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10 segredos macabros de Ed Gein

Mergulhe no caso do “Carniceiro de Plainfield"

01/09/2025

Em 1957, uma isolada cidade no estado de Wisconsin foi abalada por crimes tão perturbadores que pareciam ter saído direto da ficção. Conhecido como o “Carniceiro de Plainfield”, Edward Theodore Gein, um homem tímido e recluso, confessou uma série de atos terríveis, envolvendo assassinatos e violação de sepulturas. No entanto, os horrores não terminaram por aí. As descobertas macabras feitas pela polícia na remota fazenda de Gein e sua obsessão com a mãe falecida mudaram para sempre a cultura pop, inspirando personagens clássicos do terror como Norman Bates de Psicose, Leatherface de O Massacre da Serra Elétrica e Buffalo Bill de O Silêncio dos Inocentes

LEIA TAMBÉM: Como a cultura pop se alimentou dos crimes de Ed Gein

Lançamento da Darkside® Books, Ed Gein: Silêncio Psicótico mergulha fundo na história, trazendo o retrato definitivo de um assassino que povoa até hoje o imaginário coletivo. Escrita por Harold Schechter, a obra conduz o leitor pela mente do assassino, explorando desde a sua infância abusiva até o impacto que seus crimes tiveram na pequena cidade de Plainfield. Parte da coleção Arquivos Monstros Reais, Ed Gein: Silêncio Psicótico traz elementos históricos, sociais e psicológicos que nos ajudam a entender como um pacato fazendeiro se transformou em um dos monstros mais temidos de todos os tempos, personificando os piores pesadelos de uma nação. 

Ed Gein

Embora o caso seja amplamente conhecido, principalmente por suas influências na cultura pop, há muitos fatos pouco discutidos sobre Ed Gein e sua história. A Caveira separou 10 deles para você conhecer e entrar no clima da leitura de Ed Gein: Silêncio Psicótico:

1. Gein não é considerado um serial killer no sentido clássico

Embora seja frequentemente citado ao lado de assassinos em séries infames como Jeffrey Dahmer e Ted Bundy, Gein não é considerado um serial killer no sentido clássico do termo. Tudo isso porque o “Carniceiro de Plainfield” foi formalmente conectado a apenas dois assassinatos: o de Mary Hogan em 1954 e o de Bernice Worden em 1957. Como Harold Schechter levanta em Ed Gein: Silêncio Psicótico, o fazendeiro chegou a se tornar suspeito de outros crimes, no entanto sua participação nunca foi efetivamente comprovada.  Desta forma, a “fama” de Gein foi mais resultado de seus outros atos, como o roubo de cadáveres e a criação de mobiliários grotescos com seus restos mortais, do que da quantidade de vítimas. 

2. Teve uma infância difícil e abusiva

Segundo filho do casal George e Augusta Gein, Edward teve uma infância bastante difícil. Seu pai lutava contra o alcoolismo, o que o fez entregar os deveres parentais nas mãos de Augusta, uma mulher dominadora e religiosa. Ela mantinha uma rédea curta sobre os dois filhos, ensinando as crianças de que o mundo era um lugar imoral e que as mulheres eram naturalmente promíscuas, agindo como instrumentos do Diabo. Toda tarde, Augusta reservava um tempo para ler versículos da Bíblia para Ed e seu irmão, Henry, frequentemente pregando passagens ameaçadoras sobre morte, assassinato e retribuição divina. Ela também impedia que os filhos tivessem qualquer interação social com outras crianças, os mantendo ocupados com tarefas na fazenda da família. Sem amigos, sem a presença do pai e isolado do restante do mundo, Ed desenvolveu um forte apego emocional na mãe, o que desempenhou um papel fundamental em seus crimes. 

