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6 mafiosas que fizeram história no mundo do crime

Conheça algumas das Poderosas Chefonas da máfia

05/03/2025

Há tempos que os homens dominam a história do crime organizado. Seja como chefes, capos ou soldados, esse domínio também se estende para o imaginário popular, povoado por personagens icônicos de filmes como O Poderoso Chefão e séries de televisão como Família Soprano. Enquanto isso, tradicionalmente as mulheres são relegadas ao papel de coadjuvantes ou vítimas, normalmente retratadas pela ficção como mães, esposas, irmãs e namoradas. 

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Embora o crime organizado seja conhecido por sua estrutura patriarcal, a história mudou de algumas décadas para cá. À medida que as operações antimáfia se tornaram mais rigorosas e o número de prisões aumentou, muitas famílias e organizações se viram sem seus chefes, criando um vácuo de poder que permitiu que mulheres astutas tomassem as rédeas como chefes do crime, mostrando que poder não tem gênero. 

Um dos melhores exemplos é o de Assunta “Pupetta” Maresca, cuja história é investigada em A Poderosa Chefona e Outras Mafiosas de Barbie Latza Nadeau. Quando tinha dezoito anos e estava grávida de seis meses do primeiro filho, Pupetta matou a tiros o homem que ordenou o assassinato de seu marido. A partir disso, ela utilizou da estratégia para ascender nas fileiras do submundo do crime, ficando conhecida como “Lady Camorra”.

a poderosa chefona

Em A Poderosa Chefona e Outras Mafiosas, lançamento da DarkSide® Books, Nadeau mergulha na vida de Pupetta e de outras mulheres que cooptaram esse mundo masculino e desafiaram as expectativas sociais, enfrentando um mundo de lealdade, vingança, poder e sobrevivência.

Esqueça Vito Corleone e Tony Soprano. Conheça agora 6 mafiosas que deixam qualquer padrinho no chinelo. 

1. Griselda Blanco

Nascida na Colômbia e criada por uma mãe abusiva, Griselda Blanco entrou cedo na vida do crime, praticando pequenos delitos, como furtos de carteiras, e sendo forçada a se prostituir. Em meados dos anos 1970, ela imigrou ilegalmente para os Estados Unidos onde se tornou pioneira do crime organizado e uma das maiores narcotraficantes do mundo. Para transportar cocaína do sul da Flórida até Nova York, Griselda utilizou como fachada sua loja de roupas íntimas e inventou uma lingerie para ser utilizada por contrabandistas. Até hoje, ela é creditada como a idealizadora de uma das primeiras rotas de tráfico, contribuindo para a infraestrutura existente do Cartel de Medellín. Sua história está no livro Damas Mortais.

mulheres mafiosas

Por isso, Griselda ganhou títulos importantes, como A Madrinha, a Viúva Negra, a Madrinha da Cocaína e a Rainha do Narcotráfico. A mafiosa também ficou conhecida por assassinar seus três maridos e estima-se que tenha ordenado a morte de duas mil pessoas. Entre os anos 1970 e 1980, Griselda se tornou a primeira criminosa bilionária, ganhando milhões de dólares por mês com o contrabando de cocaína da Colômbia para os Estados Unidos.

Em 1985, ela foi condenada a quinze anos de prisão e enquanto servia sua pena, foi indiciada pela morte dos três maridos e sentenciada a vinte anos. Em 2004, devido a sua saúde frágil, Griselda foi libertada e deportada para a Colômbia. Em 2012, aos 69 anos, ela foi assassinada em frente a um açougue em Medellín por dois homens armados em uma motocicleta. 

2. Erminia Giuliano

Originária de Nápoles, Erminia Giuliano é mais conhecida pelo apelido de Celeste, graças aos seus brilhantes olhos azuis. No início dos anos 2000, Celeste assumiu os negócios da família, o clã Giuliano da Camorra, conhecido por apostas ilegais e tráfico de drogas, quando o último de seus irmãos, Luigi, foi preso e passou a testemunhar contra várias figuras importantes da máfia. Além de assumir o comando, Celeste também ganhou notoriedade por sua lealdade e personalidade, recusando-se a testemunhar contra seus conhecidos. 

erminia giuliano

Desde muito cedo, ela ficou famosa por sua personalidade violenta, tendo esfaqueado a líder de uma gangue rival em 1997 e jogado seu carro contra a loja de outro em 1999. Especialista em falsificar notas, ela foi classificada como uma das 30 criminosas mais perigosas da Itália e ficou conhecida por sua imagem pública bastante glamourosa. Além da amizade com Diego Maradona, Celeste teve casos amorosos com homens de clãs rivais, utilizando seu carisma e charme para navegar entre esses diferentes lugares.

