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8 curiosidades sobre a adaptação de Luto Sem Medo para o cinema

Obra de Max Porter é estrelada por Benedict Cumberbatch

22/10/2025

Tanto o cinema quanto a literatura sabem muito bem explorar as nuances e a carga dramática do luto. A resposta emocional à perda de alguém importante é algo que inevitavelmente afeta a todos os seres humanos, os quais em determinado momento de suas vidas são confrontados com a existência da morte. Logo, não é estranho o fato de que a ficção desde muito cedo soube explorar a temática, enveredando por diferentes caminhos narrativos e gêneros para explorar todas as dimensões da dor, da perda e das memórias.

LEIA TAMBÉM: Conheça os 5 estágios do luto e suas características

Do drama ao terror, diversos livros e filmes conquistaram o público ao oferecerem representações empáticas e honestas sobre o processo do luto, o qual é marcado por altos e baixos. Esse é o caso de Luto Sem Medo, livro de estreia de Max Porter publicado originalmente em 2015. Lançamento da DarkSide® Books, a obra é uma fábula moderna onde a visita de um ser de penas transforma a vida de uma família abalada pela súbita perda da figura materna. 

Enquanto sofrem com a dor e incerteza, um pai e seus dois filhos se deparam com um corvo esperto e malandro em sua janela, um animal que logo se torna amigo e curandeiro da família, os ajudando a aceitar o luto por meio da ternura, do humor e da resiliência. Premiado internacionalmente, Luto Sem Medo é uma reflexão comovente e agridoce sobre os ciclos da vida e as lembranças deixadas por aqueles que já partiram. Utilizando harmonicamente poesia e prosa, Max Porter nos leva por uma história de honestidade, empatia e emoção, entregando palavras que abraçam com ternura todas as pessoas que já precisaram dar adeus a um ente querido. 

Luto Sem Medo

Traduzido para mais de 30 idiomas, em 2018 Luto Sem Medo foi levado para o teatro e agora, em 2025, finalmente chega aos cinemas em um filme estrelado por Benedict Cumberbatch. O longa, intitulado The Thing With Feathers, estreou em janeiro no Festival de Sundance e está previsto para ser distribuído no Reino Unido e na Irlanda em novembro deste mesmo ano. Para preparar os DarkSiders para essa estreia emocionante, a Caveira separou oito curiosidades sobre a adaptação cinematográfica desta obra que nos leva por uma delicada meditação sobre a vida e a morte. 

1. O diretor Dylan Southern passou dez anos desenvolvendo sua adaptação do romance

Embora tenha documentários, especiais de televisão e videoclipes em seu currículo, The Thing With Feathers é o primeiro longa-metragem do diretor Dylan Southern. Apesar disso, sua relação com o livro de Max Porter começou há cerca de dez anos atrás, quando o cineasta leu Luto Sem Medo pela primeira vez. Ele ficou impressionado com a forma honesta, estranha e peculiar pela qual a obra explora o luto.

A partir disso, expressou o desejo de transformar o romance em um filme, o que se mostrou um processo longo e difícil considerando o formato incomum da história e a profundidade de suas ideias e personagens. Ele passou então cerca de uma década tentando decifrar uma forma de adaptar Luto Sem Medo, sendo seu maior objetivo manter o DNA da obra original. 

Dylan Southern

O diretor encarou o desafio e trabalhou em uma adaptação pouco óbvia, abraçando as singularidades da obra – como a mistura de prosa e poesia, o uso de tempos verbais diferentes e o passar dos anos dentro da mesma família – ao mesmo tempo em que levava o filme para um caminho diferente.

Segundo Southern, seu desejo era produzir um longa que não se encaixasse perfeitamente em um modelo audiovisual, mas que também não fosse tão experimental a ponto de afastar os espectadores. Nesse meio tempo, ele contou com o apoio de Max Porter, que ficou impressionado com os primeiros rascunhos do roteiro e se mostrou um grande colaborador do projeto. 

2. A profissão do personagem principal foi alterada

Uma das alterações feitas na adaptação de Luto Sem Medo foi a mudança da profissão do personagem principal, conhecido unicamente como Pai. Dylan Southern, que é um grande fã de histórias em quadrinhos, optou por transformar o personagem de Benedict Cumberbatch em um ilustrador de graphic novels que está trabalhando em um livro inspirado em uma série de poemas de Ted Hughes, intitulado Corvo. Segundo o próprio Cumberbatch, essa mudança foi um grande acerto, acrescentando algo novo ao material e possibilitando uma extrapolação quase que imediata do ser tátil e concreto das páginas para algo que é presente e materializado na residência do protagonista. 

Luto Sem Medo Filme

3. Benedict Cumberbatch se dedicou duplamente ao projeto

Em diversas entrevistas, Benedict Cumberbatch elogiou o livro de Max Porter como um romance surpreendente cuja leitura o deixou profundamente impactado, fazendo com que não apenas quisesse estrelar sua adaptação cinematográfica, mas também atuar na produção por meio de sua compania SunnyMarch. Segundo o diretor, a experiência de trabalhar com Cumberbatch foi incrível, sendo que o ator estava pessoalmente envolvido no projeto, colaborando diretamente com a equipe durante todas as fases da adaptação. 

dylan southern e benedict cumberbatch

4. Drama e terror se interconectam na tela

Oscilando entre o drama psicológico, a comédia absurda e a fantasia sombria, The Thing With Feathers não se esquiva de alguns momentos de terror. Além de representar uma linha tênue entre realidade e ficção, o filme utiliza diversos elementos icônicos do gênero, como luzes oscilantes, janelas abertas, corredores estreitos e sustos repentinos para construir o Corvo como uma metáfora visual para o luto.

luto sem medo filme

Entre visuais surreais, sombras e espaços escuros e confinados, o filme retrata o Corvo como uma presença imponente, frequentemente acompanhada por uma música tensa que coloca os espectadores em alerta máximo. Dylan Southern comentou que nunca disse para si mesmo que estava fazendo um filme de terror, mas que tinha a intenção de que os estágios iniciais do luto parecessem com momentos de puro horror.

