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Como a cultura pop se alimentou dos crimes de Ed Gein

Saiba quais personagens do cinema ele inspirou

10/07/2025

Você já parou para pensar o que Norman Bates de Psicose, Leatherface de O Massacre da Serra Elétrica e Buffalo Bill de O Silêncio dos Inocentes possuem em comum? Além de serem três personagens icônicos do terror, eternizados em filmes que rapidamente foram alçados à categoria de clássicos, o trio foi inspirado em um mesmo assassino da vida real, Ed Gein, que no final dos anos 1950 perturbou a pequena cidade de Plainfield, em Wisconsin, Estados Unidos, com crimes até então inimagináveis. 

LEIA TAMBÉM: Veja Charlie Hunnam como o Ed Gein em Monster

Gein ganhou notoriedade em 1957 quando foi preso após a polícia descobrir em sua casa uma coleção para lá de macabra: tigelas feitas de crânios, cadeiras revestidas com pele humana, órgãos sexuais femininos preservados em caixas, um traje produzido com pele humana e inúmeros outros objetos nefastos. Além de admitir o roubo de cadáveres dos cemitérios locais, o solitário fazendeiro também confessou o assassinato de duas mulheres, Mary Hogan e Bernice Worden. A cena encontrada pelas autoridades na fazenda Gein rapidamente conquistou a atenção do país inteiro e não demorou muito para que as investigações e o subsequente julgamento do chamado “Açougueiro de Plainfield” recebessem intensa cobertura midiática.

Quase 70 anos se passaram desde que esses eventos macabros perturbaram as noções de segurança e camaradagem das cidades pequenas dos Estados Unidos. Muita coisa mudou desde lá. No entanto, o nome de Ed Gein é uma constante que permanece entre nós, suscitando curiosidade e tornando-se tema de filmes, documentários e livros. 

Ed Gein

O caso, que já foi abordado inúmeras vezes, agora ganhou mais um capítulo com Ed Gein: Silêncio Psicótico, parte da coleção Arquivo Monstros Reais da DarkSide® Books. Trazendo o retrato definitivo de um assassino que povoa até hoje os pesadelos coletivos, a obra de Harold Schechter leva o leitor por uma jornada sombria pela mente de Gein, explorando sua infância abusiva e a obsessão doentia por sua falecida mãe para entender como isso moldou o comportamento violento e insano do assassino. Utilizando uma análise psicológica afiada e habilidade única para entender a monstruosidade humana, Schechter organiza habilmente os elementos históricos, sociais e psicológicos da vida do fazendeiro que deixou sua marca na história como o infame “Açougueiro de Plainfield”. 

Ed Gein: Silêncio Psicótico também explora como o caso alcançou uma fama inédita a partir de sua inserção na cultura pop. Além de personificar alguns dos piores medos da América rural, alterando para sempre as noções coletivas de monstruosidade, Ed Gein foi incorporado na cultura midiática, inspirando diversos filmes famosos. Entenda a seguir como a cultura pop se alimentou dos crimes de Ed Gein, mudando para sempre o terror como o conhecemos. 

Ed Gein

Inspirações na cultura pop: de Psicose a O Silêncio dos Inocentes

O exemplo mais famoso de como a cultura pop se alimentou do caso de Gein, sem dúvida alguma é Psicose. O escritor Robert Bloch acompanhou em tempo real as notícias que saíram nos jornais sobre o “Açougueiro de Plainfield” e na época já estava trabalhando no livro, a menos de 60 km de onde Gein morava. Bloch incorporou alguns aspectos do caso em sua narrativa fictícia, de forma que a obsessão assombrosa que Gein possuía com sua falecida mãe, Augusta, foi utilizada para construir o personagem de Norman Bates. Além disso, outro ponto em comum entre os dois foi como ambos passaram a viver isolados após o falecimento da matriarca, apresentando sinais de transtornos dissociativos e doenças mentais. 

