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Além de ex-namorados, Taylor Swift encontra inspiração na literatura

Cantora compôs faixas inspiradas em Alice no País das Maravilhas e em Rebecca

03/11/2023

Nem só de músicas sobre casaizinhos apaixonados — e depois sobre términos catastróficos — é feita a discografia de Taylor Swift. A cantora norte-americana, que traz sua Eras Tour para o Brasil em novembro, bebe da fonte da literatura na hora de escrever bem sacadas letras cantadas a plenos pulmões pelos swifties mundo afora. Ah, sim, às vezes ela une clássicos da literatura e as dores de um pé na bunda em uma mesma canção. Por que não?

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Quer um exemplo? Da versão deluxe do ótimo álbum 1989 (meu preferido dela), “Wonderland” traz, já no título, alusão à obra mais clássica de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas. Mas não para por aí. Um dos versos da faixa, sobre o fim de um relacionamento conturbado, é “falling down the rabbit hole” (ou “caindo no buraco de coelho”, em bom português). Para quem não se lembra, é assim que Alice vai parar no tal País das Maravilhas. 

alice no país das maravilhas

O verso funciona como uma metáfora para se apaixonar e enlouquecer no processo, quem nunca?  E ela usou a referência em outra música, “Long Story Short”, do álbum Evermore, sobre outro amor que deu errado: “and I fell from the pedestal / Right down the rabbit hole / Long story short, it was a bad time” (“e eu caí do pedestal bem no buraco do coelho, resumo da ópera, foi uma época ruim”).

Mas voltando a “Wonderland”… outro verso da faixa, “haven’t you heard what becomes of curious minds?” (“você não ouviu o que acontece com mentes curiosas?”), faz referência a uma sagaz observação de Alice, que percebe que “a curiosidade às vezes nos traz problemas”

A letra traz várias outras pinceladas pela obra de Carroll, como quando ela canta “we both went mad” (ou “nós dois ficamos malucos”). Mas o verso mais explícito é, sem dúvidas, sobre o Gato de Cheshire, o Gato Risonho ou o Gato que Ri (“didn’t you calm my fears with a Cheshire Cat smile?” ou “você não aplacou meus medos com um sorriso do Gato que Ri?”).

Há quem diga que os versos sobre olhos verdes e a referência ao Gato de Cheshire façam da música uma referência ao romance da cantora com o ex-One Direction Harry Styles, que nasceu justamente no condado inglês. 

Mas Taylor gosta tanto de Alice no País das Maravilhas que em sua mansão em Nashville, nos Estados Unidos, há uma escultura de coelho feita de musgo e, claro, ele usa um chapéu. “Aqui tem toda uma estrutura de Peter Pan, de Alice no País das Maravilhas. É assim que se parece o interior do meu cérebro, basicamente”, disse ela à Rolling Stone.

Rebecca recontada

Outra obra clássica que inspirou Taylor Swift foi Rebecca, lançada em 1938 por Daphne du Maurier e adaptada para o cinema por Alfred Hitchcock. A trama acompanha uma garota órfã, cujo primeiro nome ninguém sabe, e que se encanta por um viúvo ricaço que a pede em casamento. Julgando que tirou a sorte grande, rapidamente ela percebe que o amado não se livrou facilmente assim da sombra da primeira mulher, Rebecca. Aquela coisa de se sentir sozinha em um relacionamento, sabe?

rebecca

Produzida pelos irmãos Dessner, da banda The National, “Tolerate It” também foi lançada em Evermore, de 2020. No folkzinho melancólico, Taylor Swift evoca a dinâmica do casal central de Rebecca a partir do ponto de vista da mulher sem nome: “You’re so much older and wiser and I / Wait by the door like I’m just a kid.” (“você é muito mais velho e esperto e eu espero na porta como se fosse apenas uma criança”). 

“Eu estava pensando: ‘Uau, o marido dela simplesmente a tolera. Ela está fazendo todas essas coisas e está se esforçando tanto e tentando impressioná-lo, e ele a tolera o tempo todo‘”, disse Taylor Swift em uma entrevista na época do lançamento do single. “Havia uma parte de mim que se identificava com isso, porque em algum momento da minha vida me senti assim”. Tudo a ver com o livro, vai.

Ávida leitora, Taylor Swift faz ainda referências a O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, A Letra Escarlate, de Nathaniel Hawthorne, Matadouro 5, de Kurt Vonnegut, Um Conto de Duas Cidades, de Charles Dickens, entre muitos outros. Se você estiver pensando em escrever canções inspiradas em clássicos da literatura, ou mesmo só entender o que encantou tanto a loirinha, aqui na DarkSide® você encontra edições especiais de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll e de Rebecca, de Daphne du Maurier.

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Sobre Liv Brandão

Avatar photoJornalista, criadora de conteúdo e roteirista. Passou por veículos como O Globo e UOL sempre falando de cultura e entretenimento. É especialista em séries de TV, mas também fala de filmes, música, literatura e o que mais vier.

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