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The Prowler: Toda a potência de Tom Savini

Um clássico soterrado nos anos 1980

28/03/2025

Toda expressão artística, por mais inovadora e transgressora que seja, necessita de algumas referências que a aproxime do público, e o cinema de horror passa longe de ser uma exceção. Bons autores, bons diretores, aquele filme que se parece com um outro filme que você já viu faz tempo. No caso do filme de hoje — um clássico soterrado nos anos 1980 — nossa principal referência é Tom Savini. Apenas para atualizar a porção mais entusiasta e menos técnica de apreciadores dessa coluna, Savini é um dos deuses dos efeitos práticos, e está entre os principais maquiadores de horror de todos os tempos (você pode conferir a vida e a obra desse gênio em uma edição de Vida Monstruosa, publicada pela Macabra).

LEIA TAMBÉM: Tom Savini: O mestre das maquiagens dos filmes de terror

The Prowler chegou ao mundo em 1981, dirigido por Joseph Zito e escrito por Neal Barbera e Glenn Leopold; por aqui recebeu o nome de Quem Matou Rosemary. O filme foi inicialmente distribuído de forma independente, obteve um faturamento discreto, mas foi agraciado pelo tempo, se tornando parte da sessão Cult de muitos cinéfilos ao redor do mundo. Boa parte do crédito para essa conquista vai para a violência desmedida de algumas cenas, e obviamente para o realismo gore de Tom Savini.

Começamos o filme com uma espécie de documentário, sobre o navio Queen Mary que trouxe de volta cerca de 15 mil soldados americanos, depois da vitória na segunda guerra mundial. Apesar do viés vitorioso, existe um tom de receio na narrativa, que também fala sobre a dificuldade que muitos desses soldados experimentarão para reconstruírem suas vidas. Na sequência, conhecemos uma carta de rompimento de alguém chamada Rosemary com seu namorado, um dos soldados daquela guerra que acabara de terminar. 

Estamos em 1945 agora, em um baile de formatura em Avalon Bay. Assim como muitos outros jovens, Rosemary está feliz. 

O escolhido da noite por Rosemary foi Roy, um playboy que se gaba da fortuna do pai. Roy sugere que eles deem uma saidinha, sabe como é, para namorar um pouco mais à sério… Ele rapidamente convence Rosemary a esquentar as coisas, mas quem decide festejar junto com eles é alguém com um uniforme de soldado, que enfia um forcado nas costas do casal de namorados. Um gore pontual, inesperado e extremamente realista. Senhoras e senhores, é uma grande cena, como vocês irão conferir.

Desse momento do tempo saltamos para a mesma Avalon Bay, mas em 1980, há exatos 35 anos depois, às vésperas de um novo baile de formatura, que conta com a organização da aluna veterana Pam MacDonald. Para deixar tudo mais “empolgante”, um ataque com faca acontece em um supermercado em Columbus, uma das cidadezinhas vizinhas, e o xerife de Avalon Bay está saindo de férias rumo à sua pescaria anual, deixando a segurança da cidade nas mãos do jovem e inexperiente policial, Mark. Alguém aí está animado pro baile?

Como todos esperam, a tríade “baile, jovens libidinosos e criminosos à solta” executa sua magia e o assassino ataca novamente enquanto os estudantes incautos se preparam para o baile. Mais um crédito aos efeitos realistas de Tom Savini, que muito dificilmente poderiam ser mais perfeitos. Uma observação que não pode deixar de ser mencionada, é que Tom Savini, maquiador e prático desse filme, foi fotógrafo do exército em seu regimento durante a guerra do Vietnã. Isso significa que ele trouxe muito, mas muito mesmo do que viu na realidade para as telas. Se você tem algum limite para o gore ultrarrealista extremo, talvez The Prowler deva ficar fora de sua lista.

Depois do banho de sangue, seguimos para o baile, onde o jovem policial Mark London parece ser o alvo de todas as moças solteiras da cidade. Quem não está nada feliz é uma de nossas protagonistas, Pam, que tem interesses declarados em Mark. Pam acaba sofrendo um pequeno derramamento de ponche e precisa trocar o vestido, logo no começo do baile. De volta ao dormitório, depois de trocar o vestido, Pam avista o assassino no topo da escada e foge. Ele usa trajes militares, idênticos ao assassino de 1965 (além de deixar uma rosa vermelha com as moças assassinadas, outra marca registrada). Enquanto Pam foge, ela encontra um cadeirante que mora em frente ao dormitório e fica o tempo todo espionando as moças. Esse homem velho é Major Chatham, que agarra seu braço e tenta detê-la. Pam consegue escapar e Mark, o jovem policial, chega em tempo de ajudá-la.

Eles não capturam o assassino, mas descobrem que Major Chatham é o pai de Rosemary, a moça assassinada 35 anos atrás. Pam levanta a suspeita de o assassino ser o mesmo, mas Mark aposta que seja um novo agressor, um assaltante comum. De volta ao baile, todos são orientados a ficar no salão, uma vez que pode existir perigo do lado de fora.

Obviamente, nem todos levarão o aviso a sério, principalmente porque o ponche da festa está bastante aditivado com álcool, assim como alguns estudantes. Isso eleva a contagem de corpos rapidamente, em uma crescente de gore e realismo sangrento que ainda hoje desafia os filmes de horror.

The Prowler se apoia na antiga premissa dos assassinatos em bailes de formatura, perseguindo jovens e adolescentes como se eles fossem os próprios soldados da luxúria, mas algo que ultrapassa muitos limites é a brutalidade dos ataques, o realismo, a cor do sangue e a profundidade dos cortes. Savini não se poupou e não nos poupou nesse filme, o que muitos devotos do terror receberam como um presente.

Enquanto corpos tombam e sangue escorre, somos apresentados a alguns suspeitos, mas a trama bem amarrada não nos permite concluir coisa alguma até as últimas cenas, um mistério cheio de pistas falsas, digno dos livros de Agatha Christie.

The Prowler foi mais uma agradável surpresa da equipe de arqueólogos da Firestar Videolocadora. Com um gore amplificado, atores competentes, trama enxuta e uma direção sob medida, esse é um filme que faz o básico muito bem feito. The Prowler merece ser visto e cultuado, como um verdadeiro testamento do poder visual de Tom Savini. E se você achar por algum momento que o filme anda “lento”, é só esperar com um calmante por perto. As surpresas só terminam na subida dos créditos.

Para não deixar ninguém ansioso demais também, desenterramos um trailer. Então é só conferir se você tem todo o temperamento necessário para assistir esse filme. Vamos?  

LEIA TAMBÉM: Livros para quem ama filmes e séries de TV

Sobre Cesar Bravo

amplificador cesar bravoCesar Bravo é escritor, criador de conteúdo e editor. Pela DarkSide® Books, publicou Ultra Carnem, VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, DVD: Devoção Verdadeira a D., 1618 e Amplificador.

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