Ed Gein

3. Henry Gein, seu irmão mais velho, morreu de forma suspeita

Quando Ed e Henry chegaram à vida adulta, os dois começaram a realizar trabalhos diversos na cidade para cobrir as despesas da fazenda. Isso fez com que Henry se tornasse mais independente de Augusta. Ele começou a namorar uma mulher divorciada e planejava morar com ela, expressando cada vez mais preocupação com a situação do irmão, o qual era muito apegado à mãe. Henry, inclusive, expressava suas inquietações para Ed, criticando abertamente Augusta. 

Contudo, em 1944, a vida de Henry foi brutalmente interrompida enquanto ele e o irmão estavam apagando um incêndio perto da fazenda. Embora tenha sido definido que a causa da morte foi asfixia por inalação de fumaça, o caso chamou a atenção devido a suas circunstâncias misteriosas. Para começo de conversa, Ed relatou o irmão como desaparecido apenas no final do dia, alegando que eles haviam se separado enquanto lutavam para conter o incêndio. No entanto, quando o corpo de Henry foi encontrado, ele estava deitado de bruços e não possuía queimaduras nem ferimentos de fogo. Mais tarde, como Harold Schechter relatou em Ed Gein: Silêncio Psicótico, foi descoberto que sua cabeça tinha hematomas consistentes com um golpe. Apesar disso, a polícia descartou a possibilidade de crime, listando a causa da morte como um acidente e nunca realizando nenhuma autópsia ou investigação. 

4. Sua casa virou um ponto turístico… até ser misteriosamente destruída

Após Gein ser preso em 1957, sua casa e fazenda se transformaram em um ponto turístico, reunindo milhares de visitantes indesejados em Plainfield. Com as constantes notícias sobre os horrores encontrados na residência, o local virou uma atração de beira de estrada, sendo marcada por uma procissão de carros lotados que dirigiam por horas apenas para dar uma olhada no exterior da velha casa da família Gein. Embora o perímetro estivesse contido pela polícia, isso não impediu os curiosos de darem uma espiada, levando suas famílias e transformando o local em uma atividade de domingo. 

Ed Gein

Em 1958, um pouco antes do leilão agendado para vender as posses de Gein, a casa foi completamente destruída por um incêndio misterioso. Embora tenham sido levantadas suspeitas de que o fogo foi intencional, as autoridades nunca investigaram a fundo e sua causa não foi oficialmente determinada. Muitos acreditam que o ato foi cometido pela comunidade local, que não desejava que o terreno se transformasse em uma atração turística recorrente. Quando Ed soube o que aconteceu, sua reação foi extremamente apática e ele apenas respondeu: “Melhor assim”. 

5. O julgamento aconteceu muitos anos depois de sua prisão

Embora tenha sido preso em 1957, Ed Gein só foi julgado dez anos depois, em 1968. Isso aconteceu porque ao ser acusado pelo assassinato de Bernice Worden, o “Carniceiro de Plainfield” foi considerado inimputável por insanidade. Ele foi então enviado para um hospital psiquiátrico de segurança máxima onde recebeu tratamento médico por anos. Desta forma, foi apenas em 1968 que os médicos determinaram que Gein era mentalmente capaz de participar de sua defesa. Seu julgamento começou em novembro daquele mesmo ano, durando apenas uma semana. No fim, Ed foi considerado culpado pelo assassinato da Sra. Worden (ele foi julgado apenas por esse crime, tendo em vista que já havia confessado o assassinato de Mary Hogan).  Logo depois, um segundo julgamento foi realizado para abordar a questão de sua sanidade mental, o qual determinou que ele deveria ser reconduzido ao Hospital Psiquiátrico do Estado. Desta forma, Ed passou o resto de sua vida internado em instituições psiquiátricas, nunca sendo levado para uma prisão comum.  

