O Outubro Rosa é uma campanha mundialmente conhecida, possivelmente uma das mais famosas na área da saúde. Iniciada há cerca de 30 anos, a ação visa à conscientização da população acerca da prevenção do câncer de mama, o tipo que mais afeta as mulheres e também a modalidade de câncer mais letal para elas. Porém, esta luta não é exclusiva das mulheres.
Apesar dos índices de câncer de mama em homens ser consideravelmente baixo, apenas 1% dos casos ocorrem com eles, a doença afeta não apenas a paciente, mas seus familiares, amigos e toda a rede de pessoas próximas. Por isso, é tão fundamental que a conscientização atinja todas as pessoas.
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Sabe-se que, quando detectado nos estágios iniciais, o câncer de mama apresenta melhores chances de recuperação. É por isso que as campanhas de Outubro Rosa são tão empenhadas em educar quanto à importância do autoexame e dos testes de mamografia para mulheres a partir dos 50 anos de idade.
A regularidade de consultas médicas também é importante, para a análise periódica do profissional sobre a eventual ocorrência de nódulos. Mulheres mais jovens, que ainda não se encontram na faixa etária em que se recomenda a mamografia, também devem ficar atentas, principalmente se possuírem histórico de câncer na família – de mama ou outros tipos. Dependendo da recomendação médica, elas podem realizar ultrassonografias para avaliar a saúde das mamas.
Infelizmente não há método 100% eficaz para evitar o surgimento do câncer de mama, ou qualquer outra manifestação da doença. Ele é normalmente causado por fatores genéticos hereditários e estimulado por alguns hábitos relacionados ao estilo de vida. Segundo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), os fatores que aumentam o risco da doença podem ser classificados em ambientais e comportamentais, história reprodutiva e hormonal, genéticos e hereditários. Na prática, são considerados fatores de risco:
Fatores ambientais e comportamentais:
– Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
– Sedentarismo e inatividade física;
– Consumo de bebida alcoólica;
– Exposição frequente a raios ionizantes (raios X).
Fatores da história reprodutiva e hormonal:
– Primeira menstruação antes dos 12 anos;
– Não ter tido filhos;
– Primeira gradivez após;
– Entrar na menopausa após os 55 anos;
– Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio/progesterona);
– Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.
Fatores genéticos e hereditários:
– História familiar de câncer de ovário;
– Casos de câncer na família, principalmente antes dos 50 anos;
– História familiar de câncer de mama em homens;
– Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.
Os fatores ambientais e comportamentais são aqueles sobre os quais as pessoas possuem maior controle. Com simples mudanças no estilo de vida, é possível reduzir em 30% as chances do desenvolvimento de um câncer, segundo o Inca. As principais recomendações do órgão são:
– Praticar atividade física;
– Alimentar-se de forma saudável;
– Manter o peso corporal adequado;
– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
– Amamentar;
– Evitar o uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.
Mesmo tomando todos os cuidados, o diagnóstico tão temido de um nódulo na mama ainda pode ocorrer. Se detectado em estágios iniciais, o tratamento tende a ser menos invasivo e as chances de recuperação consideravelmente maiores.
De qualquer forma, é uma notícia indesejada, capaz de abalar não apenas a saúde da mulher, mas também seu estado emocional e sua saúde mental. Por isso, é tão importante que a paciente com um diagnóstico de câncer não precise encarar isso sozinha.
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Aliás, o câncer de mama não afeta somente as pacientes. Cada vez mais mulheres são chefes de família no Brasil. Atualmente, 45% dos lares já são chefiados por elas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de responderem por boa parte da renda familiar, as mulheres ainda costumam ser a referência de apoio aos filhos, cônjuges e até mesmo os familiares mais velhos. Mas afinal, como dar suporte a quem costuma ser o pilar de todos?
Em primeiro lugar é preciso tomar consciência deste papel da mulher e tentar aliviar a sua carga o máximo possível, afinal, ela tem uma doença que ameaça a sua saúde para se preocupar. Em alguns casos, enfrentam também tratamentos exaustivos e que comprometem seriamente a sua disposição. Neste momento ela precisa focar nela.
