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6 Lições de Os Doze Macacos para o futuro

Filme ganhou novo significado com o passar dos anos

10/10/2024

A história do cinema está repleta de filmes que envelheceram bem. Isso significa essencialmente que o tempo foi extremamente generoso com eles, mantendo ou até mesmo potencializando suas qualidades. Do outro lado, há aqueles que envelheceram mal, seja por causa dos efeitos especiais ou piadas e histórias que hoje encaramos com outros olhos.

LEIA TAMBÉM: Os Doze Macacos previu a pandemia?

Mas para além dessas duas categorias, existe uma terceira. A de filmes que ganharam novos significados com o passar dos anos. Essa é definitivamente a categoria em que podemos colocar o clássico moderno de ficção científica, Os Doze Macacos.    

O filme dirigido por Terry Gilliam traz a boa e velha história sobre o fim do mundo. Dessa vez, a causa da desgraça é um vírus letal que acaba com a grande maioria da humanidade forçando os sobreviventes a se refugiarem no subterrâneo. Enquanto os cientistas procuram encontrar uma cura para a doença, a vida em sociedade e as noções de tempo e espaço foram alteradas para sempre.

os doze macacos

Soa familiar? Pois é, desde que fomos assolados pela covid-19, mais e mais paralelos são traçados entre a nossa realidade e o futuro de Os Doze Macacos. Embora a ideia de enfrentar uma pandemia viral tenha sido algo muito recente para a grande maioria de nós, o cinema já vinha há alguns anos abordando o assunto. Basta lembrar de títulos como Cabana do Inferno (2002), Extermínio (2002), Contágio (2011) e Guerra Mundial Z (2013), que foram bastante revisitados nos últimos tempos. 

No entanto, entre tantos filmes com vírus mortais, poucos abordam o tema de maneira tão poderosa como Os Doze Macacos. A história de James Cole, um prisioneiro enviado ao passado em uma missão para encontrar o vírus original e possibilitar que os cientistas do futuro desenvolvam uma cura, não apenas ganhou novos contornos após 2020 como também deixou algumas valiosas lições que a Caveira listou para você. 

1. Não podemos mudar o passado, mas podemos aprender com ele

A maioria dos filmes sobre viagem no tempo parte da clássica premissa de que se você alterar o passado, altera por consequência o futuro. Todos nós já vimos isso (e amamos!) em De Volta para o Futuro e O Exterminador do Futuro. Nada como a possibilidade de reescrever a história, não é mesmo?

os doze macacos

Contudo, em Os Doze Macacos as coisas são diferentes. Mudar o passado não é, nem nunca foi, uma alternativa. O que aconteceu, infelizmente aconteceu. A jornada de Cole para a década de 1990 não tem o objetivo de evitar o apocalipse ou destruir o vírus. É aqui que temos a primeira lição fornecida por Os Doze Macacos: não podemos mudar o passado, mas com certeza podemos aprender com ele. Não importa se você teria feito algo de forma diferente, o que vale mesmo é o que você aprendeu com isso e o que vai levar para o futuro. Funciona para pandemias virais e até mesmo para nossas vidas pessoais.

2. Frequentemente somos os causadores de nossa própria ruína

Essa é uma lição dura, mas necessária. O que Os Doze Macacos mostra é que frequentemente a única culpada pela desgraça da humanidade é a própria… humanidade. Tudo bem que o filme chega a ser até gentil conosco, colocando a culpa em um único indivíduo. Mas vamos ser sinceros, raramente a culpa é de apenas uma pessoa.

Seja por meio da criação de um vírus mortal, pela experimentação com armas biológicas, envolvimento com o comércio ilegal de animais selvagens, desmatamento ambiental ou péssimo gerenciamento de uma pandemia global, a lição é bem simples e mostra que na hora de apontar culpados, talvez devamos apontar para nós mesmos enquanto um coletivo. Os Doze Macacos nos ensina que talvez seja a hora de repensarmos algumas de nossas atitudes, sejam elas individuais ou coletivas. Nem sempre é tarde demais. 

os doze macacos

3. Prevenção é a palavra-chave

Uma das lições do filme de Terry Gilliam é de que o passado é inalterável. Ou seja, quando o assunto é pandemia, a viagem no tempo é inútil. No entanto, o que o filme também ensina é que a prevenção no presente pode ser a solução. No futuro habitado por James Cole, não é possível apagar a pandemia ou o vírus da história, mas era possível lutar contra ela através da criação de uma cura.