6. Seu carro foi exibido em feiras como uma atração macabra

Durante o leilão das posses de Gein, seu carro, um Ford sedã marrom 1949, foi o único item que desencadeou uma guerra de lances, com quatorze pessoas competindo por ele. No fim, o veículo foi vendido por uma quantia impressionante de mais de 700 dólares (cerca de 8 mil dólares hoje em dia), sendo adquirido por Bunny Gibbons, que trabalhava como expositor de um espetáculo itinerante. Gibbons passou então a exibir o carro em feiras do condado como uma atração macabra. Para atrair o público, ele equipou o veículo com dois bonecos de cera: um simulando Ed Gein ao volante e outro uma de suas vítimas no banco de trás. Com cartazes retumbantes dizendo: “Veja o carro que arrastou os mortos de seus túmulos!”, Gibbons cobrava 25 centavos dos visitantes, reunindo mais de duas mil pessoas no local. No entanto, isso enfureceu os moradores de Wisconsin, que expulsaram o expositor e seu “carro maldito” do estado, dando fim ao espetáculo macabro. 

Ed Gein

7. Manteve o quarto da mãe intocado por anos

Quando a polícia finalmente chegou à casa de Gein em 1957, eles encontraram um local praticamente abandonado à própria sorte. Desde a morte do irmão e da mãe, o fazendeiro vivia sozinho, deixando grande parte da casa sem nenhuma manutenção ou limpeza. Para o choque de todos, ele ocupava apenas dois cômodos, a cozinha e uma pequena sala ao lado, a qual havia se tornado seu quarto. Tudo isso porque após o falecimento de Augusta, Ed selou todos os cômodos utilizados por ela. Ao abrir o aposento da Sra. Gein, as autoridades tiveram uma surpresa para lá de inesperada. Em meio à sujeira e ruína do restante da residência, o quarto estava totalmente preservado e aparentemente intocado desde a morte de Augusta em 1945. Segundo relatos de testemunhas, era como se ela estivesse viva e ainda habitando o lugar. 

8. O filme Taxi Driver faz uma referência inusitada ao caso

Dirigido por Martin Scorsese e protagonizado por Robert de Niro, Taxi Driver é frequentemente listado como um dos filmes mais importantes da história do cinema. Lançado em 1976, o longa acompanha Travis Bickle, um veterano da Guerra do Vietnã cujo estado mental se deteriora enquanto trabalha à noite como taxista na cidade de Nova York. Embora não tenha nada a ver com a história de Ed Gein, o filme faz uma referência inusitada ao caso. Em uma determinada cena, Travis tem uma atitude aparentemente aleatória ao pedir uma xícara de café e uma fatia de torta de maçã com queijo derretido no topo. Acontece que o comentário não tem nada de aleatório, já que, após ser capturado, essa foi exatamente a mesma refeição que Gein pediu à polícia em troca de sua cooperação na investigação. 

taxi driver

9. Gein era um leitor voraz

Ao longo de sua vida, Ed se mostrou um leitor voraz, ocupando seu tempo livre com livros e revistas sobre assuntos variados, principalmente histórias de aventura e revistas pulp. No entanto, ele possuía uma “afeição especial” por publicações de crimes reais, se interessando por assuntos inusitados como canibalismo, anatomia feminina e crimes de guerra nazistas. 

10. Foi enterrado ao lado da mãe

Em 26 de julho de 1984, Ed Gein faleceu aos 77 anos em decorrência de uma falência respiratória, resultado de um câncer no pulmão. Na madrugada seguinte, ele foi enterrado em um lote não identificado no Cemitério de Plainfield. Embora a sepultura não tenha sido demarcada, isso não impediu que ela permanecesse desconhecida, já que Gein foi enterrado bem ao lado de sua mãe, Augusta. Depois de um tempo, uma lápide chegou a ser colocada no local, mas no final dos anos 1990 a pedra foi roubada, após ter diversos pedaços furtados ao longo dos anos por turistas. Por mais que a lápide tenha sido eventualmente recuperada, o túmulo de Gein permanece sem ela, situado junto a todos os membros de sua família.

Ed Gein

Leitura obrigatória para os fãs de true crime e fruto de uma pesquisa detalhada de Harold Schechter, Ed Gein: Silêncio Psicótico já está disponível na Loja Oficial DarkSide e no DarkApp. 

LEIA TAMBÉM: De Ed Gein a Norman Bates: Como o assassino influenciou Psicose

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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