Segundo ele, o gênero se mostrou muito útil para enervar os espectadores e abordar situações delicadas e tensas, já que viver sem um ente querido pode realmente ser um grande terror. Ainda assim, o cineasta afirma que o filme segue os passos do livro de Porter, sendo difícil de ser categorizado e não se conformando às expectativas do público. 

5. Algumas cenas pegaram Benedict Cumberbatch de surpresa

Durante a promoção do filme no Festival de Cinema de Berlim, Benedict Cumberbatch comentou que algumas cenas o pegaram de surpresa e o afetaram emocionalmente. Ao observar o quão intimidador foi interpretar o papel, o ator lembrou de uma cena específica em que seu personagem dobra as roupas da falecida esposa e as guarda em uma caixa. Segundo ele, o momento o pegou desprevenido, o fazendo recordar de memórias pessoais: “Tenho 48 anos. Já passei por muita coisa. Vivi. Experimentei o luto. Isso me tocou profundamente”. 

6. Efeitos práticos foram prioridade na criação do Corvo

Um dos grandes desafios enfrentados pela adaptação de Luto Sem Vida foi transportar o emblemático Corvo para as telonas. Para isso, a produção deu prioridade aos efeitos práticos, sem deixar de lado o CGI, visando que o personagem fosse realmente visto como uma presença imponente e pouco sutil de 2,4 metros. Para Dylan Southern, que se intitula um “garoto dos anos 80”, a única opção para isso acontecer era recorrer aos efeitos práticos, os quais forneceriam uma qualidade artesanal à adaptação.

Nicola Hicks

A partir disso, o diretor recorreu a Nicola Hicks, artista conhecida no meio por produzir esculturas enormes que retratam seres meio homem, meio animal. Hicks aceitou trabalhar no projeto e criou os desenhos do personagem. Depois disso, o maquiador Conor O’Sullivan e seu time da Creatures Inc. traduziram o design de Hicks e o transformaram em um traje real. Por fim, este traje foi utilizado junto com uma cabeça animatrônica e pernas de pau pelo ator Eric Lampaert, o qual forneceu uma fisicalidade intimidante para o Corvo. Após resolver os elementos físicos, o diretor então escalou o ator David Thewlis para dublá-lo, afirmando que enquanto trabalhava no roteiro sempre teve a sua voz – “rítmica, raivosa e estridente” – na mente.  

nicola hicks escultura corvo

Segundo Southern, seu objetivo durante a criação era que o Corvo fosse simultaneamente estranho e cativante, o tipo de personagem mais interessante em sua opinião. De acordo com o diretor, ele seria uma combinação entre uma Mary Poppins perturbada, Tyler Durden de O Clube da Luta, Harvey de Meu Amigo Harvey, Don Logan de Sexy Beast e o vocalista da banda de punk rock The Fall, Mark E. Smith. 

7. A banda The Who inspirou uma cena importante

Por mais que The Thing With Feathers seja uma adaptação de Medo Sem Luto, o filme encontrou outra fonte improvável de inspiração: a capa do álbum The Kids Are Alright lançado em 1979 pela banda britânica The Who. Em uma cena chave, o Corvo é retratado sentado no centro do sofá da família, envolvendo com suas gigantescas asas o personagem de Benedict Cumberbatch de um lado e os dois meninos do outro.

The Who

Além de ser uma referência direta a um momento presente no romance de Max Porter, Dylan Southern afirmou que sua referência visual foi a capa de The Kids Are Alright onde os membros da banda de rock se encontram envoltos pela bandeira do Reino Unido. 

8. O diretor de fotografia, Ben Fordesman, se inspirou em filmes como O Mensageiro do Diabo e Jurassic Park

O diretor de fotografia Ben Fordesman afirmou que clássicos como O Mensageiro do Diabo e Quando Voam as Cegonhas foram sua referência na iluminação e nos enquadramentos dramáticos de The Thing With Feathers, influenciando imensamente nas cenas ambientadas à noite, principalmente na forma pela qual as sombras, o contraste e os movimento são retratados. Além disso, Fordesman disse que se inspirou em Jurassic Park, especificamente na cena dos velociraptors na cozinha, e na maneira como Steven Spielberg filmou a partir do ponto de vista de crianças em E.T.: O Extraterrestre

poster luto sem medo

Combinando prosa, poesia e fábula, Luto Sem Medo é uma obra poderosa, pontuada com um humor inesperado e profunda emoção. Uma homenagem moderna à beleza dos ciclos da vida, a obra já está disponível na Loja Oficial Dark e no DarkApp. 

LEIA TAMBÉM: Max Porter: De vendedor de livros a escritor multiplataforma

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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