Isso faz ainda mais sentido depois da covid-19, quando atestamos a importância das vacinas, de uma ação preventiva rápida e do distanciamento social como método eficaz para não espalharmos ainda mais o vírus. No final das contas, a lição também é de que devemos nos unir para superar essas adversidades e pensar empaticamente uns nos outros. Não há como voltar atrás, mas com certeza existem formas de recuperar o presente.

4. Transmissões podem ser incrivelmente rápidas

Uma vez que o vírus começa a circular, demora pouco para que ele seja distribuído por todo o mundo. Isso infelizmente vale tanto para a covid 19 quanto para Os Doze Macacos

os doze macacos

Por ser uma obra de ficção, o filme dramatiza os eventos ao colocar um cientista lunático como o grande culpado pelo apocalipse viral, infectando todos os aeroportos onde pousa. A cena final do personagem sentado ao lado de uma janela de avião com certeza causa ainda mais calafrios hoje em dia por seu tom premonitório. Atualmente, sabemos bem como nosso mundo é interconectado e como isso possibilita vetores de infecção rápidos e de longo alcance.

5. Infelizmente não existe botão para recomeçar 

Os Doze Macacos rejeita a ideia confortável de que possamos começar de novo. Diferentemente de muitos outros filmes com temáticas parecidas, o longa não oferece a ilusão de que podemos simplesmente recomeçar e apagar as catástrofes que aconteceram. Não existe a ilusão de que as coisas vão ser melhores e de que nós estaremos melhores do que antes. Não há garantias de que a vida vai voltar ao normal.

Depois da covid-19 isso ganhou um novo sentido. Não podemos apagar o que aconteceu, assim como também não podemos afirmar que as coisas melhoraram. Não depois de tantas perdas humanas e colapsos sociais e financeiros. Vale lembrar que a ilusão do recomeço, que tantos filmes apresentam, esteve presente durante a pandemia, quando era dito erroneamente que “sairíamos melhor dessa situação” e que logo a “vida normal” seria restaurada.

os doze macacos

O que Os Doze Macacos nos ensina é que não existe botão para recomeçar, mas certamente há tempo no presente para resolvermos determinados erros. As coisas nunca mais são as mesmas, mas ainda podemos aprender com o que aconteceu e ter esperança de um futuro melhor.  

6. Todos merecemos tratamento digno

No futuro de Os Doze Macacos a humanidade se encontra dividida em grupos nos quais algumas vidas valem mais do que outras. De um lado, temos os cientistas e a elite dominante, que busca incansavelmente uma cura; do outro, o restante das pessoas, na sua grande maioria prisioneiros, muitos das quais se tornam cobaias para os experimentos científicos de viagem no tempo

O filme aborda como os grupos mais marginalizados são os primeiros a ter o valor de sua vida questionada. Por mais que isso pareça ter saído direto de uma ficção distópica, foi algo que realmente aconteceu durante a pandemia da covid-19, basta lembrar do discurso de que o vírus “só” afetava pessoas idosas e com comorbidades. No fim, a lição é bastante simples: todos merecemos tratamento digno e humano, assim como acesso aos cuidados sociais e de saúde

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Reflexões sobre o mundo pandêmico

Ao rejeitar a ideia de tempo linear, Os Doze Macacos nos fornece valiosas lições para o futuro. Lições que podemos levar conosco na forma pela qual nos relacionamos uns com os outros, enfrentamos doenças, o isolamento e nosso egoísmo. No entanto, a história de James Cole não entrega apenas lições para o futuro, mas também dicas sobre como nos comportar no presente, como valorizar as pequenas coisas ao nosso redor e defender e apoiar as pessoas que vivem conosco nesse mundo

Ao não entregar um futuro pós-apolítico grandioso, nem dar sentido ao vírus ou fornecer garantias de que a vida retornaria ao normal, o filme de Terry Gilliam conquistou a incrível façanha de apenas crescer com os anos, tornando-se um clássico da ficção científica que merece ser redescoberto sempre que existir a oportunidade

A boa notícia é que os DarkSiders têm a chance de retornar para essa história especial em Os Doze Macacos, obra de Elizabeth Hand que adapta de forma envolvente o filme de 1995. Lançamento da Macabra em parceria com a Caveira, Os Doze Macacos entrega uma aventura repleta de questionamentos importantes e reviravoltas surpreendentes.   

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Talvez o maior ensinamento de Os Doze Macacos seja que o futuro é incerto, mas ainda assim esperançoso. E com certeza vale a pena lutar por ele. E aí, vamos nessa?

LEIA TAMBÉM: Relembre a linha do tempo de Os Doze Macacos (todas elas)

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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