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Todos os filmes de Nosferatu até agora

Outros cineastas já recontaram o clássico de F. W. Murnau

29/01/2025

Atrás apenas do todo-poderoso Drácula, Nosferatu é um dos vampiros mais icônicos e influentes da história do cinema. O personagem, amplamente inspirado no de Bram Stoker — e que quase foi cancelado por isso — ganhou vida própria no clássico do Expressionismo alemão e é celebrado até hoje em filmes e na cultura pop.

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A jornada de trevas do vampiro pode ser conferida em detalhes em Nosferatu: Sinfonia das Sombras, lançamento da DarkSide® Books em parceria com o British Film Institute (BFI). A obra disseca os bastidores, com direito aos problemas legais, do clássico de 1922 e analisa seu impacto no cinema até os dias atuais. Prova da influência da obra é o sucesso do remake de Robert Eggers, indicado a quatro Oscars.

Mas Eggers está longe de ser o primeiro a se atrever a revisitar a história do Conde Orlok, imortalizada pelo filme de F. W. Murnau. A Caveira voltou mais de um século no tempo e relembra aqui todos os filmes já feitos sobre Nosferatu.

1. Nosferatu (1922)

Robert Eggers que nos desculpe, mas o Nosferatu de 1922 ainda é o melhor de todos. E tem mais: é considerado um dos melhores filmes mudos já feitos — se não o melhor. O visual criado por Murnau captura o melhor do horror gótico, e não por acaso ele acabou influenciando boa parte das obras relacionadas a vampiros até hoje. Para se ter uma ideia, é graças a Nosferatu que se criou a ideia de que a luz do sol é capaz de matar os vampiros.

Um dos maiores feitos do clássico é, sem dúvida, sobreviver ao teste do tempo: ele continua absolutamente enervante mesmo mais de um século depois do seu lançamento. O Conde Orlok interpretado por Max Schreck é digno de pesadelos até hoje. Alguns espectadores podem até estranhar o fato do filme não ter falas, mas até nisso há algo sinistro que mantém a aura ameaçadora do clássico.

2. Nosferatu: O Vampiro da Noite (1979)

O ano era 1979, e a ideia de fazer um remake de Nosferatu acabou dando muito certo nas mãos do diretor Werner Herzog. Mais conhecido por seus documentários, Herzog também tem no currículo ótimos filmes, e Nosferatu: O Vampiro da Noite desponta entre os melhores do cineasta. Aqui, Klaus Kinski se mostrou o ator perfeito para interpretar o Conde… Drácula. Sim, é confuso mas a gente explica. O filme se chama Nosferatu só porque ambas as produções são alemãs, e no imaginário de lá Drácula e Nosferatu meio que são a mesma coisa — não deixem a Florence Balcombe saber disso.

De todo modo, o filme de Herzog está de acordo com o Nosferatu de Murnau na aparição do vampiro: a caracterização de Kinski o aproxima muito mais do Conde Orlok de Schreck do que com os Dráculas de Bela Lugosi e Christopher Lee. Além disso, ele é bem sinistro e emocionalmente sombrio, tal qual o clássico de 1922.

3. Nosferatu: A Symphony of Horror (2023)

Sim, apenas um ano antes do filme de Robert Eggers ganhar os cinemas houve uma outra adaptação de Nosferatu, só que essa daqui não deu muito certo e acabou ofuscada pela produção que viria a seguir. Bem de acordo com a proposta de uma homenagem do centenário do longa, A Symphony of Horror se propõe a ser um remake que mimetiza o original take a take, quase um ctrl+C ctrl+V de Murnau, e com alguns artifícios mais digitais.

Essa justaposição moderna com CGI e uma imagética claramente baseada em cenas do original pode até tornar esse Nosferatu um tanto interessante enquanto experimento. Porém, tem o argumento de que essa visão mais moderna do clássico possa soar como uma espécie de desrespeito — afinal, se é pra imitar, não seria melhor simplesmente assistir ao original? Uma pena, porque um Nosferatu interpretado por Doug Jones é algo que certamente chama a atenção dos fãs de fantasia.

4. Nosferatu (2024)

E chegamos à tão aguardada produção dirigida por Robert Eggers, responsável pelos impressionantes A Bruxa e O Farol. Por mais que soe bem familiar com a história original (e com o próprio Drácula), o Nosferatu de Eggers ganhou uma marca própria, com o aprofundamento de alguns personagens e mais camadas na relação entre Ellen e Orlok, por exemplo. Mesmo que você conheça o original, vai ter algumas gratas surpresas.

O cineasta conseguiu um bom equilíbrio entre ser fiel ao original e imprimir sua visão da história, além de caprichar no suspense, sua marca registrada. A aparição do Conde Orlok, claro, não ficou livre de alguma controvérsia — principalmente porque o segredo em torno do seu look era um dos trunfos da divulgação do filme. O longa é sucesso de bilheteria e conquistou quatro indicações ao Oscar: Fotografia, Cabelo e Maquiagem, Design de Produção e Figurino.

Bônus: A Sombra do Vampiro (2000)

Ok, esse aqui não é um filme de Nosferatu propriamente dito, mas está bem próximo. A Sombra do Vampiro se concentra nos bastidores do clássico de 1922, dirigido por F. W. Murnau, que aqui é interpretado por John Malkovich. Na história, Murnau viaja para a Tchecoslováquia e contrata Max Schreck (Willem Dafoe) para o papel do sinistro Conde Orlok.

Longe de se propor a ser um filme documental, aqui acompanhamos o método extremo de atuação de Schreck, que só aparece no set caracterizado de vampiro. Até aí tudo bem, até Jim Carrey faz isso, só que conforme as filmagens avançam, os membros da equipe começam a ficar doentes e desaparecer misteriosamente. Aos poucos, nos damos conta de que Schreck não está apenas interpretando um vampiro — ele realmente é um.