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My Bloody Valentine: Gore, gore (e um pouco mais de gore)

Reaqueça o coração com esse filme macabro

16/02/2024

Para alegria de muitos e agonia de outros tantos, o carnaval também disse adeus no DarkBlog, mestre-sala mais que especial da nossa eterna Firestar Videolocadora

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Entre suores, cervejas e ressacas destrutivas, no carnaval também nascem muitos romances. A coluna de hoje é dedicada a reaquecer os corações partidos que perderam seu amor no bloco dos desnamorados. Estamos falando de My Bloody Valentine, eternizado por aqui como Dia dos Namorados Macabro. Dirigido por George Mihalka, essa produção canadense é um dos filmes mais violentos e sádicos que o cinema viu nascer.

my bloody valentine

No horror, quem não gosta de uma caverna, bom sujeito não é, então começamos nossa expedição romântica dentro de uma mina de carvão, circulando entre o pessoal que usa um uniforme que lembra a capa do disco Never Say Die, do Black Sabbath. Pelo que podemos observar, o técnico em segurança do trabalho estava de folga, então já imaginamos um desabamento. O que desaba, no entanto, é a nossa expectativa, afinal de contas, o primeiro assassinato sangrento acontece antes dos cinco minutos de filme. Nada mau, nada mau mesmo.

my bloody valentine

Na sequência voltamos para o dia a dia da mina, mas especificamente para a saída do pessoal que faz o trabalho pesado. Com eles, vamos tomar uma cerveja bem longe do carvão, na cidadezinha de Valentine Bluffs. A cidade está toda enfeitada de vermelho e rosa, com corações, brilhos e artefatos fofinhos, os jovens já se preparam para o ritual da dança do acasalamento — literalmente para o baile de Dia dos Namorados, o primeiro que acontece em vinte anos. Algo que chama a atenção nesse começo é uma espécie de espírito anárquico, não é algo declarado, mas uma presença sutil. Existe alguma coisa fora do lugar, fora do “convencional” e nós percebemos.

my bloody valentine

A trama ganha fôlego quando o prefeito recebe uma caixa em formato de coração de um admirador secreto. Infelizmente, não é só a caixa que tem formato de coração, mas também o coração humano arrancado que se esconde dentro dela.

my bloody valentine

O fato é que existe uma maldição na pequena Valentine Bluffs, um acidente ocorrido há vinte anos, na mina de carvão, que soterrou cinco trabalhadores ainda vivos. Enquanto eles agonizavam, a cidade dançava, adivinhem só? No Dia dos Namorados. A lenda se expande no filme, mas para compreensão, digamos que um dos trabalhadores sobreviveu por seis semanas se rendendo ao canibalismo, depois enlouqueceu e decidiu matar alguns supervisores. E para finalizar, ele proibiu a cidade de realizar bailes do Dia dos Namorados para todo o sempre.

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Como percebemos, depois de vinte anos o matador foi ignorado e um baile foi organizado, o que inicia uma onda de assassinatos sem precedentes. O assassino gosta de matar vestido como um operador da mina (escreveremos dessa forma porque se colocarmos “mineiro” muitos irão voltar para a quinta série, eu sei), e nós ouvimos sua respiração ecoando por dentro dos filtros da máscara, da mesma forma que ouvimos os gritos distorcidos das vítimas.

O filme não é só um açougue, por mais que muitos gostem dessa parte. Em My Bloody Valentine nós também encontramos atores competentes, romance, triângulos amorosos, um pouco de drama, conseguimos nos divertir com a interação dos rapazes que trabalham na mina. A vida em Valentine Bluffs seria um mundo canadense interessante, mesmo sem o sangue. Mas voltemos para a parte Bloody, deixando o Valentine para a experiência completa com o longa.

my bloody valentine

A criatividade nos assassinatos é invejável, da mesma forma que os efeitos práticos impressionam pelo realismo. Graças a essa combinação, My Bloody Valentine foi censurado, proibido, banido e cultuado, e acabou se eternizando não só entre os fãs de gore, mas entre uma legião de cineastas e cinéfilos.  

my bloody valentine

Outra pitada de realismo são as autoridades locais tentando de todas as maneiras resolver os crimes sem causar estardalhaço — mesmo sem saberem onde procurar os suspeitos e o que fazer com os corpos se acumulando no necrotério. O próprio chefe de polícia se recusa a pedir reforços, ocultando os corpos dos olhares da população a fim de manter uma falsa aura de tranquilidade sobre a cidade e evitar o pânico.

Ameaçado por bilhetinhos poéticos do assassino, o prefeito decide não seguir com o baile, literalmente de novo, e comanda que as festividades sejam canceladas e toda a decoração seja retirada das ruas e comércios.

Mas a juventude local não poderia aceitar uma arbitrariedade dessas, não com toda a animação crescente dos últimos dias. A brilhante ideia surge entre as garrafas de cerveja do bar local: por que não transferir o baile e fazer uma farra na mina? Sim, nas instalações ao lado da mesma mina onde morreram pessoas soterradas, e se praticou canibalismo e alguns assassinatos. O que poderia dar errado? E por que não dar uma esticadinha até lá embaixo com os carrinhos de transporte de carga?

my bloody valentine

Desse ponto em diante (e um pouco antes, se você for mais sensível) os elementos gráficos não poupam ninguém, não existe misericórdia, o filme evoluiu para um hino às diferentes formas criativas de se matar alguém. Picaretas, canos de chuveiro, máquinas de lavar, pás e ganchos e panelas ferventes com salsicha, nada é dispensável nas mãos hábeis do assassino. A crueldade do matador também sobe uma espiral ascendente, e a cada assassinato conseguimos nos chocar novamente com a frieza do executor.

my bloody valentine

Esse é outro ponto que vale ser mencionado.

Mesmo com a suspeita do assassino ser o mesmo de vinte anos atrás (o minerador sobrevivente canibal louco Harry Warden), as autoridades não conseguem ter certeza, e isso nos impele a elegermos vários candidatos. Ninguém está acima das suspeitas e o filme brinca com nossas apostas do começo ao fim. Mas assista até os minutos finais, My Bloody Valentine não tem um plot twist, mas dois deles, e dos bons. 

Eu não perderia esse baile sangrento por nada…

Bora apertar o play? (para quem tem estômago e nervos de aço, e procurem pela versão sem cortes, vale muito a pena)

O Trailer você confere aqui:

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Sobre Cesar Bravo

amplificador cesar bravoCesar Bravo é escritor, criador de conteúdo e editor. Pela DarkSide® Books, publicou Ultra Carnem, VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, DVD: Devoção Verdadeira a D., 1618 e Amplificador.

1 Comentário

  • Felipe Teixeira

    25 de fevereiro de 2024 às 10:30

    Roses are red, violets are blue, one is dead….so you!
    Classicão, excelente resenha!

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