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Rebecca: 11 Curiosidades sobre o filme de Alfred Hitchcock

Livro que deu origem ao clássico agora é DarkSide®

11/05/2023

Alfred Hitchcock é um dos maiores diretores de horror e suspense. O cineasta britânico conhecido por sua expressão séria possui uma filmografia de dar inveja a qualquer um, comandando clássicos como Janela Indiscreta (1954), Um Corpo Que Cai (1958), Os Pássaros (1963) e, é claro, a adaptação da obra homônima de Robert Bloch: Psicose (1960). 

LEIA TAMBÉM: ALFRED HITCHCOCK: FILMES RETRATAM O MESTRE DO SUSPENSE NOS BASTIDORES

Embora seja uma das adaptações mais famosas do diretor, Psicose não foi nem o primeiro nem o último livro transformado em filme por Hitchcock. Em 1940, vinte anos antes do icônico longa estrelado por Anthony Perkins como Norman Bates, veio Rebecca: A Mulher Inesquecível

Baseado no livro de mesmo nome escrito em 1938 por Daphne du Maurier, e que agora chega aos DarkSiders na coleção DarkLove Classics, o filme, protagonizado por Laurence Olivier e Joan Fontaine, conta a história de uma tímida jovem que após um romance de duas semanas em Monte Carlo se casa com Maximilian de Winter, um rico viúvo. No entanto, o que era para ser uma história de amor, logo se transforma em uma trama gótica quando a nova senhora De Winter chega em Manderley, a casa de campo da família, e descobre que a presença da falecida esposa ainda “assombra” o lugar

rebecca

Com um tom diferente de qualquer outro filme de Alfred Hitchcock, Rebecca: A Mulher Inesquecível é um clássico do cinema que adapta com maestria o tom gótico e enervante do livro de Daphne du Maurier. Por isso, hoje a Caveira separou 11 curiosidades sobre o filme que definitivamente vão te fazer querer conhecer Manderley em todas as suas versões.

1. Foi o primeiro filme de Hitchcock em Hollywood

Antes de Rebecca, Alfred Hitchcock já havia construído uma carreira consolidada no Reino Unido com suspenses de sucesso como O Pensionista (1927), 39 Degraus (1935) e A Mulher Oculta (1938). Repletos de mistérios bem executados, personagens cativantes, reviravoltas e do típico humor britânico, os filmes do diretor chamaram a atenção de Hollywood que desejava trazer o cineasta e seus longas de sucesso para os Estados Unidos. 

alfred hitchcock

O desejo de trazer Hitchcock se alinhou com a vontade do lendário produtor David O. Selznick de adaptar o livro de Daphne du Maurier para as grandes telas. Rebecca foi então a porta de entrada de Hitchcock para Hollywood e seu primeiro projeto nos Estados Unidos ao lado de Selznick. 

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2. Disputa de titãs

A produção do filme ficou famosa pelas disputas entre Hitchcock e Selznick. Ambos eram conhecidos por terem fortes opiniões acerca do rumo que o projeto deveria tomar. Os dois acabaram tendo inúmeros desentendimentos durante a pré-produção e as filmagens, já que eram famosos por seus gênios difíceis e cada um desejava tomar o controle criativo de Rebecca para si.

Selznick insistia que o roteiro deveria seguir de perto o livro, enquanto Hitchcock desejava alterar algumas coisas e inserir um pouco de sua própria personalidade na produção. Segundo relatos, o produtor ficou extremamente insatisfeito quando recebeu o primeiro tratamento de roteiro feito pelo cineasta britânico, soltando a seguinte frase: “Nós compramos Rebecca e pretendemos fazer Rebecca”.

rebecca

Enquanto Selznick não gostou de como as coisas caminhavam no roteiro, Hitchcock detestava como ele se intrometia em seu trabalho, chegando a banir o produtor de seu set de filmagens. Além disso, o diretor começou a filmar as cenas em sequência, editando-as direto na câmera para evitar que o produtor tivesse a chance de editar e montar a história como quisesse. 

Mas as divergências não acabaram aí. A dupla não concordava em praticamente nada, de forma que até mesmo a escalação dos atores era um problema e cada um vetava a escolha do outro. O desgaste foi tão grande que Selznick quase cancelou o projeto. No entanto, tudo foi salvo por sua esposa Irene, que após dar uma olhada nas filmagens lhe garantiu que o filme estava excelente. 

