México. Verônica é uma jovem órfã que vive com a avó e a babá, que aguça sua imaginação com histórias sobre fadas, bruxas e outros seres mágicos. Já Flávia é a nova aluna da instituição, uma menina tímida e ingênua vinda de uma rica família. As duas se tornam amigas e na tentativa de impressionar a colega, Verônica lhe conta que é uma bruxa.

Determinada a provar a veracidade de sua afirmação, ela cria situações estranhas, levando o crédito por uma série de coincidências e aproveitando-se da ingenuidade da colega. No entanto, a manipulação e crueldade de Verônica começam a sair do controle e a brincadeira toma um rumo perigoso. Veneno para as Fadas é narrado pelo ponto de vista das duas meninas, criando assim uma atmosfera mágica de suspense que coloca as crianças como mentirosas, manipuladoras e perigosas.

8. Boa Noite, Mamãe

Dirigido pela dupla Veronika Franz e Severin Fiala, Boa Noite, Mamãe aborda a relação entre os irmãos gêmeos, Elias e Lukas, e sua mãe, que retornou para casa após uma cirurgia facial. As coisas ficam sinistras quando a dupla questiona a identidade da mulher debaixo das bandagens, acreditando que esta não é a sua mãe. Eles decidem então testar os limites da paciência e do afeto da mulher, enquanto conduzem sua própria investigação, mas logo uma série de eventos perturbadores começa a questionar a sanidade de todos os envolvidos.

Lançado em 2014, Boa Noite, Mamãe é uma experiência cinematográfica inesquecível, que mostra que atos brutais podem se esconder por trás dos mais inocentes rostos e intenções.

9. O Senhor das Moscas

Clássico da literatura, O Senhor das Moscas é um romance de 1954 escrito por William Golding que acompanha um grupo de meninos britânicos presos em uma ilha desabitada após um acidente de avião. Sem nenhum adulto para cuidar delas, as crianças logo tentam se autogovernar, mas rapidamente caem em um mundo de desordem, caos e violência.

Abordando a tensão entre moralidade e imoralidade, coletivo e individualidade, O Senhor das Moscas é um exame da natureza humana e de como rapidamente a sociedade e civilidade moderna são dissolvidas no caos, chocando principalmente pela brutalidade praticada pelo grupo de meninos. A história foi adaptada duas vezes para o cinema, uma vez em 1963 e outra em 1990, e também inspirou diversas outras produções, como a série de televisão Yellowjackets.

10. Comunhão

Também conhecido como Alice, Querida Alice, Comunhão é um filme de 1976 dirigido por Alfred Sole, que acompanha Alice, uma problemática menina de 12 anos, com inveja profunda da irmã mais nova, Karen (interpretada por Brooke Shields em seu papel de estreia). Quando Karen é brutalmente assassinada no dia de sua Primeira Comunhão, todos passam a suspeitar de sua irmã mais velha, que também parece estar ligada a uma série de assassinatos não resolvidos.

Com um vilão mascarado digno dos melhores slashers dos anos 1980, Comunhão aborda temas como maldade infantil e negligência parental. A pequena Paula Sheppard está desconcertante como a manipuladora Alice, que de querida não tem absolutamente nada.

Anjos Cruéis: A maldade infantil no mundo real

Não é só na ficção que existe a psicopatia infantil. A DarkSide® Books te convida a desvendar os segredos por trás destas feições, lançando luz sobre um aspecto muitas vezes negligenciado da psicologia humana. Anjos Cruéis, um projeto original Crime Scene® criado pela DarkSide® Books em parceria com Daniel Cruz, o renomado autor do site O Aprendiz Verde, nos leva a uma jornada envolvente pelo labirinto da psicopatia infantil, onde a inocência e a crueldade se entrelaçam de maneiras inesperadas.

Anjos Cruéis conta com mais de vinte estudos de caso de crianças psicopatas como Mary Bell, Jesse Pomeroy e Shinichiro Azuma, análises históricas e sociais que lançam luz sobre as complexidades subjacentes desse fenômeno intrigante e uma galeria com mais de trinta casos cruéis esquecidos no tempo, além de uma lista de filmes cuidadosamente selecionados para oferecer uma perspectiva cinematográfica única sobre o tema, e introdução especial da escritora Barbara Bradley Hagerty. Um livro destinado a se tornar referência para todos que desejam estudar, conhecer e explorar as contradições e a complexidade da mente humana ainda nos seus primeiros passos.