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Rio de Janeiro é a Capital Mundial do Livro

Título concedido pela Unesco é válido pelo ano de 2025

01/05/2025

“O Rio de Janeiro continua lendo.” Foi com essa referência à composição de Gilberto Gil que no dia 11 de abril a cidade anunciou que receberá da Unesco o título de Capital Mundial do Livro de 2025. “Somos a primeira cidade de língua portuguesa a ser escolhida para receber o título. É uma honra termos sido selecionados pela Unesco. Vamos continuar incentivando a leitura. E teremos dois anos de inéditos programas para valorizar ainda mais leitores.”, disse o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.Oficialmente, a cidade assumiu o posto no dia 23 de abril, Dia Mundial do Livro. 

LEIA TAMBÉM: Bienal do Livro Rio terá escape room em homenagem a Agatha Christie

rio é capital mundial do livro

Cerimônia do Prêmio Jabuti 

Devido ao título de Capital Mundial do Livro, a cidade sediará em novembro a cerimônia do prêmio Jabuti, conhecido como o “Oscar” da literatura brasileira. “A literatura tem o poder de ecoar os sons do mundo, de ressignificá-los e torná- los comuns a todos nós. É isso que o Jabuti celebra há 67 anos — a capacidade da palavra escrita de interpretar o nosso tempo. Realizar a cerimônia no Rio, em um ano tão simbólico, é renovar esse pacto com a criação, com a memória e com o futuro”, declarou Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), responsável pela premiação.

O evento será realizado no Teatro Municipal e traz novidades nesta edição: o Jabuti Especial Fomento à Leitura, voltado exclusivamente a projetos realizados na cidade do Rio, e um prêmio especial para o vencedor da categoria Livro do Ano, que, em celebração ao Ano da Cultura Brasil-Reino Unido, será contemplado com uma viagem à Feira do Livro de Londres. 

prêmios jabuti

A cidade da Academia Brasileira de Letras

Não é de hoje que o Rio é um celeiro intelectual. Foi lá, afinal, que se fundou a Academia Brasileira de Letras. Sua criação era um desejo antigo do Conde Afonso Celso Júnior, ainda na época do Império, e de Medeiros e Albuquerque, quando o país já era uma República. 

Com o passar do tempo, o desejo foi ganhando força com a ajuda, é claro, de diversos escritores. Muitos que inclusive estão reunidos na edição Medo Imortal, obra integrante da coleção Medo Clássico da Darkside® Books, que reúne contos e poemas de terror e sobrenaturais de autores da Academia Brasileira de Letras. 

Academia brasileira de letras

Mas foi em 20 de julho de 1897 que se realizou a sessão inaugural com ninguém menos do que Machado de Assis como presidente preliminar. Joaquim Nabuco, escritor, diplomata e um dos maiores abolicionistas do Brasil, fez o discurso inaugural. De lá para cá, nomes de peso passaram pela ABL, como Olavo Bilac, Castro Alves, Lygia Fagundes Telles, Nélida Piñon e, atualmente, Fernanda Montenegro e Gilberto Gil, para citar apenas alguns. 

Na prática, a Academia  atua como um espaço dedicado ao intercâmbio de ideias no campo das Letras, promovendo eventos e publicações. Além disso, cumpre um importante papel na preservação da memória cultural, mantendo os acervos de diversos escritores que fizeram parte da instituição.

O Rio no inconsciente coletivo 

rio de janeiro

Não apenas de prêmios e instituições o Rio vive, e não é por isso que a cidade se faz sinônimo de literatura. Quem não esteve no Rio antes mesmo de estar? Suas icônicas calçadas, seu mar, sua gente, sua música e poesia, sua alegria sem fim noite adentro. Mas também seus dramas e dores que contrastam com toda a sua beleza natural. 

Isso porque há cidades que se confundem com os autores que as descreveram. Suas ruas, casas, restaurantes, cafés, prédios, moradores, sujeira, violência, beleza e pulsação inspiraram — e ainda inspiram — obras-primas de grandes nomes da literatura, que você desvenda a seguir:

Machado de Assis (1839-1908)

machado de assis

Autor de obras mundialmente conhecidas como Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, Machado ganhou o apelido de “Bruxo do Cosme Velho” devido ao bairro que morou durante muitos anos. O Rio de Janeiro estava em suas obras assim como em sua vida e seu nome.

A rua do Ouvidor, que naquela época era considerada o centro da cidade, foi citada em diversas de suas obras, com destaque para Dom Casmurro, na passagem onde Bentinho narra a queda de uma “distinta senhora”. A antiga rua dos Barbonos, que foi o cenário do conto “A Cartomante”, é tão famosa que hoje em dia ganhou um bar chamado Capitu, nome da personagem mais famosa do autor. Este, inclusive, faz parte de uma Rota Literária na cidade. Isso mesmo! 

O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), a Glocal Audio Guide e Que mais tem lá? criaram duas rotas em formato de  audioguias disponíveis on-line. A primeira, intitulada Rio Literário, com foco na história da literatura fluminense, e a segunda, claro, a Rota Machado de Assis, sobre os cenários que fizeram parte da vida do autor.