3. O único filme do diretor a ganhar o Oscar® de Melhor Filme

Rebecca não foi apenas o primeiro filme de Hitchcock nos Estados Unidos, como também foi o único longa do diretor a levar para casa a estatueta do Oscar® de Melhor Filme. No entanto, apesar de ter ganho um dos maiores prêmios da Academia, Hitchcock perdeu a estatueta de Melhor Diretor para John Ford por seu trabalho em As Vinhas de Ira

Ao total, Rebecca recebeu 11 indicações, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Roteiro. Além de Melhor Filme, a produção também levou o Oscar de Melhor Fotografia em preto & branco. A escolha de filmar o longa em preto e branco foi, inclusive, uma sugestão do próprio diretor, que desejava manter a atmosfera sombria do livro.

rebecca

4. O nome da personagem principal nunca é revelado

Assim como no livro de Daphne du Maurier, a protagonista de Rebecca nunca tem seu nome revelado ao espectador. A personagem interpretada por Joan Fontaine, que também fica encarregada de narrar a história, é até hoje conhecida unicamente como a Senhora de Winter

A escolha de não nomear a personagem reforça o isolamento da jovem recém-casada, assim como potencializa a “presença” da primeira senhora de Winter, Rebecca, na trama. Apesar disso, o roteiro original de Rebecca: A Mulher Inesquecível nomeava a protagonista como Daphne, em homenagem à autora do livro. O produtor David Selznick não gostou nem um pouco da mudança e o nome acabou sendo descartado. 

5. Joan Fontaine foi ignorada no set

Mais de vinte atrizes foram consideradas para o papel da senhora de Winter. Após um longo processo, a escolhida foi a novata Joan Fontaine. Protagonizar Rebecca foi um ponto de virada na carreira da jovem atriz, que acabou sendo indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo papel e no ano seguinte levou a estatueta para casa por seu trabalho em outro filme de Alfred Hitchcock, Suspeita

Contudo, a experiência no set não foi nem um pouco agradável para a atriz. Em sua autobiografia, lançada em 1978, Fontaine descreveu o ambiente de trabalho como tenso e angustiante. Além de não ser tão experiente quanto o resto do elenco, a atriz recebeu um tratamento frio e indiferente de seu colega, Laurence Olivier, que queria que sua então namorada, Vivien Leigh, interpretasse o papel principal ao seu lado. 

rebecca joan fontaine

Para piorar as coisas, ao ver que o tratamento de Olivier estava afetando Fontaine, Alfred Hitchcock decidiu utilizar isso para “potencializar” sua performance como a senhora de Winter, fazendo a atriz sentir na pele o nervosismo e desconforto demonstrados pela personagem. O diretor ordenou que a equipe no set tratasse a atriz com indiferença e lhe disse que todos a odiavam, o que deixou Fontaine bastante apreensiva.

6. A personagem-título nunca aparece no filme

Embora empreste seu nome ao título, Rebecca, a primeira senhora de Winter, nunca aparece no filme, nem mesmo em pinturas ou fotos. Nunca sabemos como é sua aparência e a única coisa que temos da personagem são seus objetos pessoais (todos bordados e estampados com sua inicial) e os relatos de outras pessoas que a conheceram. Isso acaba criando uma aura fantasmagórica em torno da falecida, que parece assombrar Manderley e a nova esposa de seu marido.

rebecca

Para marcar a “presença” de Rebecca, toda vez que seu nome era mencionado no filme a trilha sonora fazia uso de um dos primeiros sintetizadores polifônicos comerciais, conferindo assim uma aura de mistério e sobrenatural à cena.

7. O final teve que ser modificado

Embora o produtor David Selznick estivesse determinado a adaptar fielmente o romance de du Maurier, diversas modificações tiveram que ser feitas no roteiro, especialmente na forma como Rebecca morreu e no desfecho do filme. Tais mudanças foram necessárias devido à censura imposta pelo Código Hays, que determinava uma série de regras que estabeleciam o que era moralmente correto ou não para ser exibido nos filmes

Enquanto no livro, Maximilian deliberadamente assassina Rebecca com um tiro no coração, no filme ele a mata acidentalmente. Essa mudança foi imposta porque, de acordo com o Código Hays, um assassino não poderia terminar o filme sem ser punido por seus atos. 