Em 2001, após estar foragida por 10 meses, ela foi presa na casa de sua filha em Nápoles. A polícia a encontrou em uma sala secreta escondida atrás de um armário de cozinha e um painel de parede deslizante. Ela insistiu que só sairia para ser algemada após tomar um banho e arrumar seu cabelo e maquiagem. Celeste então saiu de casa algemada, mas calçando um par de saltos altos e trajando um casaco de pele. Desde que foi libertada da prisão, ela vive em Lazio.   

3. Maria Licciardi

Assim como Celeste, Maria Licciardi nasceu em Nápoles dentro da máfia Camorra onde seu pai e irmão eram líderes poderosos. No final dos anos 1990, após a morte de seu marido e a prisão dos irmãos, ela assumiu a liderança e se tornou chefe de uma das maiores famílias da Camorra, o clã Secondigliano. Sob sua liderança, sua família prosperou em negócios como extorsões, tráfico de drogas, contrabando de cigarros, sequestro de obras públicas e comércio sexual. Conhecida por ser inteligente e prática, ela conversava de igual para igual com vários chefes da Camorra e foi a responsável pela formação de uma aliança entre os clãs, convencendo seus companheiros de que era mais rentável a cooperação do que a guerra. 

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Em 2001, pouco antes de ser presa, Maria foi incluída na lista dos trinta criminosos mais procurados da Itália. Sua pequena estatura lhe rendeu o apelido de “La Piccolina” ou “a pequenina”. Outros membros a chamam de A Madrinha, enquanto as mulheres italianas da região de Nápoles se referem respeitosamente a ela como A Princesa. Em 1999, após uma guerra entre clãs rivais, a polícia emitiu o mandato de sua prisão, invadindo o encontro de treze chefes da máfia para realizar sua captura.

Contudo, Maria escapou e ficou foragida até 2001, quando foi reconhecida pelas autoridades passeando em um carro. Desde então, ela permanece na prisão, vivendo isolada como dita a lei italiana para mafiosos condenados. No entanto, como muitos especialistas apontam: “ela está na prisão, mas ainda está no comando”. 

4. Stephanie St. Clair 

Nascida nas Antilhas Francesas ao final do século XIX, Stephanie St. Clair chegou a Nova York em um barco a vapor e se instalou no bairro de Harlem, onde construiu seu império. Apelidada de Madame St. Clair ou Queenie, ela se estabeleceu como “chefe dos 40 Ladrões”, entrando em negócios de extorsão e roubo bancário. Também administrou um negócio bem sucedido e lucrativo de jogos ilegais, além de emprestar dinheiro e coletar dívidas. 

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Em pouco tempo, seu sucesso e notoriedade atraíram a atenção indesejada de outros mafiosos da cidade, como o gângster Dutch Schultz. No entanto, uma mulher astuta e inteligente, St. Clair já havia estabelecido uma aliança com Lucky Luciano, presidente das Cinco Famílias de Nova York, para manter outros clãs fora do seu território do Harlem.

Após Schultz ser assassinado, a polícia encontrou um telegrama em seus pertences, mostrando que St. Clair havia saído vitoriosa: “O que você semear, você colherá. Madame St. Clair, rainha da diplomacia”.  Durante a sua vida, ela também lutou pelos direitos da população negra e testemunhou contra a polícia corrupta. Mais tarde, St. Clair se aposentou dos holofotes públicos, vivendo como uma mulher rica até a sua morte em 1969. 

5. Cheng Chui Ping

Conhecida como “Irmã Ping”, Cheng Chui liderou por mais de uma década um grupo criminoso em Chinatown, em Nova York, onde foi responsável pelo tráfico de mais de 3 mil imigrantes ilegais da China para os Estados Unidos. Cobrando uma quantidade exorbitante de 40 mil dólares por pessoa, as condições de viagem oferecidas por Ping, que duravam até 100 dias, eram desumanas e muitos dos passageiros, que não podiam pagar o preço na íntegra, eram ameaçados com violência e eram até mesmo mantidos prisioneiros. 

mulhers mafiosas

A criminosa iniciou sua operação pouco depois de chegar aos Estados Unidos em 1981, abrindo uma loja em Chinatown e se unindo a outros criminosos para expandir seus negócios. Ao acumular uma fortuna de mais de 40 milhões de dólares, ela passou a investir em negócios legítimos, como agências de viagens, restaurantes e lojas de roupas.  Após ser declarada como procurada pela polícia americana, ela fugiu para a China e continuou sua operação de lá.