Como todos sabemos, não demorou para que Psicose fosse levado aos cinemas. Em 1960, o diretor Alfred Hitchcock adaptou o romance de Bloch em um filme clássico que mudou o cinema de terror estadunidense. De certa forma, quando Psicose foi levado aos cinemas, Ed Gein foi junto, se tornando inspiração para diversas outras histórias cinematográficas aterrorizantes que ainda estavam por vir. 

psicose filme

No início dos anos 1970, dois filmes, Three on a Meathook (1972) e Confissões de um Necrófilo (1974), se inspiraram principalmente na relação obsessiva de Gein com sua mãe. Embora Confissões de um Necrófilo seja considerado por muitos como um dos filmes que melhor representa a vida de Gein, a fama foi alcançada por outro longa, lançado naquele mesmo ano, que também emprestou elementos da história real: O Massacre da Serra Elétrica. O diretor Tobe Hooper utilizou como inspiração para decorar a casa de sua família de canibais a coleção de Gein de objetos feitos com partes de corpos humanos, utilizando também a história do assassino para construir seu principal antagonista, Leatherface, o qual escondia o rosto com máscaras feitas de pele humana. 

Em 1991, outro personagem surgiu no cinema diretamente inspirado pelo caso: Buffalo Bill de O Silêncio dos Inocentes. A obsessão que Bill possui em costurar um “traje de mulher” a partir da pele esfolada de suas vítimas foi um aceno direto para um dos achados na fazenda de Gein, que também estava costurando uma “segunda pele” a partir de suas vítimas e dos cadáveres que roubava. Além de Gein, Buffalo Bill também foi inspirado em outros assassinos infames, como Ted Bundy, Gary Heidnik e Ed Kemper. 

Buffalo Bill de O Silêncio dos Inocentes

Quando a vida real é mais perturbadora que a ficção

A partir desses exemplos é possível enxergarmos como a cultura pop se alimenta continuamente do caso de Ed Gein, cuja história continua ressoando tantas décadas depois. De certa forma, Gein – junto de seu alter ego mais famoso, Norman Bates – ajudou a construir um arquétipo famoso no terror moderno: o assassino isolado e reprimido, psicologicamente perturbado, com uma fascinação mórbida pelo corpo humano (especialmente feminino) e com uma ligação doentia com a figura materna. Isso rapidamente se tornou um prato cheio para a cultura pop, que recriou o arquétipo diversas vezes ao longo dos anos em filmes, séries de televisão e livros.

Segundo James Buddy Day, diretor e produtor da minissérie documental Psycho: The Lost Tape of Ed Gein, os crimes de Gein – junto de Psicose – marcaram a cultura pop justamente por serem uma espécie de “ponto de inflexão” entre o true crime e o terror, com o livro de Robert Bloch dialogando diretamente com as manchetes do caso e com eventos que realmente aconteceram. 

Ed Gein

Além disso, Ed Gein se tornou extremamente influente no terror pelo aspecto do “monstro humano” e do “monstro escondido em plena vista” que seu caso traz. Gein, assim como suas inspirações midiáticas, não possuía uma origem sobrenatural, o que era comum no terror naquela época. Muito pelo contrário. Ele parecia um homem normal, esquisito talvez, mas aparentemente inofensivo. Os crimes descobertos na fazenda em Plainfield redefiniram a noção de monstro humano, mostrando que o perigo pode estar ao seu lado e pode vir de quem você menos espera. A partir de Psicose e de seu Norman Bates, isso acabou sendo replicado continuamente no cinema e na cultura pop para construir antagonistas extremamente assustadores e chocantes. Desta forma, assim como Psicose é frequentemente definido como um marco no terror, Ed Gein se tornou uma espécie de figura seminal, tornando-se a raiz e origem de inúmeros personagens que povoam e perturbam o imaginário coletivo. 

Embora os crimes de Gein tenham ocorrido na década de 1950, o fazendeiro permanece uma figura relevante até hoje, desconcertando as pessoas e inspirando novas obras de ficção e true crime. Recentemente, por exemplo, foi anunciado que a terceira temporada da série Monster do produtor Ryan Murphy será sobre Ed Gein, interpretado pelo ator Charlie Hunnam. Enquanto aguardamos por mais informações, os DarkSiders podem se preparar e mergulhar nessa história perturbadora com Ed Gein: Silêncio Psicótico, parte da coleção Arquivo Monstros Reais, que inclui ainda Jeffrey Dahmer: Canibal Americano e Irmãos Menéndez: Sangue de Família.

LEIA TAMBÉM: Ed Gein, o açougueiro de Plainfield

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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