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Conheça 5 contos de Princesas Quase Esquecidas

Personagens de contos de fadas muito além da Disney

05/11/2024

Cinderela. Rapunzel. Branca de Neve. Bela Adormecida. Nossa cultura é repleta de princesas icônicas que há gerações nos encantam com histórias fantásticas ambientadas em reinos distantes. De princesas clássicas, como Aurora e Cinderela, até adições mais recentes, como Elsa e Moana, nosso imaginário é povoado por essas figuras encantadoras e suas jornadas mágicas que tanto nos fascinam. 

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Com o passar do tempo, é claro, algumas permaneceram mais populares, enquanto outras passaram por reformulações, ganhando novos significados. Independentemente disso, as princesas possuem um lugar cativo entre nós. Elas estão na literatura, no cinema e na televisão. Em brinquedos e roupas infantis. Fazem parte de decorações de festas e foram transformadas em fantasias. É praticamente impossível fugir desse fenômeno cultural. 

Mas para além desses nomes tão conhecidos existem outros, que quase foram esquecidos pela cultura midiática e literária contemporânea. Princesas que possuem histórias tão fascinantes quanto suas companheiras famosas e que guardam verdadeiros tesouros. Foi pensando nisso que a Wish e a DarkSide® trouxeram o lançamento Princesas Quase Esquecidas, uma coletânea que resgata essas princesas fora do convencional. Com uma curadoria atenciosa, a obra traz quatorze contos de fadas inabituais que contam histórias fascinantes de princesas ao redor do mundo. Conheça 5 contos presentes no livro e sinta um gostinho desses tesouros mágicos:

1. Melisande

Escrito por Edith Nesbit, conhecida por O Livro dos Dragões e A Noite dos Vultos, “Melisande” foi publicado pela primeira vez em 1901. A história acompanha a princesa-título, que ainda bebê é amaldiçoada por uma fada, ninguém mais, ninguém menos do que a própria Malévola, que após não ser convidada para sua festa de batismo faz com que ela cresça completamente careca. Com o passar do tempo, Melisande cresce e se torna uma bela e espirituosa jovem. É assim que recebe do pai a chance de utilizar um de seus desejos, presente de sua fada madrinha. Ávida em agradar a mãe, Melisande pede então por um longo e sedoso cabelo que nunca pare de crescer

melisande

É assim que seus problemas começam. Com um cabelo cada vez mais comprido, que retorna sempre que cortado, a princesa chega a ser forçada para fora de sua própria janela. Como se não bastasse, a situação toma um rumo ainda mais drástico com a chegada do herói, o príncipe Florizel, que consegue piorar as coisas, fazendo com que não só o cabelo de sua amada continue crescendo absurdamente, mas também seu próprio corpo.

Em “Melisande”, Edith Nesbit constrói um emocionante e subversivo conto de fadas que não apenas faz referências a clássicos, como Rapunzel e A Bela Adormecida, como também oferece personagens pragmáticos e perspicazes, como o próprio pai da princesa, e outros que resolvem a situação com a engenhosidade e lógica, como o príncipe Florizel. Ainda assim, a história adere a praticamente todas as convenções dos contos de fadas — rei, rainha, princesa, fadas e um príncipe — resultando em uma história mágica e envolvente cheia de reviravoltas que com certeza vai encantar os leitores.

2. A Princesa de Brinquedo

Publicado por Mary de Morgan em 1877, “A Princesa de Brinquedo” conta a história de Úrsula, uma princesa nascida em um distante reino onde todos são tão educados e formais que não podem expressar seus sentimentos e emoções. Após a morte da rainha, que padeceu devido à tristeza e saudade de seu antigo reino, Úrsula passa a contar com a proteção de Taboret, uma fada madrinha que anteriormente cuidava de sua mãe. Presa em um lugar onde qualquer demonstração de afeto ou questionamento é vista como condenável, a pequena Úrsula começa a padecer tal qual sua mãe anos antes. Desesperada, Taboret decide recorrer a um mágico, criando assim uma princesa de brinquedo mecânico para assumir o lugar de sua protegida, a libertando para uma vida mais feliz. 

