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12 Livros da DarkSide pra você que gostou de A Substância

Dos clássicos ao body horror

31/10/2024

Não é apenas a sua história chocante, crítica social, gore e body horror primorosos que fazem de A Substância um dos filmes mais comentados do ano. O longa de Coralie Fargeat é repleto de referências a outros filmes, como O Iluminado, além de clássicos do terror, desde Frankenstein a O Médico e o Monstro.

Mesmo não tendo sido adaptado de um livro, o filme tem tudo a ver com o nosso universo Dark. A Caveira vasculhou o nosso acervo e, como está festiva com o seu aniversário, selecionou 12 livros da DarkSide que têm tudo a ver com A Substância. Faça esse experimento você também:

1. Medicina Macabra

O uso de uma substância capaz de criar uma versão “melhorada” de você mesmo parece ter saído desta coleção, mais precisamente de Medicina Macabra vol. 2, que fala sobre o charlatanismo na medicina e o uso de soluções vendidas como milagrosas ao longo do tempo.

2. Frankenstein

O experimento científico capaz de criar uma nova vida tem tudo a ver com o clássico de Mary Shelley. Assim como em Frankenstein, temos toda a situação de criadora (Elisabeth) e criatura (Sue) em uma relação conflituosa na qual cada uma tinha expectativas diferentes do resultado obtido.

3. O Médico e o Monstro e Outros Experimentos

A dualidade de Elisabeth e Sue também nos lembra muito outro clássico: O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson. Em tese, Elisabeth seria o Dr. Jeckyll e Sue a besta descontrolada que descumpre as regras da Substância. Porém, a própria Elisabeth passa a tomar algumas atitudes monstruosas para punir o seu “outro eu”.

O Médico e o Monstro (DarkSide Books), de Robert Louis Stevenson

4. O Retrato de Dorian Gray

Mais uma vez nos deparamos com o anseio pela juventude eterna. Ao ser demitida aos 50 anos por ser “muito velha” para sua profissão, é compreensível que Elisabeth queira adotar medidas drásticas para se manter jovem — ela só não sabia que a juventude não lhe pertenceria. Encarar a tal da Substância nos lembra muito a barganha fáustica de O Retrato de Dorian Gray, no qual o personagem criado por Oscar Wilde faz de tudo para manter seus prazeres da juventude.

5. Invasores de Corpos

Entrando no escopo do body horror, em A Substância observamos algo que, apesar de ser uma espécie de caminho inverso, lembra muito o esquema das pessoas pod em Invasores de Corpos. Enquanto Jack Finney imaginou uma sociedade em que alienígenas se apoderavam dos corpos de pessoas, Elisabeth libera todo um outro ser de dentro do seu corpo que nos faz perguntar: será que Sue estava ali o tempo todo?

6. Livros de Sangue

Sabe quem também adora uma combinação de body horror com os nossos desejos mais íntimos, e com alguma dose de gore? O mestre Clive Barker. A Substância poderia muito bem ter saído de sua obra-prima Livros de Sangue, uma coletânea com contos tão enervantes quanto o filme estrelado por Demi Moore.

7. VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue

Elisabeth Sparkle tem todo o jeito de quem fez muito sucesso nos anos 1980, provavelmente tinha até uma linha de fitas cassete com seus treinos. A Substância se passa em Los Angeles, mas poderia muito bem acontecer na Três Rios de VHS: Verdad e iras Histórias de Sangue e integrar a coleção de contos malditos de Cesar Bravo.

8. Se Esse Rosto Fosse Meu

Nem só de terror vive A Substância. O filme carrega uma crítica bem forte sobre padrões de beleza e juventude inalcançáveis para as mulheres, um tema também presente em Se Esse Rosto Fosse Meu, livro publicado pelo selo DarkLove e que se passa na Coreia do Sul. Aparentemente a pressão pela “perfeição” estética desconhece fronteiras.

se esse rosto fosse meu: obsessão dos sul coreanos por beleza

9. Em Carne Viva

Existem alguns horrores corporais que só as mulheres entendem. Isso é verdade tanto para A Substância como para Em Carne Viva. Organizado por Joyce Carol Oates, a antologia reúne autoras celebradas mundialmente para mostrar em seus contos que o body horror é muito mais que um subgênero. Ele pode ser uma arma, um grito, um aviso, uma poesia bela e grotesca, ou até mesmo um documento de uma violação sistêmica que vai muito além dos limites da carne.

10. Réquiem para um Sonho

Visualmente e tematicamente, o filme de Fargeat lembra bastante o filme Réquiem para um Sonho, adaptado do romance de Hubert Selby Jr. Subvertendo uma das vertentes do “sonho americano”, a perfeição estética e a eterna juventude, as duas produções usam magistralmente o desconforto visual para escancarar o alto custo de nossos desejos mais profundos.

11. Anatomia do Nojo

Gore por todo lado. Sim, a gente sabe que tem algumas cenas bem difíceis de assistir em A Substância. Tem o “nascimento” de Sue, todo aquele banquete (?) que Elisabeth prepara para se vingar do seu “outro eu” e, claro, nosso querido Monstro Elisasue no Ano Novo. O cenário perfeito para ler Anatomia do Nojo e entender por que esse sentimento de repulsa é tão poderoso no terror — e até mesmo nas nossas vidas.

12. Saboroso Cadáver

Falando em elementos indigestos, tem coisa que revira mais o estômago do que pensar em comer carne humana? Pois é isso o que ocorre em Saboroso Cadáver, premiado romance da argentina Agustina Bazterrica e best-seller absoluto da Caveira. A Substância pode até não ter elementos de canibalismo — fora aquela perturbadora punção da matriz para o outro eu —, mas a visceralidade e o horror corporal estão todinhos ali.