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8 Palavras do inglês criadas por William Shakespeare

Influência do dramaturgo no idioma se mantém até os dias atuais

26/06/2024

Um dos maiores dramaturgos e poetas de todos os tempos, William Shakespeare é lembrado não apenas por suas obras-primas e personagens memoráveis, os quais inspiraram filmes, pinturas e músicas, mas também por seu papel no desenvolvimento da língua e literatura inglesa. O autor inventou e popularizou um grande número de palavras, termos e expressões, muitas que são utilizadas até os dias de hoje, mais de 400 anos após sua morte.

LEIA TAMBÉM: 7 CURIOSIDADES SOBRE WILLIAM SHAKESPEARE

A influência linguística de Shakespeare e sua contribuição para a expansão do vocabulário inglês são apenas parte do legado deixado pelo Bardo. De Romeu e Julieta, passando por Hamlet, Macbeth e Rei Lear, o dramaturgo britânico nos presenteou com histórias inesquecíveis, as quais ultrapassaram os limites do teatro e adentraram nosso imaginário coletivo. 

Uma dessas narrativas é Otelo, uma tragédia sobre um amor grandioso destruído pela eloquência de um dos maiores vilões shakespearianos: Iago. Encenada pela primeira vez em 1604, Otelo é uma trama inigualável sobre o poder corrosivo do ciúme e o alcance destrutivo da linguagem. Recém-chegada na DarkSide® Books, a obra parte das manipulações do vilão, que, desejando se vingar do herói Otelo, o faz acreditar que sua esposa, Desdêmona, é infiel. 

otelo

Para comemorar a chegada desse clássico atemporal na DarkSide® Books, a Caveira separou algumas palavras criadas por William Shakespeare que ainda são utilizadas nos dias de hoje e que com certeza você já encontrou escritas em algum lugar.

Como Shakespeare inventava palavras?

Caso você esteja se perguntando, Shakespeare não inventava palavras aleatoriamente. O que o Bardo fazia era adaptar palavras antigas ou fora de uso, combinando-as ou ajustando com prefixos e sufixos, para fornecer assim novos significados. Além de atestar sua criatividade, a criação também acontecia porque o autor não possuía um dicionário em mãos para lhe auxiliar na busca de sinônimos. Afinal de contas, os primeiros dicionários datam apenas do século XVIII, um séculos depois do falecimento do dramaturgo. A chave do sucesso dessas palavras é justamente o fato de serem uma combinação de outras pré-existentes, o que funciona em diversas outras línguas, inclusive no português, partindo da dedução do significado. Mas vamos a alguns exemplos concretos:

1. Arch-villain: arquivilão

A palavra vilão obviamente já existia na língua inglesa. Contudo, Shakespeare precisava de um novo vocábulo para ressaltar a maldade e periculosidade do personagem que carregava esse título. Foi assim que o dramaturgo combinou “villain” (vilão) com o prefixo “arch” (principal), para descrever o grande antagonista da peça Medida por Medida, encenada pela primeira vez em 1604. 

shakespeare

2. Uncomfortable: desconfortável

Eis outro exemplo de como Shakespeare gostava de criar palavras a partir de prefixos ou sufixos. Em Romeu e Julieta, uma de suas histórias mais conhecidas, o autor adicionou o prefixo “un” em frente à palavra “comfortable” para criar “uncomfortable”, que significa literalmente “desconfortável”. A palavra, que é extremamente popular até os dias de hoje, é dita pelo pai de Julieta após a morte trágica da filha. 

3. Bedroom: quarto

Na comédia Sonhos de uma Noite de Verão, escrita entre 1595 e 1596, Shakespeare uniu a palavra “bed” (cama) com “room” (quarto) para designar o local da residência destinado à cama, e consequentemente ao ato de dormir. Por mais comum que a palavra seja atualmente, antes de Shakespeare os falantes da língua inglesa utilizavam outros termos para designar seus quartos, como “bedchamber” (câmara de cama) e “sleep space” (espaço para dormir).