Em 2000, Ping foi capturada pela polícia de Hong Kong e, três anos depois, foi extraditada para os Estados Unidos. No fim, acabou sendo condenada por imigração clandestina, lavagem de dinheiro e tráfico. Descrita pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos como uma “das primeiras, e mais bem-sucedidas, contrabandistas de imigrantes de todos os tempos”, Ping faleceu na prisão em 2014 aos 65 anos. 

6. Rosetta Cutolo

Nascida em Nápoles, a história de Rosetta Cutolo de certa forma se encontra com a de Assunta “Pupetta” Maresca. Nos anos 1960, Cutolo se tornou o braço direito de seu irmão mais novo, Raffaele, quando este criou a Nuova Camorra Organizzata, uma organização que visava renovar a Camorra e que entrou em confronto direto com a própria Pupetta. Conhecida por ser impiedosa e pelo olhar fulminante, Cutolo recebeu o apelido de “olhos de gelo” e comandou uma das alas mais sangrentas do clã. 

mulheres mafiosas

Enquanto o irmão permanecia atrás das grades, era ele quem o representava em encontros de alto nível, recolhia o dinheiro e cuidava dos negócios, reunindo-se diretamente com outros mafiosos. Segundo especialistas, a NCO teria desmoronado sem sua presença. Cutolo também possuía uma ampla rede de influência que englobava juízes, políticos e outros homens poderosos. Além disso, “Olhos de Gelo” era famosa por sua crueldade, sendo conhecida por ter mandado enterrar viva a namorada de um de seus homens, suspeito de desviar dinheiro da organização.

Em 1981, a polícia realizou uma operação em sua residência, enquanto Cutolo presidia uma reunião com mais de 15 mafiosos. Ela conseguiu escapar e se manteve escondida por dez anos, chefiando a operação subterraneamente. Em 1993, aos 55 anos, cansada de fugir, a mafiosa se entregou à polícia. Em 1990, ela havia sido condenada à revelia a nove anos de prisão por associação com a máfia, pena que foi posteriormente reduzida para cinco anos. Convencendo as autoridade de que era inofensiva, Cutolo conseguiu ser absolvida de nove acusações de assassinato. Após ser libertada da prisão, ela viveu o resto de sua vida longe dos holofotes e faleceu em 2023 aos 86 anos.

Conheça as mulheres que comandam a máfia

Há ainda muitos outros nomes que marcaram a história do crime organizado. Patrizia Ferriero, por exemplo, ganhou o apelido de “A Baronesa da Cocaína” ao comandar sozinha uma grande rede de tráfico que importava e distribuía cocaína da América do Sul para a Europa. Inteligente, ela também ficou conhecida por sua astúcia ao ajudar o marido, Rafaelle Stolder. Quando Stolder foi preso, Patrizia conseguiu sua transferência para um luxuoso hospital devido a problemas renais.

patrizia ferriero

Contudo, isso não passava de uma farsa arquitetada pela Baronesa, que toda semana trazia sangue de outros pacientes para enganar os médicos e a polícia. Já Anna Mazza ganhou a alcunha de “Viúva Negra” e foi alçada ao status de capo após instruir o filho de 13 anos a matar em plena luz do dia um mafioso rival responsável por assassinar seu esposo. Sob seu comando o clã Moccia controlou um negócio milionário de extorsão e criou a Nuova Famiglia para lutar contra a Nuova Camorra de Raffaele e Rosetta Cutolo.

Em A Poderosa Chefona e Outras Histórias, Barbie Latza Nadeau revela histórias não contadas como essas, explorando como tais mulheres ascenderam à notoriedade em um mundo tradicionalmente comandado por homens. Fruto de uma investigação jornalística, a obra explora como estas mulheres utilizaram violência, astúcia, manobras políticas e a sua própria feminilidade para conquistar respeito e poder.

LEIA TAMBÉM: Quem foi Assunta “Pupetta” Maresca

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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