a princesa de brinquedo

Com a ajuda da fada, Úrsula escapa e é substituída por um brinquedo, que se comporta da maneira educada, apática e reservada que é esperada da princesa. Taboret leva então a verdadeira Úrsula para uma humilde vila de pescadores onde ela cresce com um amoroso pescador e sua família, aprendendo o valor do trabalho e amor. No entanto, anos mais tarde, o reino fica chocado quando a cabeça da princesa de brinquedo cai, revelando sua verdadeira natureza. Taboret então leva Úrsula de volta para sua terra natal onde é organizada uma votação para decidir se o povo prefere a princesa de verdade ou a princesa de brinquedo.

Incorporando os ideais sufragistas e feministas de Mary de Morgan, “A Princesa de Brinquedo” se destaca por uma perspectiva inovadora e sarcástica acerca das normas sociais e expectativas impostas às mulheres, tecendo uma crítica aos ideais femininos e à visão masculina de como as mulheres deveriam se comportar. 

3. A História da Princesa Hase

Compilada por Yei Theodora Ozaki em 1908, “A História da Princesa Hase” conta a jornada de uma inocente princesa que se torna alvo das maldades da madrasta. A história começa muitos anos antes, na antiga capital do Japão, Nara, onde um casal, o príncipe Toyonari e a princesa Murasaki, vivia em harmonia. No entanto, a falta de um filho gerava muita tristeza em ambos, que decidiram iniciar uma série de súplicas e orações para a deusa Kannon, a Mãe Celestial. Após uma peregrinação ao templo Hase Kannon, o casal finalmente tem seu pedido atendido e é agraciado com uma filha, nomeada de Hase-Hime, a Princesa de Hase. Contudo, quando a pequena tinha apenas 5 anos, a felicidade da família foi interrompida pela morte de Murasaki. Para honrar o pedido da mãe no leito de morte, a jovem cresce como uma princesa bondosa, diligente e obediente, tornando-se uma mulher exemplar que se destaca nas artes, na poesia e na música.

a lenda da princesa hase

Não demorou muito para que seu pai se casasse novamente com uma mulher com o nome de Terute, que revelou ser cruel e maligna, submetendo Hase a grosserias e maus tratos. Tudo piorou quando Hase e Terute foram convocadas a se apresentar para o Imperador durante uma grande festividade na corte. Enquanto Hase surpreendeu a todos com sua habilidade com a harpa, Terute não conseguiu acompanhar a enteada na flauta e precisou ser substituída. Fomentada pelo ódio e inveja que sentia — e pelo desejo de seu filho com Toyonari ter toda a atenção do pai — Terute decidiu tirar a vida da enteada envenenando uma garrafa de vinho. Mas, por uma peça do destino, a mulher acabou trocando as taças na hora de servir e envenenou o próprio filho, que não resistiu e faleceu.

 Os anos se passaram e Hase continuou recebendo honras do Imperador e ganhando a admiração de todos. Com ainda mais ódio, Terute finalmente encontrou a oportunidade de se vingar quando o marido estava ausente, ordenando que um de seus servos levasse a princesa para uma região montanhosa e acabasse com sua vida. Sabendo que a ordem era uma atrocidade, o homem decidiu salvar a vida da princesa. Foi assim que construiu uma pequena cabana e contou com a ajuda de camponeses idosos que se prontificaram a cuidar de Hase, que sabia que seu pai retornaria para buscá-la.

Com elementos típicos dos contos de fadas e dos contos do folclore japonês, “A História da Princesa Hase” é baseada em personagens lendários que fazem parte da história do país. Hase, também conhecida como Chūjō-Hime ou Cinderela japonesa, é uma heroína popular na cultura nipônica, presente em diversos contos que exaltam sua obediência, piedade e respeito. 