João do Rio (1881-1921)

João do Rio

Eis outro autor que carrega a cidade em seu nome, ou melhor, em seu pseudônimo. João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos escreveu contos, romances, peças de teatro e crônicas sobre a cidade. O jornalista também fez grandes grandes críticas a questões sociais, como a situação dos meninos de rua, à qual ele chamava de “profissão da miséria”. 

Até mesmo a estátua de Dom Pedro I localizada na praça Tiradentes foi seu alvo. Certa vez, escreveu: “Lá, Pedro I, trepado num belo cavalo e com um belo gesto, mostra aos povos a carta da independência, fingindo dar um grito que nunca deu”. Nem tudo, afinal, pode ser uma declaração de amor.

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Carlos Drummond

Mineiro, Carlos Drummond de Andrade adotou o Rio, que, por sua vez, correspondeu. Em 2002 ele ganhou uma homenagem em forma de estátua, em comemoração ao seu centenário. Além de bairros, como no “Canto do Rio em Sol”, em que cita a Tijuca, Urca, Irajá, Pavuna e Maracanã, escreveu sobre futebol, carnaval e até macumba, temas populares na cidade. 

Em “Elegia Carioca” reflete, “Ser um contigo, ó cidade, é prêmio ou pena? Já nem sei se te pranteio ou te agradeço por este jantar de luz que me ofereces e a ácida sobremesa de problemas que comigo repartes no incessante fazer-te, desfazer-se que um Rio novo molda a cada instante e a cada instante mata um Rio “amantiamado” há 40 anos.”

Nelson Rodrigues (1912-1980)

Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues veio do Recife para o Rio com 4 anos de idade e durante sua vida morou em diversos bairros da cidade, como Aldeia Campista, Tijuca, Andaraí, Copacabana, Ipanema e Leme. Mas afirmava: “Sou um suburbano. Acho que a vida é mais  profunda depois da Praça Saens Peña. O único lugar onde ainda há suicídio por amor, onde ainda se morre e se mata por amor, é na Zona Norte.”

É claro que essa preferência pessoal refletia em seus personagens, cuja maioria era da Zona Norte. Nas obras do escritor, jornalista, romancista, teatrólogo, contista e cronista há referências também da Rua do Ouvidor, Avenida Passos, Lago Carioca e a região do Maracanã, entre outras, é claro. 

Vinicius de Moraes (1913-1980) 

Vinicius de Moraes

“Olha que coisa mais linda mais cheia de graça.” Quem nunca ouviu “Garota de Ipanema”? A letra de Vinicius de Moraes é tão famosa que até hoje toca em diversos países, e falar de autores que descrevem o Rio e não falar dele é quase impossível. Entre músicas e poemas, a cidade foi uma de suas grandes inspirações, tanto que quando ele morou em São Paulo chegou a escrever “Chega de Saudades”. Não precisamos nem dizer de quem ele estava falando.

Para citar algumas outras obras que homenageiam o Rio: a peça “Orfeu da Conceição”, o livro O Mergulhador, co-escrito com o filho Pedro de Moraes, “Canto de Ossanha”, “Tarde em Itapuã”, “A Felicidade” e “Insensatez”.

Clarice Lispector (1920-1977)

clarice lispector

Clarice foi mais uma autora que adotou o Rio. Nascida na Ucrânia e criada no Nordeste, chegou à cidade aos 14 anos e foi lá também que faleceu. No conto “O amor”, da obra Laços de Família, o cenário é o famoso Jardim Botânico. Há também em suas obras muitas referências sobre a natureza, a praia e os pássaros, indicações sutis aos bairros que morou, como o Leme.
Aliás, quem quiser mergulhar mais profundamente na vida e obra de Lispector precisa conhecer O Jardim Onírico de Clarice Lispector,  escrito por Daniela Tarazona e ilustrado por Nuria Meléndez, o livro revela através de uma jornada fascinante o que torna esta escritora tão singular e inesquecível.

Francisca Libertad

francisca libertad

É claro que também temos uma nova geração de autores e autoras representando e apresentando o Rio de Janeiro mais moderno. Ele é ao mesmo tempo cenário e personagem para Francisca Libertad em Se Acaso uma Curva, uma história ficcionalizada da própria autora. 

Morando em uma enorme casa em Santa Teresa, na zona sul carioca, Dora começa a se afastar da rotina que incluía férias de verão na casa de praia, feriados em família e finais de semana na casa de São Paulo. É quando ela sobe o morro pela primeira vez, sem jamais imaginar o impacto que aquele mundo paralelo iria causar em sua vida. Naquela época (anos 1990), os morros cariocas se tornavam acessíveis para grande parte da juventude de classe média. No caso de Dora, essa história ganha outra perspectiva quando ela se envolve com Léo, então gerente do tráfico do morro próximo à sua casa.

bienal 2015

A Capital Mundial do Livro tem mais um motivo para comemorar: de 13 a 22 de junho a cidade sedia a Bienal do Livro no Riocentro e a DarkSide® Books te espera lá para viver a experiência Dark de perto. Compre sei ingresso AQUI.

LEIA TAMBÉM: Lugares que marcaram o Rio de Janeiro dos anos 1990

  

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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