“Quem é o homem mais assustador na América? Provavelmente Jack Ketchum.”
Esta frase foi dita pelo próprio rei do suspense Stephen King, que considera o escritor um dos melhores do ramo, ao lado de nomes como Clive Barker, James Ellroy e Thomas Harris. Com mais de 20 livros e coletâneas de contos publicados, Ketchum conseguiu deixar sua marca na literatura e no cinema ao longo de seus 71 anos de vida.
LEIA TAMBÉM: MACABRA E DARKSIDE ANUNCIAM A GAROTA DA CASA DO LADO, DE JACK KETCHUM
Nascido em Livingston, Nova Jérsei, em 1946, o escritor foi batizado como Dallas William Mayr, o mesmo nome de seu pai, que serviu no exército durante a Segunda Guerra Mundial. Sua mãe, Evelyn, era contadora e gerente de escritório. Conforme o próprio Ketchum definia, seus anos de formação foram cercados por Elvis, dinossauros e terror.
As histórias já começaram a surgir da mente fértil do pequeno Dallas antes de adotar seu pseudônimo. Ele passava boa parte do seu tempo livre no quarto ou na floresta, deixando a imaginação fluir com as fortes referências de livros, quadrinhos, filmes, rock’n’roll, programas de TV e dinossauros. Isso porque ele gostava de “qualquer atividade que não exigisse muita socialização, em que eu poderia facilmente me escapar de socializar”.
LEIA TAMBÉM: JACK KETCHUM: “AS PESSOAS ME ASSUSTAM MAIS DO QUE QUALQUER MONSTRO”
Antes dos livros ou dos roteiros de cinema, as histórias de Jack Ketchum eram encenadas pelos soldados, cavaleiros e dinossauros de plástico da sua coleção de brinquedos. A imaginação dele também fluía na época de Halloween, quando sua mãe costurava fantasias autênticas para o garoto. Suas preferidas eram as de Peter Pan e Super-Homem.
Uma das atividades que não exigia muita socialização era assistir a filmes de terror. As primeiras referências de Ketchum surgiram com Nosferatu e os monstros clássicos da Universal Pictures, como O Corcunda de Notre Dame e O Fantasma da Ópera. Mas as influências aterrorizantes não pararam por aí.
Ainda na adolescência, Jack Ketchum fez amizade com Robert Bloch, autor de Psicose. O escritor acabou se tornando mentor de Ketchum, apoiando o trabalho dele da mesma forma que Bloch recebeu a mentoria de H. P. Lovecraft. Os dois permaneceram amigos até a morte de Bloch, em 1994.
Além da ampla influência de Robert Bloch, Ketchum também se inspirou em outros escritores, cujas obras lia vorazmente. Os nomes preferidos do autor eram Charles Bukowski, Jim Harrison, Franz Douskey e Ernest Hemingway. O hábito de ler foi essencial para a carreira do autor.
Apesar de estar imerso na literatura desde cedo, Jack Ketchum teve vários empregos antes de se tornar escritor profissional. Ele chegou a trabalhar com os pais na lanchonete da família e também como agente literário e escritor para revistas da época, quando adotou o pseudônimo de Jerzy Livingston.
Em busca de uma profissão que lhe proporcionasse estabilidade e longevidade, Ketchum passou a se dedicar à escrita de livros. Sua primeira obra foi Off Season, publicada em 1980. A recepção pela crítica não foi das melhores e o livro foi taxado como uma obra desagradavelmente violenta. Ketchum nunca refutou tais avaliações, preferindo que os leitores tirem suas próprias conclusões.
A sede de sangue, de suspense e de terror continuou em suas obras seguintes, incluindo A Garota da Casa ao Lado, seu quinto livro, publicado em 1989 e lançado no Brasil pelo selo Macabra da DarkSide® Books. A história é sobre duas irmãs que são deixadas aos cuidados da tia, que abusa das duas de uma forma crescentemente violenta. A trama é baseada no assassinato de Sylvia Likens e rendeu uma adaptação para o cinema em 2007, que contou com a participação do autor na equipe de roteiristas.
LEIA TAMBÉM: A GAROTA DA CASA AO LADO: A HISTÓRIA, O LIVRO E O FILME
Esta não foi a única história de Ketchum que foi parar nas telonas. Seus romances mais conhecidos também foram adaptados nos filmes The Lost e Rastros da Vingança. Outros livros e contos também ganharam versões para o cinema na última década, sendo o mais recente o filme Darlin’, que utilizou personagens criados por ele.
Ao longo de sua carreira, o autor recebeu quatro Bram Stoker Awards. Ele faleceu em decorrência de um câncer em janeiro de 2018. Seu conto A Rede, escrito em conjunto com P.D. Cacek, foi publicado na coletânea Antologia Macabra, que reúne grandes nomes do terror.
Algo no nome do Clive Barker me causava muito medo. Era o ano de 1997 e eu morava em...
A essa altura do campeonato você já deve ter ouvido falar no termo “demolição...
Os jurados do 7º Prêmio Jacarandá sentiram a potência das ferroadas da obra de Irka...
De um lado temos o Cavaleiro das Trevas, o Morcegão que conquistou os quadrinhos e os...
Depois de um livro, lançado no Brasil pela DarkSide® Books, e de dois filmaços —...
0 Comentários