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8 donas de casa perigosas da ficção

De vilãs calculistas a mãe dedicadas, conheça as personagens que subvertem o esteriótipo tradicional da figura feminina

04/11/2025

Com seus aventais coloridos, sorrisos cordiais e palavras carinhosas, as donas de casa se estabeleceram no imaginário coletivo como um símbolo da santidade e segurança do lar. Responsáveis por manterem suas residências impecáveis, servirem refeições deliciosas e cuidarem prontamente de todos os membros da família, estas mulheres assumem diferentes funções, frequentemente não sendo reconhecidas por todo o seu trabalho e dedicação.

Enquanto grande parte da literatura e do cinema ajuda a romantizar essa figura, apagando as subjetividades e complexidades das mulheres reais que ocupam esse lugar, algumas narrativas optam por uma faceta um pouco mais sombria das donas de casa. Neste âmbito da ficção, mulheres comuns e dedicadas ao lar escondem segredos terríveis, transformando o ambiente familiar em palco de crimes, manipulações e vinganças. Aparentemente inofensivas, tais personagens subvertem o papel tradicional da figura feminina, revelando que a ameaça pode morar na adorável casa ao lado.

De vilãs calculistas a mães dedicadas, essas donas de casa estão dispostas a tudo. Seja para proteger suas famílias, ascender socialmente ou exercer um poder sobre os outros, elas são exemplos de como a fachada da normalidade doméstica é, muitas vezes, uma ilusão, escondendo segredos extremamente sombrios. Mostrando que nossos lares podem ser infinitamente mais perigosos que as ruas, a Caveira separou 8 donas de casa perigosas da ficção que você precisa conhecer.

1. Millicent de Minha Adorável Esposa

Tobias e Millicent formam um casal perfeito. São bonitos, carismáticos, possuem um ambiente familiar estável e são adorados pelos vizinhos. No entanto, esta fachada de normalidade é subitamente abalada quando a polícia descobre o corpo de uma jovem em um hotel abandonado, o que ameaça os segredos compartilhados pelo casal e sua imagem de harmonia doméstica. Logo descobrimos que tudo foi construído para encobrir uma trajetória de crimes violentos, sendo que não demora até que Tobias compreenda que sua querida esposa está manipulando todos ao seu redor para incriminá-lo.

Lançamento da quarta temporada do projeto especial E.L.A.S. – Especialistas Literárias na Anatomia do Suspense da DarkSide® Books, Minha Adorável Esposa é o thriller psicológico de estreia de Samantha Downing, que apresenta uma história que mexe com nossos nervos e expectativas. Sedutor, hipnótico e criando uma imagem do pacato subúrbio que esconde terríveis segredos em seus porões, Minha Adorável Esposa mostra que nunca conhecemos suficientemente quem mora ao nosso lado.

2. Josie Schuller de Lady Killer

Esposa dedicada, mãe amorosa e dona de casa zelosa, Josie Schuller parece uma típica mulher estadunidense dos anos 1960. Contudo, ela esconde um pequeno segredo: é uma habilidosa assassina de aluguel. Equilibrando seus deveres domésticos com uma porção de homicídios a sangue-frio, Josie navega entre esses dois mundos até que um pequeno deslize faz com que seu chefe ameace aposentá-la de uma vez por todas.

Protagonista da graphic novel Lady Killer, Josie subverte perfeitamente o arquétipo da dona de casa dos anos 1950 e 1960, ironizando o sonho americano e as expectativas da época com muito humor, sangue e ousadia. Com o texto afiado de Joëlle Jones, em parceria com James S. Rich, Lady Killer conta com dois volumes, ambos publicados no Brasil pela DarkSide® Books, apresentando uma personagem carismática que alterna magistralmente entre crimes violentos e o carinhoso cuidado doméstico. Tudo isso sem que seu marido desconfie de nada.

3. Beverly Sutphin de Mamãe é de Morte

Construindo uma crítica certeira ao estilo de vida suburbano, Mamãe é de Morte apresentou ao mundo uma das donas de casa mais perigosas de todos os tempos: Beverly Sutphin. No filme de 1994, dirigido por John Waters, Beverly é uma dona de casa dedicada que vive ao lado do marido e dos dois filhos adolescentes em um idílico bairro suburbano de Baltimore. Na superfície, ela parece a esposa, vizinha e mãe exemplar, a última pessoa que você esperaria ver cometendo um crime violento.

Acontece que Beverly não é a sua típica dona de casa. Ela é uma assassina em série que mata qualquer um que vá contra seus princípios morais ou menospreze sua família. Brilhantemente interpretada por Kathleen Turner, Beverly demonstra motivações doentias ao mesmo tempo que expressa um imenso amor por seus familiares, surgindo como uma sátira ácida e divertida da vida suburbana e da maternidade.