4. O Colar da Princesa Fiorimonde

Originalmente publicado em 1880 por Mary De Morgan, “O Colar da Princesa Fiorimonde” conta a história da princesa-título, cuja beleza é conhecida por todos os reinos. Embora seu pai seja um rei gentil, a princesa é cruel e maligna, escondendo um segredo sombrio. Todas as noites, enquanto os habitantes do castelo dormem, ela se dirige até a cabana de uma bruxa, onde realiza feitiços que mantêm sua beleza e juventude

As coisas começam a dar errado quando a princesa é avisada pelo pai que está na hora de se casar. Ciente de que se contrair matrimônio terá que parar de praticar bruxaria e consequentemente perderá sua beleza, a princesa pede ajuda da velha bruxa, que lhe oferece um fio de ouro mágico que transforma seus pretendentes em contas assim que estes envolverem seus dedos em torno dele. Fiorimonde é avisada que se ela mesma envolver os dedos em torno do fio também será transformada em uma conta e que a única forma de todos retornarem à forma humana é com a linha sendo cortada e as contas tiradas uma a uma.

firorimonde

Com o tempo, todos os príncipes e reis que tentam se casar com a princesa desaparecem misteriosamente. Apenas Yolande, sua criada, sabe o que realmente aconteceu e que os homens foram transformados nas contas do colar que Fiorimonde orgulhosamente carrega no pescoço. Após muitos pretendentes terem sumido, o príncipe Florestan tenta a sorte com a bela princesa, apesar dos protestos de seu amigo Gervaise. No entanto, quando Florestan desaparece, Gervaise se une a Yolande para tentar salvar o amigo e libertar todos da terrível maldição da princesa, que enfrentará um terrível e solitário destino. 

Embora traga elementos dos contos de fadas tradicionais, como o objeto amaldiçoado e a bruxa detentora de um poder nefasto, “O Colar da Princesa Fiorimonde” também oferece várias quebras de expectativas, a começar pelo fato da princesa ser a grande antagonista da história e os reais protagonistas aparecerem somente a partir da metade do conto. Além disso, a princesa em questão não possui nem deseja nenhum interesse romântico. Aliado aos comentários sociais acerca da vaidade e busca errática por beleza, “O Colar da Princesa Fiorimonde” se destaca como uma história interessante e original que com certeza vai prender os leitores com sua fantasia bem elaborada. 

5. A Princesa Leve

Publicado em 1864 pelo escocês George MacDonald, “A Princesa Leve” conta a história de uma princesa enfeitiçada pela própria tia, a princesa Makemnoit, que decide se vingar por não ter sido convidada para sua festa de batizado e lança uma maldição que faz com que a sobrinha nunca sofra o efeito da gravidade.

O tempo passa e a princesa sempre precisa ser trazida para o chão, já que permanece flutuando no ar. Morrendo de medo de que um vento leve a filha embora, seus pais a mantêm amarrada na terra por meio de fitas. No entanto, essa falta de gravidade também afeta a princesa de outra forma, já que ela nunca consegue entender o lado sério e grave das coisas e nunca consegue chorar. Conforme foi crescendo, a princesa descobre uma grande paixão pela natação, pois quando está na água recupera sua gravidade e tem seu comportamento alterado. Isso faz com que estudiosos da corte levantem a possibilidade de que se ela chorar talvez seja possível quebrar a maldição. Contudo, nada fazia a princesa chorar. 

Eis que um belo dia, um príncipe disposto a encontrar uma esposa encontra a princesa nadando. Pensando que a jovem estava se afogando, ele a resgata da água e flutua junto no ar. Os dois se apaixonam instantaneamente e passam dias nadando juntos. No entanto, logo o príncipe descobre que sua amada muda quando está na terra e descobre ser impossível casar com ela dessa forma. Para piorar a situação, a maligna Makemnoit descobre o amor da princesa pelo lago e decide lançar uma maldição para secá-lo. Com situações inesperadas e semelhanças narrativas com A Bela Adormecida, “A Princesa Leve” surpreende o leitor por seu humor inusitado, sendo um belo exemplo da criatividade ilimitada dos contos de fadas.

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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