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Strange Invaders: Luz, câmeras, ETs

Uma homenagem aos clássicos sci-fi dos anos 1950

08/09/2023

“Foi uma época simples, de Eisenhower, camas de solteiro e Elvis da cintura para cima — um momento seguro e tranquilo na história, na verdade.

Exceto pelos os comunistas e o rock and roll, não havia muito a temer. 

Não muito… até aquela noite”

Muito bem, não sei quanto a vocês, mas esse me pareceu um belo prelúdio, até mesmo uma isca irresistível a um fã de suspense e horror.

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Esses dizeres apareceram pela primeira vez nas telas em 1983, sob a direção de Michael Laughlin, no clássico de invasores do espaço Strange Invaders (que graças às leis cósmicas manteve no Brasil o a tradução ao pé da letra de Estranhos Invasores). Aliás, precisamos dizer que esse é um tema de vários filmes de ficção científica, o que fatalmente pode ter deixado esse grande clássico fora de algumas listas.

strange invaders

Dentro no filme, depois da sequência inicial que data os acontecimentos iniciais em 1958, a película tem tanto brilho que parece ter sido dirigida por Steven Spielberg. A produção também possuiu uma trilha sonora cativante, famílias redondinhas e padronizadas, e jovens e enamorados americanos se pegando dentro de uma caminhonete vermelha sob um céu em tons de púrpura. Na verdade, tudo parece tão certo que só poderia mesmo dar errado.

O que o filme propõe é revelado logo a seguir, e não existem rodeios ou truques: uma nave mãe paira sobre a estrada e libera uma segunda nave em formato de disco, cheia de… visitantes. E somos levados a crer que eles invadem a cidade.

strange invaders

É dessa forma que o brilho de 1958 vai embora e ficamos com uma estética muito mais dinâmica e bem menos romântica, 25 anos mais tarde. Desse momento em diante somos inseridos na vida do professor universitário e entomologista divorciado Charlie Bigelow e de sua pequena filha, Elizabeth. O que não dura muito muito tempo, uma vez que Margaret, a mãe da menina, parece ter desaparecido na pequena e incomunicável Centerville, no estado de Illinois (Margaret precisou sair às pressas para o suposto enterro da mãe). Sem notícias da ex-esposa por dias e pressionado pela filha, Charlie deixa a menina aos cuidados da avó e vai atrás de Margaret.

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Enquanto Charlie e seu cachorro procuram a cidadã, que parece nunca ter estado naquela cidadezinha isolada assim como sua família, a comunidade nos deixa mais e mais apreensivos. Existe um vazio nas ruas e comércios, uma sugestão de vazio amplificada pela assertiva trilha sonora. Quando encontramos alguns habitantes, nossa inquietude aumenta; de certa forma essas pessoas parecem congeladas no tempo, parecem reviver os anos 1950.

STRANGE INVADERS

Esse estranhamento permeia todo o filme, um grande trunfo. As pessoas que transitam por Centerville parecem diferentes, mais caladas, mais ausentes, algumas são maliciosas. Outras gostam muito de encarar, sobretudo quando estão em grupo e à distância. Os problemas de Charlie Bigelow ficam um pouco mais sérios depois que seu cachorro desaparece e ele tem um defeito na bomba do combustível do carro, então ele precisa ficar na cidade por mais tempo, mesmo que a contragosto. Quando ele tenta sair, é atacado.

Mais uma vez: não é o que estávamos pensando. Ou talvez fosse o que tínhamos em mente, mas não da forma que esperávamos encontrar nesse filme. Agora Charlie foge da cidade e, de volta à Nova York, é convencido a procurar especialistas em UFOs do governo e levado a assumir que esteve vendo e imaginando coisas que não poderiam existir (a arte imita a vida, né meus filhos).

É nesse momento que a verdade aparece no lugar menos provável: nos tabloides, com a musa pré-Robocop e Poltergeist 3, Nancy Allen, dando vida à jornalista Betty Walker, que engata um romance com nosso herói-por-acidente-Entomologista.

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A trama recebe outra guinada a partir desse ponto, com o retorno inesperado da ex-mulher de Charlie e uma informação perturbadora sobre a filha do casal. A seguir, o filme recebe uma segunda mudança radical, dessa vez pela agente do governo especialista em UFOs, Mrs. Benjamin, a mesma que tentou desacreditar Charlie em sua primeira denúncia.

O desenrolar das subtramas e as conclusões finais vamos deixar com vocês, mas antes, tenho algumas informações interessantes.

strange invaders

Strange Invaders é nitidamente, tanto pela trama quanto pela estética, uma homenagem aos filmes clássicos de alienígenas da década de 1950. Você vai encontrar elementos de Invasion of the Body Snatchers, The Blub, Invaders From Mars, The Thing From Another World, The Day The Earth Stood Still entre muitos outros. Da mesma forma, filmes como They Live, MIB: Men In Black, Cocoon, The Kirlian Frequency, The Vast Of Night se inspiraram na mesma estética e entregaram obras originais e empolgantes.

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No elenco temos a já mencionada Nancy Allen, mas também somos presenteados com Paul Le Mat, Michael Lerner, Charles Lane, Kenneth Tobey e a incrível Louise Fletcher (que conseguiu dividir as atenções com Jack Nicholson e Will Sampson em One Flew Over The Cuckoo’s Nest, e participou posteriormente de Exorcist II: The Heretic e Firestarter além de vários outros filmes cultuados). Os efeitos práticos são muto bons, os efeitos especiais nem tanto, mas são totalmente pertinentes à época que foram feitos, e não atrapalham em nada a experiência com o filme.

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Entre estranhas orbes aterrorizantes, dissecações a laser, subtramas interessantes, grandes atores e um desfecho um pouco mais feliz e generoso do que o necessário (na opinião desse que vos escreve), Strange Invaders se faz visita obrigatória a todo fã de horror que vez ou outra se apanha com os olhos nas estrelas. Minha recomendação é que você se deixe abduzir e aperte esse play o quanto antes. Eles não vão esperar para sempre, afinal de contas, “de todos os lugares que eles poderiam ter vindo…”, eles escolheram estar bem aqui.

E não esquecemos do trailer!

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Sobre Cesar Bravo

amplificador cesar bravoCesar Bravo é escritor, criador de conteúdo e editor. Pela DarkSide® Books, publicou Ultra Carnem, VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, DVD: Devoção Verdadeira a D., 1618 e Amplificador.

1 Comentário

  • Raphael Silvierri

    9 de setembro de 2023 às 20:21

    considero um clássico também, e preciso rever ..belo texto. parabéns!

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