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Nightmares: Quatro pesadelos que poderiam ser seus

Uma antologia insana que vai te surpreender

17/11/2023

Algumas produções mais datadas conseguem nos surpreender, e continuam tão originais, que mesmo borradas pelo tempo nos reaparecem como um presente, uma surpresa que acabou de ser preparada. Esse é o caso de Nightmares, um longa em formato de antologia que conta com quatro histórias memoráveis.

LEIA TAMBÉM: NIGHTBEAST: QUANDO O INESPERADO SE TORNA CULT

Já na abertura, quando mal nos acomodamos em nossas poltronas, estamos sobrevoando uma paisagem azulada, tempestuosa, sequestrados por uma trilha sonora apreensiva e por um par de olhos vermelhos. Poderia ser o pesadelo de qualquer um — e talvez já tenha sido um dos seus. Batizado no Brasil de Pesadelos Diabólicos, Nightmares veio ao mundo em 1983, dirigido por Joseph Sargent e produzido (e escrito em boa parte) por Christopher Crowe.

Na primeira história, “Terror In Topanga” esbarramos em um policial gente fina, que acabou de deixar de aplicar uma multa em uma garota bonita — e ele em seguida tem um encontro com um assassino. O gore sem economia no ataque nos dá uma premissa de que essa história merece ser apreciada, algo que se reafirma quando a TV de uma família incauta nos traz um clássico do louco violento fugitivo do hospício (não me corrijam, sim? Em 1983 falávamos e ouvíamos dessa forma, louco & hospício, só estou sendo realista aqui). A essas alturas já estamos fisgados pelo episódio número um, afinal de contas, quem ouve a notícia pela TV é uma família com duas crianças pequenas (e mamãe quer sair desesperadamente para comprar cigarros).

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“Terror in Topanga” é uma história que traumatizou uma geração, não só pelo seu desfecho totalmente fulminante e inesperado, mas também pela constante tensão e paranoia ao longo do episódio. A direção é muito inteligente em todos os detalhes e acreditem em mim quando digo que já não se fazem mais desses hoje em dia.

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Ainda anestesiados pelo choque, somos catapultados aos fones de um super jovem Emilio Estevez, que ouve um punk rock de primeira qualidade em seu walkman enquanto caminha pelas ruas de uma grande cidade, ao lado de seu melhor amigo. Na segunda história, “The Bishop of Battle”, o destino dos amigos é um fliperama, e se você não tem idade para compreender o lugar, fliperama é uma espécie de igreja aos devotos dos videogames Arcade, com dezenas de máquinas, adolescentes ansiosos e fichas para falir na jogatina (um verdadeiro império de vícios eletrônicos).

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Na sequência, eis que J. J. Cooney “Emilio” resolve apostar tudo o que tem e mais um pouco e acaba se envolvendo com uma gangue de latinos violentos (anos 1980, não me culpem) depois de faturar uma aposta na malemolência de caráter. Na verdade, ele e os amigos são levemente estelionatários, e J. J. é um completo viciado em games, mas principalmente em um jogo chamado “The Bishop of Battle” [O Bispo da Batalha]. O jogo que está arruinando sua vida possui treze níveis, e é claro que o décimo terceiro esconde muitos segredos. Se você pensa que realidade aumentada é uma invenção moderna, precisa mesmo dar uma boa olhada nesse filme.

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Na terceira parte de Nightmares, saímos dos fliperamas e voltamos às raízes no campo, para a história “The Benediction” [A Benção]. Estrelada pelo incrível Lance Henriksen, que dá vida a MacLeod, nosso protagonista já aparece em cena preso a uma espécie de pesadelo religioso. MacLeod é um padre, e descobrimos tal fato em uma missa em homenagem a um morto. Nessa história, MacLeod é um homem atormentado pelos sinais do mal, que parecem se bem mais claros que os sinais do bem.

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Desorientado e atormentado por sua própria falta de esperança, o clérigo decide abandonar sua pequena paróquia e levar uma vida comum, longe dos serviços religiosos. Demora um pouco, mas na hora certa somos apresentados às suas razões, e nesse exato ponto do filme MacLeod é tirado da estrada e perseguido por uma caminhonete. Diferente de suas antecessoras, essa terceira história é mais emocional, densa, e segue os moldes de filmes como A Profecia e mesmo O Exorcista. É uma história muito bem executada, tanto em produção como em atuação, o que segura a qualidade do filme. Sabemos que Deus e o Demônio podem se apresentar de muitas formas, mas nessa novela ele realmente dá um passo além. Ele quem? É isso que vocês precisam concluir ao assistirem.

Ainda impactados e confusos, vamos para “The Night Of The Rat”, quarto e último fragmento desse filme incrível. Na noite do rato, iniciamos em um cemitério, mas logo passamos a fazer companhia a um gato e aos seus donos insones. Existem ruídos nas paredes, coisinhas que rastejam entre os cômodos. Nessa noite de apreensão, nos sentimos na pele dessa família que é mantida refém do invisível em sua própria casa. Como protagonistas principais, essa produção tão querida conta com o medalhão dos anos oitenta Richard Masur, que encarna o pai de família Steven Houston, casado com Clair Houston (Verônica Cartwright) e pai da pequena Brooke Houston (Bridgette Andersen).

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O dilema aqui é que um bom exterminador de pragas cobraria caro, então o pai heroico passa a tentar resolver a infestação sozinho, o que quase sempre é uma péssima ideia nos filmes de terror — assim como deixar seu gato curioso se envolver nos seus problemas, ou ser ríspido com a esposa. É uma história também muito bem feita e divertida, principalmente depois que descobrimos que o tal ratinho é um “Das Teufel Nagetier”, ou Diabo Roedor. Essa parte vou deixar todo mundo conferir no filme, mas a lenda acerca desse rato é ótima, um clássico dos anos 1980. Com um final bastante digno, “The Night of The Rat” nos presenteia com o estranho senso de moralidade que só mesmo a era de ouro das videolocadoras seria capaz de trazer das tumbas.

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Se você, assim como os clientes da Firestar, está faminto por filmes surpreendentes e não se importa com o peso da idade dessas produções, assista esse filme sem medo de errar. Nighmares é uma das antologias mais bacanas que você conseguirá resgatar das sombras, e possivelmente está entre as três melhores de todos os tempos. Não acredita em mim?

Bora apertar o play, porque esse eu quero assistir duas vezes!

E segura o trailer!

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Sobre Cesar Bravo

amplificador cesar bravoCesar Bravo é escritor, criador de conteúdo e editor. Pela DarkSide® Books, publicou Ultra Carnem, VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, DVD: Devoção Verdadeira a D., 1618 e Amplificador.

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