Cartas de tarot podem revelar verdades sobre nós mesmos que não fazíamos ideia. Esses poderosos oráculos proporcionam uma verdadeira jornada de autoconhecimento a quem se abre a eles. Por um viés mais científico, fazer terapia com um psicólogo também nos guia pelos caminhos da nossa mente, personalidade, comportamentos e lembranças. Afinal, podemos estabelecer uma ligação entre tarot e psicologia?
LEIA TAMBÉM: Mitos e verdades sobre tarot
Carl Jung é um dos fundadores da psicologia analítica. Embora ele nunca tenha mencionado o tarot em nenhum de seus trabalhos, é possível encontrar conexões entre os conceitos construídos por ele e esses oráculos. Uma das suas maiores contribuições para a teoria da psique está relacionada aos arquétipos e o inconsciente coletivo — que é basicamente no que o tarot se sustenta.
Muitas pessoas acreditam que o tarot é simplesmente uma maneira de prever o futuro, mas não é bem assim que a coisa funciona, como aprendemos na Bíblia Clássica do Tarot. Conhecer o trabalho de Jung pode ser uma maneira poderosa de compreender melhor as próprias cartas de tarot e as simbologias que elas carregam.
Em primeiro lugar, vamos entender o que é o tal do inconsciente coletivo do qual o psiquiatra tanto falava. O termo foi criado por Jung para definir a variedade de símbolos e arquétipos que originam narrativas humanas, algo que acontece nas mais variadas culturas.
Vamos tomar por exemplo a figura materna que quase todos nós encontraremos ao longo de nossas vidas. Podemos observar essa figura se repetir em diversas histórias, lendas e mitos — que com o tempo deram origens a personagens da cultura pop. Por mais que o arquétipo não se manifeste da mesma forma para todo mundo (não precisando ser uma figura feminina, inclusive), a sua relação com o arquétipo é basicamente a mesma: uma pessoa que cuida, ama e preenche suas necessidades emocionais, alguém que te ajuda a crescer e amar.
Esse foi apenas um exemplo, mas a nossa psique está repleta dessas imagens arquetípicas, e elas moldam a maneira com que contamos histórias e damos significado às nossas vidas.
Voltando ao tarot, em especial aos arcanos maiores, podemos observar vários destes arquétipos em suas cartas. Uma ótima maneira de acompanhar essas associações através do Tarot Sabedoria das Estrelas, que traz todas as cartas tradicionais, além de um livro guia completo que auxilia na interpretação. O Tarot Vilões da Disney também pode ser utilizado, por respeitar todos os arcanos tradicionais.
Quando combinados, anima e animus simbolizam uma união, um todo, um ser completo em si. Jung acreditava que toda pessoa tinha dentro de si aspectos “femininos” e “masculinos” para o seu caráter. Para ele, uma psique equilibrada reconhece, compreende e aceita esses dois aspectos. Vale lembrar que, embora anima e animus sejam tradicionalmente associados aos sexos, estamos falando de qualidades de gênero neutro.
Cartas relacionadas:
Os Amantes: representam união e a junção dos opostos e dualidades.
O Mundo: possui uma energia semelhante à dos Amantes, mas em uma escala maior, de um todo.
Representando o aspecto “feminino” da nossa personalidade, o arquétipo pode ter manifestações tanto positivas como negativas. Normalmente é associado ao amor, cuidado e perseverança.
Cartas relacionadas:
A Alta Sacerdotisa: um arquétipo feminino que irradia sabedoria e compreensão.
A Força: ao contrário da força puramente física, essa carta fala mais sobre a força interior e a perseverança.
A Imperatriz: cuidadosa e amável, representa as mães, aquelas que tomam conta.
Animus se refere aos aspectos “masculinos” da personalidade. Por um lado, representa nossa necessidade de observar, sentir e formar estruturas lógicas em nossas vidas, em contraste à compreensão mais profunda e emocional de anima.
Cartas relacionadas:
O Hierofante, O Eremita: o arquétipo do homem velho e sábio que vemos como um guia espiritual.
O Imperador: seu poder é capaz de criar estruturas, sistemas, leis e regras, representando os pais que temos em nossas vidas.
A persona é conhecida como a face daquilo que mostramos ao mundo. É como nos apresentamos aos outros e como queremos ser conhecidos, bem como o papel que queremos desempenhar na sociedade. Jung acreditava que indivíduos saudáveis eram capazes de ser bem flexíveis em relação à persona associada a eles, ou seja, seriam capazes de compreender a variedade de suas próprias versões.
Carta relacionada:
O Mago: o mestre em assumir o controle, em transformar pensamentos internos em manifestações externas. Ele é um mestre em provocar a mudança simplesmente ao alterar a percepção.
A sombra diz respeito àquela parte de nós mesmos que rejeitamos, aqueles aspectos que queremos manter escondidos. Só que quando não aceitamos tais aspectos, eles podem se tornar abstraídos, como se fosse um outro ser que odiamos. Sombras são as bases arquetípicas para monstros, demônios e o mal em si — algo bem O Médico e o Monstro mesmo. Parte do nosso amadurecimento é entender quais são esses aspectos de nós mesmos, em vez de simplesmente rejeitá-los.
Cartas associadas:
O Diabo: como o arquétipo da sombra, quanto mais você o ignora, mais preso aos seus caprichos você estará.
A Morte: a maneira como reagimos a esta carta é semelhante a como reagimos à sombra, com medo. Trata-se de uma sombra universal do ser humano, aquela que nos persegue desde o dia em que nascemos. Por mais que a maioria de nós escolha não pensar nela, compreender e aceitar que todos nós morreremos um dia é um momento transformador que molda como escolhemos viver nossas vidas.
Pense no self como uma unificação dos arquétipos listados aqui neste post. Jung acreditava que, enquanto crianças, éramos quase inconscientemente completos. Porém, conforme crescemos, nos tornamos fragmentados, e a nossa jornada na fase adulta é a de encontrar essa completude.
Cartas associadas:
O Louco: carrega aquela inocência deslumbrada com a qual encaramos o mundo. Não por acaso, o self representa o começo, a primeira carta dos arcanos maiores. Nascemos com a completude mental, que perdemos e recuperamos ao longo de nossa jornada.
O Mundo: o retorno à completude que vivemos na infância. Na jornada do Louco do tarot, ele se integra a todos os personagens que encontra pelo caminho, e se torna a soma de todos eles.
LEIA TAMBÉM: A importância do livro guia na leitura de tarots e oráculos
Com o capítulo final de Invocação do Mal chegando aos cinemas em setembro deste ano,...
Imagine a seguinte trama: um assassino em série está à solta, ganhando notoriedade...
O anime Nyaight of the Living Cat, adaptação do mangá de terror e comédia...
Katherine Ramsland é uma autora que não tem nem um pouco de medo de diversificar sua...
O longa-metragem Love Kills, atualmente em fase de finalização, foi selecionado para...
0 Comentários