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4 Expedições polares que deram terrivelmente errado

Nas Montanhas da Loucura da vida real

20/06/2024

Desde que entendemos o planeta do jeito que ele é (redondo, para que não fiquem dúvidas), nutrimos um fascínio por áreas inabitadas e particularmente inóspitas, em especial os polos. Há séculos expedições se aventuram pelos extremos Norte e Sul com os mais variados propósitos.

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Os séculos XIX e início do século XX representaram um crescimento considerável no número de exploradores que se aventuraram a descobrir os mistérios gélidos dos extremos do planeta. Isso, é claro, inspirou autores a imaginar o que poderia ser encontrado em localidades tão hostis.

Um deles foi H.P. Lovecraft, que ambientou uma de suas obras-primas em expedições científicas à Antártida. Nas Montanhas da Loucura é um marco da literatura mundial e uma das obras mais importantes no panteão lovecraftiano. A história foi publicada pela DarkSide® em uma edição ilustrada por François Baranger, que captou como ninguém a desesperança e a loucura que Lovecraft enterrou no gelo. Nas Montanhas da Loucura acabou de ser completa com a publicação do segundo volume.

nas montanhas da loucura

A história começa na cidade fictícia de Arkham, em 1933. O professor Dyer, um eminente geólogo, descobre que em breve uma expedição científica partirá para a Antártida com a ambição de seguir os passos da expedição que ele mesmo liderou em 1931. Na esperança de impedir essa tentativa, Dyer decide fazer um relato completo dos trágicos eventos aos quais sobreviveu

Dois anos antes, navios fretados pela Universidade de Miskatonic haviam desembarcado no continente congelado no início do verão austral. Os exploradores logo descobriram espécimes incríveis de uma criatura desconhecida e milenar, só que sua comunicação com o mundo exterior foi perdida diante da aproximação de uma terrível tempestade. Gelo, medo, loucura e uma paisagem desértica congelada no tempo, criaturas inomináveis com milhões de anos em total preservação, esquecidas ou escondidas no silêncio glacial e montanhoso na Antártida fazem de Nas Montanhas da Loucura uma obra imperdível da literatura mundial, influenciando a cultura pop até hoje — e cuja adaptação cinematográfica é um dos maiores sonhos de Guillermo del Toro.

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Mas não foi apenas a aventura da Universidade de Miskatonic que terminou em tragédia. Conheça algumas expedições polares reais que deram terrivelmente errado para além das páginas da ficção:

1. Expedição Franklin (1845-1846)

Antes da criação do Canal do Panamá, os exploradores europeus estavam empenhados em descobrir a tal Passagem Noroeste, uma rota que supostamente ligava os oceanos Atlântico e Pacífico pelo Ártico, sobre o Canadá. Um desses exploradores foi sir John Franklin, que, em 1845, partiu da Inglaterra atrás do tal caminho.

expedição franklin

Sua frota contava com duas embarcações: a HMS Erebus e a HMS Terror (só por esse nome ele já deveria saber o que lhe aguardava). Os navios continham 129 tripulantes — nenhum deles sobreviveu. Sabe-se que Franklin morreu em junho de 1847 e alguns de seus homens continuaram vivos até abril de 1848. Neste ano, uma expedição de busca encontrou as covas de três tripulantes na ilha Beechey. Outra, em 1859, encontrou o restante na ilha Rei William. 

Os detalhes da tragédia geram debate até hoje, mas acredita-se que a desnutrição e as péssimas condições determinaram as mortes de alguns homens. Análises posteriores encontraram evidências de canibalismo. Só em 2014 é que destroços do navio Erebus foram encontrados no golfo canadense Rainha Maud. Os destroços do Terror foram encontrados nas proximidades em 2016.

2. Expedição Polaris (1871-1873)

Liderada por Charles Francis Hall, a Expedição Polaris tinha a esperança de ser a primeira a alcançar o Polo Norte. Porém, pouco depois que o navio zarpou de Nova York já iniciaram os desentendimentos entre a equipe. Quando eles estavam no norte da Groenlândia, o inverno severo atrasou a viagem — o que só piorou os desentendimentos e levou alguns tripulantes a questionarem a autoridade de Hall. O líder da expedição ficou severamente doente (o que levantou suspeitas de envenenamento) e morreu pouco depois.

expedição polaris

Os sobreviventes embarcaram em um retorno bem complicado para o sul, onde se separaram, ficaram à deriva no gelo, naufragaram o Polaris na costa da Groenlândia e só foram resgatados após um inverno rigoroso. O corpo de Hall só foi encontrado em 1968 e um exame concluiu que ele havia ingerido grandes quantidades de arsênico antes de morrer. Ou seja, as suspeitas de envenenamento provavelmente tinham motivo para existirem.

3. Expedição Jeannette (1897-1881)

O navio USS Jeannette partiu de São Francisco em julho de 1879 com o mesmo objetivo da Polaris: ser a primeira expedição a alcançar o Polo Norte. Só que dois meses depois a embarcação ficou presa em um mar de gelo, permanecendo presa por quase dois anos, e enfim afundando em junho de 1881.

expedição jeannette

A tripulação ficou à deriva no gelo a aproximadamente 800 quilômetros da região continental da Sibéria. Eles saíram do navio e se locomoveram sobre o gelo usando trenós que rebocaram dois barcos menores, que no fim das contas foram usados para levá-los até a costa do norte da Rússia. Dos 33 homens que partiram com o Jeannette, só treze retornaram com vida: vinte deles morreram no caminho a um assentamento russo onde os sobreviventes se refugiaram.

4. Expedição Antártica Australasiática (1911-1914)

No Hemisfério Sul,  o acadêmico australiano Douglas Mawson tinha era conhecido como um explorador polar confiável e destemido na década de 1910. Ele chegou a recusar convites de expedições renomadas e decidiu formar sua própria equipe para explorar a Antártida

Em 1911 Mawson levou seu time para uma parte remota e inóspita do continente gelado, onde catalogaram o local, investigaram espécies e desempenharam um número considerável de estudos científicos bem sucedidos. Só que as coisas desandaram quando ele levou um pequeno grupo em uma viagem longe do acampamento base.

expedição mawson

Em 10 de novembro de 1912, Mawson foi para o interior da Antártida com dezesseis cachorros e dois acompanhantes: Xavier Mertz e Belgrave Ninns. Algumas semanas se passaram até que Ninns caiu em uma fenda e morreu, levando um trenó e boa parte dos mantimentos do grupo com ele, forçando Mawson e Metz a comerem os cachorros para sobreviverem. Mertz acabou morrendo também.

Mawson caminhou sozinho por 32 dias seguidos através do deserto de gelo. Depois de percorrer mais de 150 quilômetros a pé, ele conseguiu chegar ao acampamento com as solas dos pés esfoladas e em péssimas condições de saúde.

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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