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Quem é o deus Hefesto na mitologia grega?

Divindade está em Guerra, Adorável Guerra

20/12/2024

Deus do fogo vulcânico e da forja, Hefesto é uma das doze divindades que habitam o Olimpo, possuindo assim um lugar de destaque na mitologia e cultura da Grécia Antiga. Assim como seus pares, ele continua presente até os dias de hoje na cultura pop, aparecendo em diversos filmes, séries de televisão e até mesmo em videogames! Sim, o olimpiano já foi personagem de jogos famosos, como God of War III e Diablo II.

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Além disso, também foi um dos deuses representados na icônica animação de 1997, Hércules, onde aparece demonstrando seu ciúmes por Afrodite, a deusa do amor e da beleza. É justamente ao lado da esposa que Hefesto aparece em Guerra, Adorável Guerra, o romance histórico multifacetado de Julie Berry que chegou recentemente na DarkSide® Books.

Nesta jornada pelos dois conflitos Mundiais, os deuses do Olimpo aparecem juntos em um luxuoso quarto de hotel em Manhattan, no auge da Segunda Guerra, onde Afrodite narra as histórias de amor de quatro mortais cujos destinos são entrelaçados em meio a violência e aos caos das guerras.

Mas você sabe quem foi Hefesto na mitologia grega? Vem que a Caveira te conta tudo que você precisa saber sobre o deus da forja.

As origens do patrono dos ferreiros e artesãos

De acordo com Origens da Mitologia, enciclopédia escrita pela pesquisadora Anette Giesecke, Hefesto era filho de Zeus e Hera, sendo, portanto, um dos deuses do Olimpo. Contudo, em outras versões, ele aparece apenas como filho de Hera, a qual o gerou de forma partenogênica para se vingar do fato de Zeus ter criado Atena da mesma maneira.

Por mais que fosse um Olimpiano, Hefesto era bastante diferente dos outros deuses. Inicialmente, era um dos poucos que se envolvia com trabalho físico árduo, sendo conhecido como um habilidoso ferreiro, o que lhe rendeu o título de patrono da profissão, assim como dos escultores e artesãos. Além disso, a divindade também apresentava uma deficiência física aparente, a qual era constantemente citada em histórias. De acordo com Homero na Ilíada, Hefesto é o “deus dos passos arrastados”, já que uma de suas pernas possuía um comprimento menor do que a outra. Adicionalmente, em alguns outros relatos, sua aparência é citada como sendo bastante feia e repugnante.

Isso fez com que Hera expulsasse o filho do Olimpo e o lançasse dos céus. Segundo o mito, sua queda teria se estendido por nove dias e nove noites, até que o deus caiu nas águas do Oceano. Ali, foi resgatado pelas deusas do mar Eurínome e Tétis, esta última mãe do heroi da Guerra de Troia, Aquiles. Hefesto ficou nove anos na companhia dessas divindades, aprimorando seu ofício e forjando broches, colares, cálices e outros itens de valor. Contudo, e outros relatos, foi Zeus quem teria arremessado Hefesto do Monte Olimpo, após este ter interferido em uma discussão entre o pai dos deuses e sua esposa. Nesta versão, ele aterrissou na ilha de Lemnos onde foi resgatado e atendido pelos moradores locais. Isso justificaria o fato de Lemnos possuir um dos principais cultos de Hefesto na Grécia. Ainda nesta mesma história, a deficiência física do deus teria sido causada por essa queda, não sendo originária de seu nascimento.

No entanto, independentemente da versão, Hefesto foi um dos poucos olimpianos a regressar ao Monte após ser exilado. Tudo começou quando o deus executou uma vingança contra a própria mãe, a presenteando com um majestoso trono de ouro com correntes invisíveis, as quais prenderam Hera e a impossibilitaram de levantar. Os outros deuses imploraram que Hefesto retornasse ao Olimpo para libertar sua mãe, mas ele negou todos os pedidos. No fim, foi Dionísio quem o embriagou e levou de volta. Lá, Zeus lhe prometeu qualquer coisa para que libertasse a esposa, dando início a uma das histórias mais famosas envolvendo o deus da forja: o casamento com Afrodite.

Hefesto e Afrodite

Existem duas versões para explicar o matrimônio entre Hefesto e Afrodite. Na mais popular, a relação entre os dois foi o fruto da promessa de Zeus para que Hefesto soltasse Hera das correntes que a aprisionavam no trono dourado. No entanto, ainda existe uma segunda versão, na qual ele foi escolhido para desposar a deusa do amor e da beleza com o intuito de impedir que os outros deuses gregos brigassem entre si por sua mão.