A Organização Breast Câncer Now indica três formas práticas de como ajudar mulheres que enfrentam um câncer de mama:
Seja útil para as atividades do dia a dia da paciente. Mas mais do que isso, seja objetivo e assuma a sua carga: em vez de perguntar “como posso lhe ajudar?”, já aponte de que forma poderá ajudar, como “você quer que eu busque as crianças na escola amanhã?”. Assim você não apenas ajuda efetivamente com a tarefa, mas também alivia levemente a carga mental da mulher. Você pode oferecer ajuda com coisas práticas, como:
– Limpar a casa;
– Lavar e passar roupas;
– Cuidar do jardim;
– Preparar refeições e congelá-las;
– Levá-la às consultas e sessões de tratamento;
– Levar e buscar as crianças ao colégio;
– Cuidar dos filhos.
Pessoas reagem de diferentes formas a um diagnóstico de câncer, o que pode incluir raiva, medo, tristeza e até mesmo depressão. As reações podem variar a cada dia e muitas vezes é difícil saber qual seria a coisa certa a dizer em cada momento. Por isso, estar ao lado daquela mulher pode ser a coisa mais importante que você tem a fazer neste momento.
Procure não ter medo das lágrimas da paciente ou julgar este tipo de reação. Nestes casos, muitas vezes o melhor que você tem a fazer é segurar a mão dela ou oferecer um abraço. Busque também se limitar a ouvir, sem precisar ter uma resposta pronta ou um conselho a todo momento, apenas ouça. Acredite, é assim simples ajudar.
Algumas pessoas reagem com raiva e podem direcionar esta frustração a quem está próximo. É normal se sentir magoado se isso ocorrer, mas lembre-se do motivo por trás desta agressividade e tenha em mente que a frustração não tem a ver com você.
Como comentamos anteriormente, muitas mulheres dão suporte às pessoas em seu entorno. Mas nesse momento ela precisa se concentrar nela e quem deve dar o apoio é você. O problema é que dar apoio a alguém que está passando por isso, principalmente alguém próximo, também nos afeta, e é por isso que nesta hora é preciso buscar ajuda de outra forma.
Dependendo do seu envolvimento com a pessoa, lembre-se de continuar cuidando da sua saúde, alimentando-se bem, praticando exercícios, dormindo bem e tirando tempo para você.
Caso você esteja enfrentando dificuldades em manter a rotina ou em ajudar a pessoa que está enfrentando o câncer, busque apoio emocional e psicológico. Na internet existem diversos grupos de pessoas que já estiveram exatamente na mesma situação, elas podem ajudar.
Se este já é um assunto tão temido por adultos, conversar com crianças sobre câncer quando ele atinge alguém próximo pode ser um desafio ainda maior. Apesar da dificuldade e do impulso em querer esconder o assunto, pesquisas indicam que ter uma conversa aberta com as crianças é a melhor forma de ajudá-las a lidar com o tema.
A organização australiana Cancer Council tem algumas dicas práticas de como abordar a doença com os pequenos:
– Faça algumas perguntas a elas para saber o que as crianças sabem sobre câncer;
– Ofereça informações básicas e dê mais detalhes caso elas questionem;
– Ensaie suas respostas a potenciais perguntas antes de conversar com crianças;
– Explique que o câncer não é culpa delas e que não é contagioso;
– Garanta que elas sempre terão alguém para cuidar delas, mesmo que nem sempre esta pessoa seja você;
– Escute as crianças para saber como elas se sentem;
– Compartilhe com elas seus próprios sentimentos para que elas entendam que é normal ter reações emotivas diante da situação;
– Assim como adultos, as crianças podem reagir de diferentes maneiras: como raiva tristeza ou culpa. Algumas reações podem ser físicas, como fazer xixi na cama ou mudar os padrões de sono;
– Adolescentes podem ter dificuldade em falar com você ou mostrar como se sentem;
– Mantenha a rotina o máximo que puder. Converse com as crianças sobre o dia delas e diga que está tudo bem em se divertir.
Para lidar com sua experiência pessoal de quando sua mãe teve câncer, Brian Fries decidiu compartilhar seus questionamentos e reações na história em quadrinhos Mamãe está com Câncer. De forma honesta e repleta de humanidade, o autor abre espaço para a empatia em sua obra, permitindo que mais leitores se identifiquem exatamente com as mesmas situações pelas quais passou.
É uma doença temida e que assola famílias no mundo inteiro todos os dias. Porém, com empatia, cooperação e esperança é possível encarar este período tão tenebroso com a ajuda de quem está por perto. O câncer de mama afeta todos nós e ninguém precisa encará-lo sozinho.
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