Crime Scene • Curiosidades

7 Fatos perturbadores sobre o caso das irmãs Knotek

História real de abuso familiar é narrada no livro Se Você Contar

02/07/2025

Os piores abusos às vezes surgem daquelas pessoas em quem mais deveríamos confiar. E isso as irmãs Knotek aprenderam desde cedo ao serem criadas por uma mãe que não apenas cometeu um assassinato, mas utilizou este “segredo” de família para ameaçar suas filhas, que já eram vítimas de outros abusos domésticos.

Humilhação das filhas, agressão a amigos, assassinato e corpos ocultos são apenas alguns dos segredos grotescos que Michelle “Shelly” Knotek havia coagido sua família a esconder. Mas os crimes de Shelly vieram à tona em 2003 e as irmãs fazem questão de que essa história não seja esquecida e que sirva de alerta e evite que ela se repita.

Nikki, Tori e Sam reuniram seus relatos com a ajuda do escritor Gregg Olsen e sua história é narrada em detalhes no livro Se Você Contar, publicado no Brasil pela marca Crime Scene da DarkSide® Books. Aqui, Olsen privilegiou o ponto de vista das irmãs, que também foram vítimas diretas da teia de violência criada pela mãe.

Desde muito nova, Shelly apresentava traços de crueldade em sua relação com a madrasta e na impassividade que apresentou na morte da mãe biológica, que foi assassinada quando ela tinha apenas 13 anos. A espiral de maldade se reproduziu na sua vida doméstica depois de adulta: suas filhas a definem como uma manipuladora habilidosa, que tinha prazer no mal e no constrangimento que causava aos outros. Além das meninas, o marido, David, também foi agredido por Shelly.

A Caveira vasculhou os arquivos de Se Você Contar e notícias relacionadas ao caso e reuniu alguns fatos perturbadores sobre o caso das irmãs Knotek e os crimes da mãe:

1. Shelly praticava tortura com água gelada

Tomar um banho de água fria em um dia gelado pode ser uma sensação bem torturante — e Shelly submetia suas vítimas a isso justamente com esse objetivo. Ela as submetia a banhos forçados com água gelada, independentemente da temperatura externa, como uma forma de castigo, humilhação e controle.

Ronald Woodworth foi uma das vítimas que passou por isso. Ele era um homem solitário e vulnerável que buscou abrigo e assistência na casa dos Knotek, mas em vez disso acabou sendo alvo dos abusos constantes de Shelley. Ronald foi forçado a tomar banhos gelados ao ar livre, mesmo no inverno, o que resultou no surgimento de feridas graves pela pele, além de graves complicações de saúde — aos quais Shelley lhe negava atendimento médico.

2. “Cura” através de produtos de limpeza

A recusa de atendimento médico não foi uma exclusividade de Ronald. Shelley alegava que sabia curar as pessoas sob seus cuidados. O “tratamento” dela envolvia a aplicação de alvejante, vinagre e sal em feridas abertas, o que, além de causar dores insuportáveis, muitas vezes piorava as infecções.

Além de Ronald, a amiga da família Kathy Loreno, que buscou refúgio com os Knotek após sair de casa, também foi vítima das “curas” de Shelly. A criminosa não apenas negava os atendimentos médicos como isolava e ameaçava as pessoas sob seus cuidados, impedindo que as vítimas procurassem ajuda externa.

3. Shelly transformou a lavação em uma câmara de tortura

A negligência médica não foi o único tipo de sofrimento infligido a Kathy na casa dos Knotek. Depois de se mudar para lá em um momento difícil da vida, ela foi submetida a espancamentos, privação de comida e humilhações constantes, além de castigos físicos.

Nos seus últimos dias de vida, Kathy foi confinada à lavação da residência: um espaço abafado e sem janelas, onde sua saúde se deteriorou gravemente. Shelly impediu qualquer tipo de socorro e, segundo suas filhas, Kathy teria sido espancada até a morte. Depois disso, Shelly e David cremaram o corpo da vítima no quintal e a criminosa disse às autoridades que Kathy teria fugido com um namorado para a Califórnia.

4. Ingestão forçada de sabão, vômito e fezes

Outra tortura e humilhação às quais as vítimas eram submetidas envolvia a alimentação de subtsâncias impróprias e nojentas. Shelly obrigava suas filhas e outras vítimas a ingerirem sabão em barra, vômito e fezes como uma forma de punição e controle psicológico.

No livro Se Você Contar, Nikki relata que, ainda na infância, foi obrigada a comer alimentos contaminados com sujeira e até mesmo sabão. Ronald e Kathy, as duas vítimas que já mencionamos, também foram alvo dessas “punições alimentares”.

5. Uma fachada acima de qualquer suspeita

Não são só assassinos como o BTK que se escondem atrás de uma fachada de família perfeita — aliás, a maioria dos abusadores consegue disfarçar muito bem a sua natureza. Para quem não conhecia muito bem, era fácil acreditar que os Knotek eram uma família perfeita: Shelly enviava postais, tirava fotos de Natal com a família e tentava manter uma imagem de mãe exemplar.

As crianças também eram forçadas a sorrir em público e a mentir sobre as agressões. O disfarce funcionava bem, sem levantar suspeitas de parentes, professores e vizinhos, que não imaginavam os horrores vividos pela família. A capacidade de Shelly de controlar a sua narrativa a manteve longe do radar das autoridades por anos.

6. Assassinato registrado em vídeo

Além de cometer seus próprios crimes, Shelly ainda ordenou que o marido, David Knotek, assassinasse o sobrinho do casal, Shane Watson, de apenas 19 anos. Segundo relatos, o crime teria sido gravado em vídeo, só que a fita foi destruída depois. O corpo de Shane também foi queimado no quintal dos Knotek.

Assim como aconteceu com outras vítimas, Shane teria sido acolhido pelo casal após uma crise familiar. No começo ele até foi tratado com simpatia, mas quando cresceu e começou a questionar os abusos que presenciava, ele acabou se tornando mais um alvo da violência da tia. David disse que cometeu o homicídio por medo de contrariar a esposa.

7. Crimes cometidos por dinheiro?

Por que uma pessoa tão nefasta se voluntariava para cuidar de pessoas, não é mesmo? Ok que Kathy era uma amiga e Shane era sobrinho, mas além deles, Shelly “acolheu” idosos vulneráveis, como Ronald Woodworth, que já citamos aqui, e James McClintock. Ambos tinham feito mudanças suspeitas em seus testamentos pouco antes de morrer — e morreram sob circunstâncias misteriosas.

No caso de McClintock, o homem havia acumulado uma pequena fortuna e morreu ao cair da varanda de sua casa enquanto Shelly o visitava. A morte foi considerada acidental à época. Com Ronald, a situação foi ainda mais cruel: ele foi mantido em condições deploráveis, sem acesso a cuidados, e faleceu no quintal da casa dos Knotek. Pouco antes, havia redigido um testamento em favor de Shelly, provavelmente sob coerção.