8. Hitchcock faz uma aparição surpresa

O diretor ficou famoso por fazer aparições surpresas em seus filmes, inspirando inúmeros cineastas a fazerem o mesmo ao longo das décadas. Contudo, para avistar Hitchcock o espectador geralmente precisa ser ligeiro, pois suas aparições são rápidas e muitas vezes acontecem em segundo plano. Não foi diferente em Rebecca. O cineasta aparece quase ao final do filme, sendo visto ao fundo da cena logo após o personagem Jack Favell ter feito uma ligação em uma cabine telefônica.

cameo hitchcock rebecca

9. Semelhanças com Cidadão Kane

Rebecca foi uma grande influência em Cidadão Kane de Orson Welles, lançado no ano seguinte e recorrentemente considerado um dos melhores filmes já feitos. Antes de Welles utilizar e eternizar a técnica conhecida como foco profundo (deep focus em inglês), Alfred Hitchcock e o diretor de fotografia George Barnes a usaram em Rebecca. A técnica permite que todos os planos e objetos presentes na cena estejam em foco. Mas as semelhanças não param por aí… 

Ambos os filmes têm no centro de suas histórias mansões imponentes, Manderley em Rebecca e Xanadu em Cidadão Kane, assim como personagens já falecidos que têm suas vidas narradas a partir da perspectiva de outros. A senhorita Mary Kane e a senhorita Danvers de Rebecca se vestem e possuem comportamentos muito semelhantes e ambos os filmes terminam com icônicos objetos em chamas: em Cidadão Kane um trenó com a palavra “Rosebud” e em Rebecca um travesseiro bordado com uma gigante letra R. 

cidadão kane rosebud

10. Estranhas coincidências

Muitas vezes a vida imita a arte, o que com certeza rende uma série de estranhas coincidências. Foi exatamente isso que aconteceu com Joan Fontaine durante as filmagens de Rebecca

Assim como sua personagem, a atriz havia acabado de se casar com seu primeiro marido, Brian Aherne. Segundo seu biógrafo, ela teria descoberto vários objetos pessoais pertencentes à uma antiga namorada do marido e que havia falecido anos antes. Além disso, tal qual a senhorita Danvers em Rebecca, relatos afirmam que o mordomo de Aherne tinha um comportamento difícil e não parecia muito satisfeito com o casamento. 

rebecca

11. Manderley era uma miniatura

Embora a casa de campo dos de Winter seja praticamente um personagem silencioso no filme e no romance, a residência nunca existiu de verdade e era uma miniatura! David Selznick conseguiu garantir diversas locações na Nova Inglaterra, mas não conseguiu um lugar adequado para representar os imponentes exteriores de Manderley, então a produção teve que optar por uma miniatura. 

Alfred Hitchcock, que tinha experiência com direção de arte, estava acostumado a utilizar miniaturas para economizar e conseguiu convencer Selznick de que o processo não estragaria a qualidade do filme. No final das contas, foram construídas duas miniaturas em grande escala para a produção, assim como diversos sets que representavam os interiores da mansão. 

manderley rebecca

De volta a Manderley

Rebecca: A Mulher Inesquecível é um marco literário e do cinema, representando uma Hollywood clássica de décadas atrás e entregando uma história gótica e misteriosa que com certeza vai prender a atenção dos DarkSiders, seja nas páginas ou nas telas. O sucesso do filme foi tão grande que além de diversos prêmios, ele recebeu uma refilmagem em 2020 com Lily James no papel da nova senhora de Winter, disponível na Netflix. 

Com uma história imortal, Rebecca é o tipo de história que continua nos atraindo e conquistando novas gerações com o passar dos tempos. A Caveira particularmente adora um clássico e já trouxe esta trama imortal para a sua coleção DarkLove Classics. Agora quero saber de você: também adora uma história clássica? Já assistiu Rebecca: A Mulher Inesquecível? Conta para a gente nos comentários! 

LEIA TAMBÉM: LANÇAMENTO: REBECCA, POR DAPHNE DU MAURIER

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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