Só em 2017, 4.936 mulheres foram mortas no Brasil, o maior número registrado desde 2007. Foram cerca de treze assassinatos de mulheres por dia, segundo o Atlas da Violência publicado em 2019. E 88% das vítimas de feminicídio são mortas pelos companheiros ou ex-companheiros.
Resultado de uma pesquisa que durou mais de quatro anos, Elas em Legítima Defesa: Elas sobreviveram para contar é uma jornada de empatia e compreensão que dá voz às mulheres vítimas de violência obrigadas a matar seus companheiros em legítima defesa. O livro acompanha as histórias reais de Nice, Soraia, Deise, Doralice, Emília e Úrsula, mulheres envolvidas em relacionamentos abusivos e capturadas no horror da violência doméstica — situações dramáticas que atingem milhões de mulheres no Brasil todos os dias.
De acordo com o artigo 25 do Código Penal brasileiro, “entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Após examinar cinquenta processos nos Tribunais de Justiça do Rio de Janeiro e de São Paulo, Sara foi em busca de vítimas de violência de gênero em relações afetivas e ouviu relatos brutais, tocantes, inesquecíveis. A obra narra a trajetória dessas mulheres, passando pela paixão inicial, as primeiras agressões, a escalada da violência, o momento da luta pela sobrevivência, os julgamentos e, por fim, a reconstrução de suas vidas.
A pesquisa também foi o ponto de partida para o documentário Legítima Defesa, lançado em 2017 na mostra competitiva do Festival Mujeres en Foco em Buenos Aires, de onde saiu premiado. Idealizado e escrito pela jornalista e roteirista Sara Stopazzolli e sua irmã, a produtora de cinema Leda Stopazzolli, o filme teve direção de Susanna Lira e contou com a participação de duas sobreviventes que, enfrentando o preconceito, o medo e a culpa, aceitaram compartilhar suas histórias com as bravas mulheres também atrás das câmeras.
Dois anos após o lançamento do documentário, a DarkSide® Books apresenta a pesquisa completa de Sara Stopazzolli. É hora de conhecermos as histórias contundentes destas mulheres diante de um marido violento, o carinho de um filho, o abraço de uma sogra compassiva, a sororidade das companheiras e a sentença de liberdade nas palavras emocionadas de um juiz.
A obra apresenta histórias inéditas, novos dados, ilustrações da artista Juliana Russo, frames do documentário, além de estatísticas recentes e o aprofundamento de um tema — infelizmente — mais atual do que nunca. Em 2019, uma pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Datafolha, relatou que no ano anterior 536 mulheres foram vítimas de agressão física por hora no Brasil. São 4,7 milhões de mulheres condenadas à violência doméstica, que proporciona memórias atrozes, origem de muito traumas, que, por sua vez, se convertem em silêncio. Elas em Legítima Defesa: Elas sobreviveram para contar rompe esse padrão de silêncio na nossa sociedade e resgata a voz e a dignidade de mulheres que vivenciaram o verdadeiro horror — e sobreviveram para contar.
Sara Stopazzolli é jornalista, pesquisadora e roteirista. Trabalhou por mais de dez anos como repórter, colaborando com inúmeras publicações (Trip, tpm, piauí, Serafina, Revista do Globo) com foco em perfis e reportagens de comportamento. Criou a produtora Mera Semelhança em 2013, onde tem desenvolvido projetos audiovisuais. O documentário Legítima Defesa é o primeiro filme em que assina a pesquisa e o roteiro. Dirigiu e roteirizou o documentário em curta-metragem Escola de Homens, lançado pela mov.uol, que explora o ponto de vista de homens que frequentam um grupo reflexivo para supostos autores de violência doméstica. Recentemente, lançou o canal de podcast Luneta do Crime, onde conta histórias desconhecidas de crimes reais cometidos contra mulheres no Brasil.
“Reunindo relatos dolorosos e corajosos de mulheres que mataram seus companheiros para não morrerem, o livro reivindica o direito à vida para milhares de outras mulheres que continuam sendo brutalmente assassinadas e caladas por uma sociedade perversamente misógina. Uma leitura para quem tem sede de justiça.”
— ANA CECÍLIA COSTA, ATRIZ —
“Filme impactante, que nos faz repensar paradigmas e convida à reflexão: o que dói mais, o peso do medo por uma condenação injusta, do julgamento alheio… ou o da culpa? Essas mulheres são sobreviventes e heroínas das próprias vidas.”
— BIANCA BIN, ATRIZ —
“Filme comovente, de qualidade excepcional, e necessário nos dias de hoje.”
— EDUARDO SUPLICY, VEREADOR EM SÃO PAULO —
Elas em Legítima Defesa: Elas sobreviveram para contar é lançado exclusivamente em e-book. Durante os três primeiros meses, 100% da verba arrecada com as vendas será revertida para a Associação de Mulheres com Atitude e Compromisso Social (AMAC), ONG de Duque de Caxias (RJ) que atua desde 2010 no trabalho de acolhimento e apoio às mulheres e famílias vítimas de violência doméstica. Criada por Nill Santos – ela mesma vítima de violência por quase dez anos –, a ONG surgiu com o objetivo de ajudar outras mulheres a saírem deste mesmo ciclo, o primeiro passo de um importante processo que é a quebra do silêncio de muitas mulheres. Através de diversos projetos a AMAC tem realizado um trabalho de promoção, participação em ações de fomento, debate, e informação sobre a violência doméstica e suas múltiplas formas.
Ficha Técnica
Título | Elas em Legítima Defesa: Elas sobreviveram para contar
Autora | Sara Stopazzolli
Editora | DarkSide®
Edição | 1a
Idioma | Português
Especificações | 192 páginas
Dimensões | 16 x 23 cm
ISBN | 978-85-9454-206-9 (e-book)
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