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Don’t Go in the House: Um clássico para incendiar você

Você tem coragem de entrar nessa casa?

13/12/2024

O gênero horror possui muitas camadas, muitos subgêneros, se você preferir a forma mais didática de dizer a mesma coisa. Fato é que entre todas as classes e subclasses dedicadas a revirar nossas mentes, almas e estômagos, as residências malditas sempre estiveram em alta. E mesmo com tantas visitas, continua existindo muito mais entre Amityville, Poltergeist, The Changeling, Psicose e The House That Jack Built do que supõe nossa vã filosofia. O filme de hoje está entre esses endereços.

don't go in the house

Don’t go In The House (batizado por aqui de As Chamas do Inferno) nasceu em 1979, dirigido por Joseph Ellison e com história de Joe Masefield, que assina também o roteiro ao lado de Ellen Hammill e Joseph Ellison. Logo nas primeiras exibições, o filme recebeu duras críticas por conta de seu excesso de realismo gráfico nas cenas de violência. Mas vamos entrar nessa casa mesmo com os avisos de perigo.

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Começamos o filme com alguém acendendo o que parece ser o bocal de um fogão. Ainda nos créditos iniciais, somos transportados a um forno industrial. Dois homens trabalham nessa fundição, sem imaginar que uma tragédia está prestes a acontecer. 

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Testemunhando o acidente (um homem é atingido pelas chamas), um dos trabalhadores parece mais enfeitiçado do que assustado. Esse rapaz é Donald “Donny” Kohler, um homem perturbado, e ao que tudo indica, um piromaníaco. Donny leva uma dura dos colegas de ofício, mas também atrai a solidariedade de outros. Foi um acidente, certo?

dont go in the house

Voltamos para casa com Donny, onde ele mora com sua mãe. Apesar de atormentado e viciado em fogo, Donny parece ser um bom filho, mas claramente sentimos que tem alguma coisa errada com ele. O que pode piorar depois que Donny encontra sua mãe morta no andar de cima. Inclusive, Donny imediatamente decide colocar uma música bem alta e dançar um pouco para comemorar o óbito — e logo começa a ouvir vozes e ter visões com sua mãe morta e opressora pelos cômodos da casa.

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Percebemos que Donny é uma bomba-relógio, que ele está a um passo de perder suas últimas gotas de sanidade. Em sua descida pelo ralo da loucura, Donny conhece — e começa a stalkear — uma florista, ela trabalha em uma pequena loja de presentes. Ele consegue dar uma carona pra essa garota depois que ela perde o ônibus, e a leva para casa, com a desculpa de “dar uma passadinha” para deixar um presente para sua mãe. Donny convence a garota, Kathy Jordan, a descer da caminhonete e conhecê-la também.

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Ele entra em casa como se nada tivesse acontecido e chama por sua mãe; sem respostas, sobe as escadas sozinho. Quando retorna, afobado, explica a Kathy que a mãe piorou muito de saúde. A fim de convencê-la a ficar mais tempo, Donny finge telefonar para o médico, insiste para que Kathy o espere chegar. Irredutível, sentindo que existe alguma coisa errada naquele cara, Kathy insiste em chamar um táxi para ir embora. Donny então se revela, nocauteando-a com um golpe na cabeça e a aprisionando, para realizar o que sua loucura o impele a fazer. A próxima cena não podemos revelar, mas é uma das sequências que vem provocando a ira de críticos e alguns cinéfilos desde o lançamento desse filme.

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Com a casa à sua disposição, Donny liberta seus demônios internos e segue caçando novas vítimas. Ele dirige sua caminhonete pelas ruas, visitando os bares, procurando o momento certo para sua próxima captura. Em Donny, vemos um pouco de Norman Bates, mas também vemos um bocado de Ted Bundy, Richard Ramirez e Jefrey Dahmer, entre outros matadores reais e ficcionais.

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Donny não aparece no emprego há dias, e a única pessoa que tenta ajudá-lo — sem saber do que Donny é capaz — é um dos rapazes do trabalho, Bobby Tuttle. Bobby insiste que ele volte ao trabalho para não ser demitido, Donny sustenta que sua mãe continua muito doente. Bobby o convida para sair, tomar umas cervejas, se distrair.

A casa de Donny se torna um museu de corpos queimados, ele coleciona suas vítimas, conversa com elas, discute sobre seu passado e as coisas terríveis que passou durante os anos. Compartilhando dessas confissões, nós também compreendemos que parte de Donny está danificada para sempre, e que as agressões sofridas por ele, ano após ano, talvez sejam parte do monstro que ele se tornou.

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Cercado por assassinatos, Donny passa a ser consumido por visões, avisos e pesadelos, o que o leva a pedir ajuda em uma igreja. O diálogo de Donny com o padre é um dos pontos altos desse filme, e a relação estabelecida entre os dogmas da religião e a violência perpetuada entre as famílias (como forma de expiar os pecados) é apenas uma das mensagens poderosas que você verá em Don’t Go In The House.

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Outra característica marcante desse filme é a maneira como ele nos coloca dentro da mente de Donny, nos forçando a ter alguma empatia por esse maníaco. Conhecendo a infância de Donny, entendemos que ele também é uma vítima, um homem que tenta desesperadamente — e da pior maneira imaginável —, ressignificar o próprio passado.

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Don’t Go In The House é um grande filme, com um dos psicopatas mais interessantes do cinema, e merece ser visto por todo fã de terror que procura profundidade, boa carga dramática e uma trama carregada de tensão e viradas inesperadas. Algumas cenas podem ser mais desafiadoras, e o que nos incomoda é justamente elas serem possíveis, plausíveis, próximas demais da realidade. E não é isso que um bom filme de horror deve fazer?

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Se a sua resposta foi sim, então esse filme é para você. Don’t Go In The House ainda guarda algumas surpresas incendiárias em seus momentos finais, então considere essa matéria apenas um aquecimento. Dessa vez vamos deixar o link com o filme completo aqui embaixo (a qualidade está bem decente). É só colocar na tradução automática do tube e se preparar para a explosão.

Vamos?

Uma última curiosidade: Donny Kohler é interpretado pelo grande Dan Grimaldi, que em sua extensa filmografia também participou da série Família Soprano, com o personagem Patsy Parisi. Para você que é fã, a caveira tem um dossiê completo para se aprofundar na série.

sopranos

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Sobre Cesar Bravo

amplificador cesar bravoCesar Bravo é escritor, criador de conteúdo e editor. Pela DarkSide® Books, publicou Ultra Carnem, VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, DVD: Devoção Verdadeira a D., 1618 e Amplificador.

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