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Pânico: Suas referências e seu impacto

Entenda a influência do filme no terror

30/07/2025

Pânico é um filme que celebra o cinema ao discutir a essência do horror. Desde sua estreia em 1996, trouxe um novo momento ao gênero ao empregar o poder das referências e estabelecer uma metalinguagem ainda inédita nas telas estadunidenses. Sem antecipar seu legado, Kevin Williamson e Wes Craven redefiniram a forma como o público interpreta seus próprios arquétipos, valendo-se da autoconsciência e da autoparódia.

LEIA TAMBÉM: O que sabemos sobre Pânico 7

Mas primeiro voltemos a quando tudo começou… Em outubro de 1978, Kevin Williamson, aos 13 anos, saiu do cinema impactado por Halloween, de John Carpenter. Em 1997, no prefácio do livro-roteiro de Pânico, ele descreveu aquela sessão como sua grande “revelação”.

histórias verdadeiras que inspiraram clássicos do terror: Pânico

Inicialmente intitulado The Babysitter Murders e produzido com apenas US$ 300 mil, Halloween – A Noite do Terror tornou-se um fenômeno que ainda provoca aspirantes a cineastas e produtores ao aparentar tangibilidade de resultados. Uma ilusão que só o cinema independente é capaz de oferecer — seja pelo aspecto estético, seja pelo financeiro. Mas existe outro ingrediente oculto nessa equação: estudar o passado.

Uma fórmula muito simples

Como diz Randy, na locadora: “Há uma fórmula! Uma fórmula muito simples! Todo mundo é suspeito!”. Segundo o livro Hit Makers, do estudioso de tendências culturais Derek Thompson, o sucesso de um produto ou obra está em criar algo familiar com um inesperado toque de novidade. Ao alinhar Pânico e Halloween, percebemos ecos de Psicose (1960), de Alfred Hitchcock.

A mais óbvia dessas referências é o sobrenome “Loomis”, que batiza personagens-chave nos três filmes. Além disso, a Scream Queen Jamie Lee Curtis, citada à exaustão em Pânico, é filha de ninguém menos que Janet Leigh — cuja personagem, por sua vez, assim como a de Drew Barrymore, encontrou seu fim cedo demais. Mas não sem que fosse vendida a ideia equivocada de que elas eram a “final girl” de seus respectivos filmes.

pânico

Num momento de ciclo completo, o script de Kevin Williamson escancarou suas próprias regras. Ao expor o mecanismo interno do slasher, pavimentou o caminho para uma legião de filmes que agora sabem exatamente como brincar (e reinventar) suas convenções. Seus sucessores também geraram — além de continuações — uma quantidade ímpar de obras que copiaram ou aprimoraram essa estrutura.

Temos Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997), Lenda Urbana (1998), e Halloween H20: Vinte Anos Depois (1998) — que contou com o próprio Williamson no tratamento do roteiro, trouxe de volta Jamie Lee Curtis e teve até uma cameo de Janet Leigh. Tudo isso culminaria na paródia definitiva: Todo Mundo em Pânico (2000).

Novas gerações, novas regras

Além de subverter convenções, Pânico capturou o linguajar dos anos 1990. Bordões e gírias viraram parte da trama espelhando sua plateia e gerando debates sociais — algo que aprofundei no texto “Pânico de Fã”, que abre o livro Pânico – O Legado do Grito.

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Curiosamente, As Patricinhas de Beverly Hills (1995), lançado um ano antes de Scream, já havia traduzido esse espírito ao popularizar expressões como “As if!”, reutilizada pelo personagem Stu Macher.

Nos anos seguintes, graças ao sucesso dessa linguagem com a audiência, o impacto de Williamson ecoou na TV: séries como Dawson’s Creek (1998–2003), The Vampire Diaries (2009–2017) e The Following (2013–2015) herdaram seu DNA de mistura entre drama, suspense e autorreferência.

Hoje, “quebrar a quarta parede” é quase regra no audiovisual, mas boa parte desse hábito meta deve suas lições ao compêndio de obras do roteirista, suspense inteligente, humor cáustico e cumplicidade com o público.

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Eu quero estar na sequência

Não há franquia de nenhum gênero sem seu peso em cifras. Além das continuações, contabiliza-se também o potencial em merchandising e o desempenho nas bilheterias.

Pânico chega ao sétimo capítulo em 2026, acumulando quase US$ 1 bilhão em ingressos vendidos globalmente, e diariamente surgem novos itens com a iconografia de Ghostface para colecionadores — produtos que vão de meias a máscaras sazonais de Ghostface Papai Noel e, pasme, Ghostface Coelhinho da Páscoa.

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Ainda assim, continuamos famintos por refinar a fórmula, buscar novos códigos e nos surpreender com o próprio espelho que o gênero ergue diante de nós. É esse ciclo que consolida Pânico não só como filme, mas como manifesto mutante do terror e dos tempos.

LEIA TAMBÉM: Conheça as principais referências a filmes de terror em Pânico

Sobre Rodrigo Kurtz

Rodrigo KurtzRodrigo Kurtz é o criador e webmaster do HelloSidney.com, um dos principais sites dedicados à franquia Pânico. Formado em Comunicação Social e Design Gráfico, já participou de diversos projetos relacionados aos filmes — de documentários a ações de marketing com distribuidores e criadores da saga.

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