4. Lonely: solitário

Presente no vocabulário inglês e em músicas pop do anos 2000 (sim, estamos falando de você, Akon!), a palavra “lonely” foi cunhada por Shakespeare em 1608. Durante o Ato 4 da tragédia Coriolano a palavra aparece para descrever a sensação de tristeza causada pela falta de companhia e isolamento.

shakespeare

5. Manager: gerente

Em uma de suas primeiras comédias, Trabalhos de Amor Perdidos, publicada originalmente em 1598, o Bardo trouxe para o vocabulário inglês a palavra “manager”, traduzida para o português como gerente.  No primeiro ato da peça, o dramaturgo utiliza a palavra para se referir justamente a um indivíduo que controla ou administra determinado estabelecimento comercial. 

6. Obscene: obsceno

Ainda em Trabalhos de Amor Perdidos, Shakespeare utilizou pela primeira vez o adjetivo “obscene” (obsceno) para se referir a algo repulsivo, indecente e/ou ofensivo à moralidade. 

7. Cold-blooded: sangue frio

Os DarkSiders aficionados pela marca Crime Scene com certeza conhecem a expressão “a sangue frio”, utilizada para descrever desde assassinos em série até vampiros e zumbis da ficção. No entanto, pouca gente sabe que o termo ganhou este significado em King John, drama histórico de Shakespeare escrito na década de 1590! Embora o termo também possa fazer referência ao funcionamento biológico de répteis e peixes, o dramaturgo inglês foi o responsável por definir seu significado figurativo como “sem emoção, insensível e/ou deliberadamente cruel”.

william shakespeare

8. Bedazzled: deslumbrado

Em um de suas comédias mais icônicas, Shakespeare cunhou o termo “bedazzled”, que pode ser traduzido como “deslumbrado” ou “ofuscante”. A palavra, que hoje é utilizada de diferentes formas para descrever desde roupas brilhantes até atos que impressionam, foi introduzida em A Megera Domada, peça escrita entre 1590 e 1592. O Bardo combinou o prefixo “be” com o verbo “dazzle” (deslumbrar) para criar o vocábulo que descreve uma forma intensa de deslumbramento quando a personagem principal, Catarina, comenta o efeito que a luz solar tem em seus olhos.

O ciúme é um monstro de olhos verdes

Além dessas palavras, Shakespeare ficou conhecido também por dar significado à expressões cujos sentidos permanecem na consciência coletiva, como “nem tudo o que reluz é ouro” (“all that glitters is not gold”, a qual aparece em O Mercador de Veneza), “era é grego para mim” (“it was Greek to me” em Júlio César) e “o amor é cego” (“love is blind”, dita por uma personagem em O Mercador de Veneza).

Outra expressão popularizada pelo Bardo na língua inglesa é “the green-eyed monster” (“o monstro de olhos verdes”) que aparece em Otelo e até hoje significa ciúmes. Shakespeare associou o sentimento a um monstro justamente para expressar sua periculosidade e poder destrutivo. Ironicamente, a frase “é o monstro de olhos verdes que zomba da carne que se alimenta” é dita quando o arquivilão da trama, Iago, adverte Otelo a tomar cuidado com seu próprio ciúmes, capaz de torturá-lo e levá-lo a loucura. 

otelo

Os DarkSiders podem conferir esse último exemplo na íntegra em Otelo, lançamento da marca Sociedade Secreta. A história de um amor destruído pelo ciúmes e pela maldade chegou na Caveira em uma edição de colecionador, assinada pelo artista francês Julien Delval, que recriou os cenários e heróis desse marco da dramaturgia mundial. Com introdução de Valerie Lawson e tradução de Enéias Tavares, Otelo é um clássico da literatura, que influenciou a criação de outros grandes clássicos, como Dom Casmurro de Machado de Assis, e que agora é DarkSide® Books. 

LEIA TAMBÉM: NEM TODO MUNDO SABE, MAS ESSES FILMES SÃO INSPIRADOS EM SHAKESPEARE

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Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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