4. As mulheres de Wisteria Lane de Desperate Housewives

À primeira vista, as mulheres de Wisteria Lane, situada na fictícia cidade de Fairview, têm a vida perfeita com suas casas bonitas e gramados bem cuidados. No entanto, tudo muda quando a vizinhança é abalada pelo suicídio inesperado de Mary Alice Young. Esse é o ponto de partida de Desperate Housewives, série que foi ao ar entre 2004 e 2012 no canal estadunidense ABC.

Explorando os segredos, tensões, manipulações e intrigas do subúrbio, a série acompanha quatro donas de casa – Bree, Gabrielle, Lynette e Susan – focando em suas disputas familiares e domésticas, assim como suas tentativas de manter as aparências. Embora estejam longe de serem perigosas tal qual vilãs de um filme de terror, essas donas de casa não são nem um pouco inocentes, representando diferentes formas de poder e risco.

Entre manipulação intelectual, vinganças e até mesmo ocultamento de cadáveres, elas frequentemente cruzam a linha entre a legalidade e a moralidade, revelando que o lar pode sim ser o palco mais perigoso de todos.

5. Amy Dunne de Garota Exemplar

Uma criação da escritora Gillian Flynn, Amy Dunne parece a esposa ideal: bonita, elegante, organizada e dedicada ao lar e ao marido, Nick. Contudo, por trás dessa fachada reside uma mente manipuladora, vingativa e pouco confiável. Interpretada por Rosamund Pike na adaptação cinematográfica de Garota Exemplar, Amy encarna a dona de casa moderna e perigosa, orquestrando meticulosamente seu próprio desaparecimento e deixando pistas falsas que incriminam Nick por seu suposto assassinato.

Charmosa e calculista, ela também não hesita em recorrer à violência para conseguir o que quer, manipulando tanto os personagens da trama quanto os espectadores. Demonstrando intenso ressentimento pelo papel que passa a ocupar após o casamento, Amy utiliza as expectativas sociais sobre a “dona de casa ideal” como sua grande arma, transformando o ambiente doméstico em um lugar de controle, punição e vingança. Desta forma, ela não apenas subverte a imagem tradicional da esposa, como também revela que as aparências sempre podem enganar.

6. Anne de Jakob’s Wife

Interpretada pela scream queen Barbara Crampton, Anne Fedder é uma dona de casa entediada e obediente casada com o pastor de uma pequena cidade. Após anos de repressão e insatisfação na vida cotidiana, tudo muda quando ela é transformada em uma vampira sedenta por sangue, o que renova sua confiança e fornece mais controle sobre sua própria vida.

Embora o vampirismo de Jakob’s Wife seja retratado como uma forma de libertação e poder feminino, ao abraçar seus novos instintos predatórios Anne se torna uma figura bastante perigosa, se banqueteando com sangue humano e não hesitando em utilizar a violência para conseguir o que quer. Apesar disso, Jakob’s Wife ainda consegue reinventar o arquétipo da dona de casa perigosa por meio de uma lente de libertação e destruição da estrutura opressiva em que Anne estava previamente inserida.

7. Skyler White de Breaking Bad

Inicialmente dedicada ao lar e à família, ao longo das temporadas de Breaking Bad, Skyler White gradualmente se transforma em uma personagem perigosa, não pelo uso da violência física, mas por sacrificar sua moralidade e assumir papel ativo na lavagem de dinheiro e gestão dos esquemas ilícitos do marido, Walt.

Interpretada por Anna Gunn, Skyler é uma personagem importante na série criada por Vince Gilligan, surgindo na primeira temporada como uma esposa devota e mãe carinhosa, cuidando integralmente do lar. No entanto, ela lentamente assume um papel de cumplicidade no império criminoso de Walt, demonstrando uma frieza estratégica e pragmatismo assustador. Desta forma, após sacrificar sua integridade, Skyler não hesita em manipular situações, chantagear pessoas e enganar quem for preciso para proteger sua família.

8. Livia Soprano de Família Soprano

Considerada pela revista Rolling Stone como uma das maiores vilãs da televisão, Livia Soprano entrou para a história não por utilizar a violência física, mas sim por sua ameaça emocional e psicológica. Interpretada por Nancy Marchand na série Família Soprano, Livia é a mãe do protagonista, Tony, vivido por James Gandolfini.

Embora aparente ser uma mulher idosa, frágil e dedicada à família, ela tece uma rede de manipulação, sabotagem e culpa que afeta todos ao seu redor, inclusive seus próprios filhos. Fria, egocêntrica e implacável, Livia semeia a discórdia, fomenta conflitos, distorce memórias para sair como vítima e até mesmo apoia planos de assassinato.

Instrumentalizando suas relações familiares e seu próprio papel como matriarca do clã, a personagem ainda é marcada por um ressentimento profundo e uma negligência emocional. Extremamente tóxica, não é à toa que Livia se consagrou como uma das grandes antagonistas da história da televisão.

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