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Conheça a série e os filmes de Shin Mimibukuro

Produções foram inspiradas nas mesmas lendas de Contos de Horror da Mimi

31/07/2024

Junji Ito definitivamente é um especialista quando o assunto é terror. Há tempos que o mangaká vem causando medo e desconforto em seus leitores com obras viscerais que se tornaram clássicos instantâneos. Contudo, engana-se quem acha que o terror retratado em seus mangás deriva unicamente de sua mente para lá de criativa.

LEIA TAMBÉM: As 10 adaptações mais assustadoras de obras de Junji Ito

Em Contos de Horror da Mimi, o autor mostra que a realidade pode sim ser infinitamente mais assustadora e bizarra que a ficção. Afinal, para dar vida à personagem Mimi, uma menina atormentada por acontecimentos estranhos, Junji Ito se inspirou em histórias reais coletadas e compiladas por Hirokatsu Kihara e Ichiro Nakayama na obra Shin Mimibukuro. Fascinados por relatos de terror e fantasmas, conhecidos tradicionalmente como kaidan, Kihara e Nakayama coletaram relatos de pessoas reais que vivenciaram experiências sobrenaturais. O resultado foi Shin Mimibukuro, uma antologia com 990 histórias divididas em dez volumes. 

Toda essa estranheza chegou até Junji Ito, que ficou deslumbrado pelas narrativas inexplicáveis que vinham direto do cotidiano. O mangaká decidiu transformá-las em um mangá, adicionando seu próprio toque artístico. Foi assim que nasceu Contos de Horror da Mimi, publicado originalmente em formato seriado entre junho de 2002 e abril de 2003. Na obra, Junji Ito uniu vários relatos presentes em Shin Mimibukuro em uma única história, ampliando e adicionando detalhes e acontecimentos por meio da estudante universitária Mimi, a qual é perseguida por eventos sobrenaturais e aterrorizantes. 

origens contos de horror da mimi

Embora Contos de Horror da Mimi seja um dos exemplos mais famosos de adaptação e inspiração das histórias presentes no Shin Mimibukuro, o mangá não é o único. A obra de Kihara e Nakayama é tão icônica que deu origem a uma série de televisão e também a uma série de filmes. Isso sem contar sua influência na ascensão do j-horror, subgênero muito bem representado por entidades fantasmagóricas como Sadako e Kayako. 

Shin Mimibukuro nos cinemas e na televisão

Em 2003, a televisão japonesa ganhou uma série antológica baseada nas histórias coletadas por Kihara e Nakayama. Intitulado Kaidan Shin Mimibukuro (em inglês: Tales of Terror from Tokyo: Volume One), o programa foi composto por 33 episódios com duração de cerca de cinco minutos, cada um com uma história diferente. 

No ano seguinte, em 2004, a série levou a criação de um filme: Kaidan Shin Mimibukuro: Gekijô-ban (em inglês: Tales of Terror from Tokyo and All Over Japan: The Movie). Com cerca de 90 minutos de duração, o longa traz oito histórias inspiradas na obra original, dirigidas por sete cineastas diferentes que misturam drama, pitadas de comédia e é claro, muito horror. Em um dos segmentos, por exemplo, acompanhamos uma dupla de seguranças noturnos que precisam passar a noite em um prédio abandonado supostamente assombrado, enquanto em outro, temos a história de uma mulher que acorda subitamente no meio da noite com um peso invisível no peito. Há também um enredo envolvendo uma misteriosa aparição fantasmagórica em uma gravação de vídeo e a melancólica história de uma mãe enlutada que conversa com o fantasma do filho morto.

shin mimibukuro filme

Considerando a quantidade de histórias angariadas em Shin Mimibukuro não é de se estranhar que mais adaptações foram produzidas ao longo dos anos. Depois do filme de 2004, vários outros longas foram lançados, dessa vez em um formato um pouco diferente onde cada um contava uma única história. É o caso de Kaidan Shin Mimibukuro: Yûrei manshon (em inglês: Tales of Terror: The Haunted Apartment), o qual é inspirado nas mesmas lendas que influenciaram Junji Ito na criação de Contos de Horror de Mimi.

Lançado em 2005, Kaidan Shin Mimibukuro: Yûrei manshon foi dirigido por Akio Yoshida, cineasta que já havia comandado um dos segmentos do filme de 2004. O longa conta a história da jovem Aimi, que junto do pai se muda para um antigo complexo de apartamentos. A vida da adolescente não é nada fácil: sua mãe morreu há dois anos em um trágico acidente de carro e desde então o pai não é o mesmo, sucumbindo ao vício do álcool.

No entanto, as coisas pioram quando a dupla chega em sua nova residência e descobre uma série de estranhas regras que devem ser rigidamente seguidas. Primeiramente, os inquilinos só podem se mudar uma vez que uma nova família chega para ocupar o local. Em segundo lugar, todos precisam obedecer a um toque de recolher, estando em casa antes da meia-noite e atravessando uma estranha corda amarrada em frente à propriedade. Se estas regras não forem cumpridas, o infrator sofrerá uma morte terrível pelas mãos de força misteriosa e vingativa. 

shin mimibukuro filme

Logo depois de se mudar, Aimi começa a ter visões fantasmagóricas envolvendo uma garota da sua idade, descobrindo que se trata de Ai, uma menina que viveu no local há 30 anos até desaparecer misteriosamente um dia quando estava voltando para casa. Intrigada por essas aparições, Aimi começa a investigar o que aconteceu com Ai, descobrindo que a garota não foi sequestrada enquanto voltava da escola e que na verdade retornou para o prédio um pouco antes de desaparecer. A partir disso, Kaidan Shin Mimibukuro: Yûrei manshon levanta diversas questões que serão respondidas apenas ao final do filme: o que aconteceu com Ai? Qual é o segredo que as duas meninas compartilham? Qual é a maldição que ronda aquele prédio e seus moradores? 

Kaidan Shin Mimibukuro: Yûrei manshon é um filme que consegue evocar bem a atmosfera assustadora e tensa presente em Shin Mimibukuro, ao mesmo tempo em que emula elementos de filmes famosos de j-horror, como O Grito (2000) e Água Negra (2002) e aborda temas como abandono, luto e abuso.

Contos de Horror da Mimi: eventos sinistros e tradição

Em Contos de Horror da Mimi, Junji Ito transpõe de maneira única os relatos misteriosos e sobrenaturais de Shin Mimibukuro. Tomando liberdades criativas e inserindo sua própria identidade na obra, o mangaká perpetua assim o legado de tradições seculares, dos contos de horror e fantasmas, tão presentes na cultura e história japonesas 

Contos de Horror da Mimi

Mostrando que a realidade pode ser muito mais assustadora do que imaginamos e que o sobrenatural ronda o cotidiano, Contos de Horror da Mimi oferece homenagens precisas e justas aos relatos originais reunidos por Hirokatsu Kihara e Ichiro Nakayama. Assim como acontece em Fragmentos do Horror, Junji Ito entrega ao leitor uma obra única e desconcertante, que com certeza testará a coragem dos mais destemidos DarkSiders. E aí, tem coragem de embarcar nessa?

LEIA TAMBÉM: Por que o terror de Junji Ito é tão perturbador?

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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