Independentemente da versão, o matrimônio foi marcado pela infelicidade de Afrodite, que ficou insatisfeita com a aparência do marido, e por seus casos extraconjugais. O mais famoso deles foi com Ares, o deus da guerra. Após descobrir o envolvimento dos dois através de Hélios, deus do sol, Hefesto preparou uma armadilha para aprisionar os amantes na cama. Após o flagra, o marido de Afrodite convidou todos os outros deuses para ridicularizar e testemunhar a humilhação do par. Logo em seguida, Afrodite fugiu para o Chipre e Ares retornou para a Trácia.

Apesar da deusa do amor e da beleza ser o principal par de Hefesto na mitologia grega, em algumas versões, como na Ilíada, o deus da forja aparece casado com Cáris, uma das Graças.

Hefesto e Atena

Outra deusa que recorrentemente aparece nas histórias de Hefesto é Atena, a qual era constantemente procurada por ele. Segundo o relato mais famoso, o deus teria empreendido indesejadas investidas à deusa, que se manteve virgem e negou veementemente qualquer envolvimento. Hefesto teria tentando então violentá-la sexualmente. Quando a deusa o afastou, seu sêmen desperdiçado teria caído na terra, impregnando Gaia e dando origem a Erictônio, o qual se tornou o primeiro rei mítico da cidade de Atenas.

Esta seria uma das explicações para o culto de Hefesto situado em Atenas, a qual possuía um templo em sua homenagem. Era aqui que ocorria um importante festival religioso onde ferreiros de toda a Grécia iam até a cidade para cultuar seu patrono.

As maravilhosas criações de Hefesto

Conhecido por suas habilidades manuais, Hefesto ficou famoso por suas maravilhosas criações, a começar com os próprios palácios dos deuses do Olimpo. Sua morada era feita de bronze e decorada com elaborados tripés feitos do mesmo metal, produzidos por suas próprias mãos. Em alguns relatos, sua forja era localizada no próprio Monte Olimpo, enquanto em outros situava-se abaixo da superfície da terra, próxima aos vulcões Etna e Vulcano, localizados na atual Sicília.

Além disso, Hefesto foi responsável por criar quase todas as armas e armaduras utilizadas pelos deuses, como o elmo de Hades, o qual concedia invisibilidade ao seu portador. Ele também foi o criador do escudo e do cetro utilizados por Zeus, além de ter aberto a cabeça do pai dos deuses com um machado para aliviar sua dor de cabeça e possibilitar o nascimento de Atena. Como se não bastasse, também forjou o capacete e as sandálias aladas de Hermes, as portas secretas dos aposentos de Hera, a armadura divina de Aquiles e construiu os autômatos, inteligentes servos feitos de metal. Desta forma, praticamente quase toda a metalurgia imbuída de poderes mágicos na mitologia grega foi forjada por Hefesto.

Precisa de mais? A pedido de Zeus, ele moldou e esculpiu Pandora, a primeira mulher a partir do barro. Também foi responsável pelos cães de ouro que guardavam o palácio de Alcínoo, rei dos feaces, e pelo belíssimo colar amaldiçoado, o qual o rei tebano Cadmo presenteou a nova esposa, Harmonia, filha de Afrodite e Ares. Segundo relatos, o item amaldiçoado trouxe imenso sofrimento aos descendentes do casal, culminando na tragédia de Édipo, finalizando assim vingança de Hefesto pela traição de Afrodite.

Representações e símbolos

Considerado um deus “acessível”, Hefesto era bastante adorado em Atenas e Lemnos. Era comum os gregos colocarem estátuas do deus em miniatura perto de suas lareiras, devido à sua associação com o fogo e a forja. Estas, inclusive, são algumas de suas representações mais antigas já encontradas.

Fisicamente, é frequentemente representado como um homem dotado de barba e trajando um barrete, portando nas mãos um martelo, um par de pinças ou alguma ferramenta associada a seu ofício. Também eram comuns imagens em que Hefesto aparecia curvado sobre sua bigorna, trabalhando em alguma criação de metal. Em outras, aparecia com os pés curvados para trás ou com uma perna de comprimento diferente da outra.

Na mitologia romana, Hefesto foi assimilado como Vulcano, o deus do fogo original, o qual apresenta as mesmas características físicas e mitológicas do deus grego. Por exemplo, Vulcano era o responsável por forjar as armas e armaduras dos deuses, como os próprios raios utilizados por Júpiter, sendo também o marido de Vênus, contraparte de Afrodite. Para estes autores, sua oficina ficava situada em uma ilha vulcânica, conhecida como Vulcanal, onde era auxiliado em seu ofício por ciclopes.