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O que o Natal e a Festa Junina têm em comum?

Papai Noel pulando fogueira? Calma que a gente explica

15/06/2023

Olha a rena! É mentira! As festas juninas sem dúvida estão entre as festividades preferidas dos brasileiros. Quem aqui nunca dançou na quadrilha da escola? Se esquentou perto da fogueira ou com um bom gole de quentão? Aliás, a gastronomia está entre os pontos favoritos da Caveira: muita pipoca, milho, paçoca, por favor!

LEIA TAMBÉM: CONHEÇA AS ORIGENS PAGÃS DAS FESTAS JUNINAS

É até curioso pensar que uma comemoração tão nossa, que se mesclou tão bem à cultura brasileira — o festerê no Nordeste que o diga! — não nasceu aqui. Pelo menos não do jeito que o conhecemos. Mas tudo bem, também não precisamos inventar o futebol para adotá-lo como nosso.

Sim, apesar do nome de “Festa de São João”, os arraiás não têm nada de católicos em suas origens. Se você é uma bruxa atenta à Roda do Ano, é possível que já tenha reparado em algumas similaridades entre as festas juninas e alguns costumes do Litha, o sabá que celebra o solstício de verão.

fogueira junina

Mas se é solstício de verão, por que a festa junina é no inverno?

Novamente caímos na questão dos hemisférios na hora de seguir a Roda do Ano. Se você ainda não decidiu qual das duas utilizar nas suas celebrações mágicas, o livro Bruxa Intuitiva irá te ajudar a estabelecer esta conexão, além de apresentar todos os sabás e o que eles representam. Fica bem mais fácil escolher assim.

Bruxa Intuitiva

Neste mesmo livro, Temperance Alden nos apresenta ao Litha, a celebração do solstício de verão, também conhecido como Midsummer — qualquer semelhança com Midsommar, aquele filme do Ari Aster, não é mera coincidência. Amplamente celebrado pelos pagãos do norte e oeste da Europa, o Midsummer também foi uma das festividades da qual a Igreja Católica se apossou e decidiu chamar de Dia de São João.

LEIA TAMBÉM: RODA DO ANO: CONHEÇA AS CELEBRAÇÕES DO CALENDÁRIO PAGÃO

Por ser uma festividade que celebra a luz, pois é quando ocorre o dia mais longo do ano, o fogo é um elemento indispensável. Um dos rituais envolve até fazer uma fogueira floral para acender a coragem que há em você. O que nos remete às famosas fogueiras juninas. Só não crie coragem para pular a tal da chama, pode ser fatal.

As festividades de Midsummer costumavam — ou melhor, costumam, pagãos de todo o mundo ainda prestam suas homenagens aos deuses do verão — ser bem alegres, coloridas, repletas de flores e de dança. Lembra daquela cena em Midsommar na qual as mulheres do vilarejo dançam ao redor de um poste para decidir quem se tornaria a Rainha de Maio? Não parece um tanto com as nossas coreografias em torno do pau de fita?

midsommar dança
A24/Reprodução

Mas aí voltamos à questão da época do ano: aqui é inverno em junho, por que uma festa de verão ganhou vez por aqui? Caímos novamente na questão da colonização europeia, que trouxe esse e tantos outros costumes que se parecem um tanto estranhos em um contexto tropical. O Papai Noel e suas roupas pesadas que o digam!

Aliás, por falar em Natal, para nós que estamos no solstício de inverno, o sabá da Roda Sul é outro: Yule. Sim, aquele mesmo do Natal. Ou seja, faria muito mais sentido do ponto de vista pagão seguirmos pelas celebrações natalinas (pelo menos aquelas relacionadas ao Yule) do que adotarmos costumes que celebram o verão. Mas calma, não queremos que ninguém precise abandonar as guloseimas da data. Agora, se alguém quiser me dar presentes em junho, a Caveira topa!

Um inverno natalino no nosso verão

O Natal dispensa apresentações, né? Árvores decoradas, trocas de presentes e o pobre do Bom Velhinho com roupas pesadíssimas aturando as altas temperaturas brasileiras. Nem a neve cenográfica salva! O Yule também traz um banquete pesado que dá energia para suportar as altas temperaturas. Sim, não precisamos de toda aquela esbórnia gastronômica em dezembro. Poderíamos muito bem substituir por um buffet de sorvetes.

tronco de yule
Imagem: Ellen Peffley Photo

Mas e se eu te disser que existem alguns pontos em comum entre o Natal e a festa junina além dos sabás e de toda a confusão em torno da Roda do Ano? Não existem muitos paralelos entre o Yule e as festividades de São João, isso fica com Litha mesmo, mas existem alguns costumes que se encontram no frio.

No fim da Idade Média, cidades que hoje pertencem a países como Alemanha e Áustria começaram despretensiosamente a organizar o que hoje conhecemos como Mercados de Natal. Eles se popularizaram por toda a Europa e já ganharam até suas versões brasileiras (ainda com cara de inverno em pleno verão).

As festividades lembram, e muito, as nossas festas juninas. Barraquinhas são organizadas, guloseimas típicas da época são servidas (de preferência com muita amêndoa ou amendoim) e há uma bebida que deixa as comparações ainda mais suspeitas: o quentão. Acontece que nos tais Mercados de Natal eles servem uma bebida chamada glühwein, que pode ser traduzido como “vinho com canela”. Não só canela, a bebida leva várias especiarias tal qual o nosso bom e velho quentão. Só que aqui no Brasil sempre tem aquela batizada com a sagrada cachacinha, ou seja, saímos na frente.

mercado de natal
Crédito: René Matsachkowiak

Os Mercados de Natal não têm origens pagãs, tampouco cristãs. Foram criados para que pessoas de diversas localidades, que precisavam de suprimentos para o inverno, pudessem se encontrar em um ponto central e se abastecer. De carona, aproveitavam para encontrar pessoas que não viram ao longo do ano. Um clima bem parecido com as nossas festas juninas mesmo.

A verdade é que, com influência pagã ou não, com ou sem mercado de Natal, a festa junina já se mesclou à nossa identidade nacional, abrigando costumes das mais diversas regiões do país. Já se tornou um símbolo tão nosso quanto o próprio carnaval (que, pasmem, também não inventamos). 

Independentemente da sua religião, aproveite a fogueira para trazer um pouco de verão ao nosso inverno e desfrute das guloseimas da estação. Litha, Yule ou São João, a Roda do Ano gira para todos nós e junho traz uma de suas voltas mais alegres.

LEIA TAMBÉM: FOGUEIRAS DE JUNHO

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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